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Tipo do documento: Dissertação
Título: Uso de sulpirida como galactagogo para mães de recém-nascidos prematuros de muito baixo peso
Autor: Costa, Maria Alessandra Ribeiro da 
Primeiro orientador: Fiori, Humberto Holmer
Resumo: Introdução: A lactação das mães de recém-nascidos prematuros é singular. O inesperado parto antecipado e as especificidades do recém-nascido prematuro são situações que fazem com que esse período seja desafiador para os envolvidos na promoção do aleitamento materno. Frente a isso, inúmeras alternativas são usadas para auxiliar nesse processo. O uso de galactagogos é uma delas, onde a partir a ingestão destes medicamentos, há elevação dos níveis de prolactina e, consequentemente, aumento da produção de leite. Objetivo: Investigar o uso do fármaco sulpirida como auxiliar na promoção e manutenção da lactação em mães de recém-nascidos pré-termo de muito baixo peso, internados na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal de um hospital privado de grande porte na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Métodos: Um estudo transversal retrospectivo incluiu mães de recém-nascidos pré-termo de muito baixo peso, que permaneceram na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal por pelo menos 30 dias, as quais fizeram esgota mecânica do leite durante a internação dos seus filhos. Foram excluídas mães soropositivas para HIV, as que apresentaram problemas de saúde e aquelas que optaram espontaneamente por não amamentar. Os dados foram obtidos dos registros realizados de rotina no setor de coleta de leite e consistiram em volume de leite obtido diariamente por esgota mecânica, número diário de esgotas, uso e dose de medicamentos como auxiliares da lactação e possíveis efeitos colaterais desses medicamentos. Para as mães que iniciaram a terapia com sulpirida a partir do sétimo dia pós-parto foi avaliada a variação do volume de leite extraído de forma mecânica por três dias consecutivos antes do início da terapia e, posteriormente, no terceiro, quinto e sétimo dia. Resultados: Fizeram parte do estudo 68 puérperas que preencheram os critérios de inclusão e exclusão, com média de idade de 34,5±4,2 anos (mínima de 18 e máxima de 43 anos), 98,5% de raça branca e 65% com ensino superior completo ou incompleto. Sessenta e duas (91,2%) nutrizes fizeram uso de sulpirida; 17 associaram outros fármacos adjuvantes na ejeção ou produção de leite, sendo que 15 fizeram uso de ocitocina em spray nasal. Não houve diferença entre o volume de leite esgotado entre as mães que usaram somente sulpirida e as mães que usaram ocitocina ou outro medicamento galactagogo além da sulpirida (p=1,000). Não foram relatados efeitos colaterais, nem nas mães nem nos recém-nascidos, que pudessem estar associados ao uso da sulpirida, durante o período investigado. Trinta mães iniciaram o uso de sulpirida após o sétimo dia pós-parto. Entre estas, a mediana do volume diário de leite esgotado antes do uso de sulpirida foi de 34 ml (intervalo interquartil 18,3-71,7) e após a sulpirida foi de 54 ml (intervalo interquartil 28,8-89,9) (p=0,001). A média do número de esgotas realizadas diariamente no momento pré-sulpirida foi de 2,13±0,80 vezes, e pós-sulpirida foi de 2,02±0,83 vezes (p=0,194). O grupo que iniciou com sulpirida após o 14º dia pós-parto apresentou uma tendência a maior volume de leite, porém a diferença não foi significativa (p=0,158). Houve aumento significativo no volume de leite esgotado mecanicamente somente no grupo que iniciou após o 14º dia (p=0,002). No grupo que iniciou do sétimo ao 14º dia, a diferença não foi significativa (p=0,117). Em relação à dosagem da sulpirida, não houve diferença significativa no aumento do volume de leite em relação à dose de um, dois ou três comprimidos (50 a 150 mg por dia). Conclusões: Foi grande a frequência de uso de sulpirida como auxiliar da lactação nas mães estudadas. Houve um aumento significativo do volume de leite esgotado de forma mecânica, comparando o volume obtido antes do uso de qualquer medicamento galactagogo com o obtido posteriormente ao tratamento com sulpirida, nas mães que iniciaram o uso do medicamento após o sétimo dia pós-parto, particularmente nas que iniciaram a sulpirida após o 14º dia pós-parto. Entretanto, o volume de leite materno obtido, tanto antes como depois da terapia, foi baixo em comparação a relatos publicados e ao volume associado à manutenção posterior do aleitamento materno nos recém-nascidos pré-termo. O número médio de esgotas mecânicas diárias das mamas foi muito baixo em relação às recomendações vigentes. A dosagem de sulpirida utilizada foi a indicada nos estudos publicados. Não houve diferença no volume de leite em relação à dose de sulpirida. Houve uso de outros medicamentos aliados à sulpirida, principalmente de ocitocina por via nasal, não se observando diferença no volume de leite esgotado entre as mães que utilizaram somente a sulpirida e aquelas que associaram outros fármacos. Não foi observada nenhuma reação adversa que pudesse ser atribuída ao uso de sulpirida, nem nas mães nem nos recém-nascidos.
Abstract: Introduction: Lactation of mothers of premature infants is unique. Unexpected early delivery, abrupt separation between mother and child, and specificities of the premature newborn are situations that make this period challenging for all those involved in promoting breastfeeding, so important for the child's survival and development. Faced with this, numerous alternatives are used to assist in this process. The use of galactagogues is one of them, in which the puerperas use drugs that act in the central nervous system in order to rise the levels of prolactin and, consequently, to increase the milk production. Objective: To investigate the use of the drug sulpiride as an aid in the promotion and maintenance of lactation in mothers of very low birth weight preterm infants admitted to the Neonatal Intensive Care Unit of a large private hospital in the city of Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Methods: A retrospective cross-sectional study included mothers of very low birth weight preterm infants who remained at the Neonatal Intensive Care Unit for at least 30 days, who underwent mechanical extraction of milk during the hospitalization of their children. HIV seropositive mothers, those with health problems and those who spontaneously chose not to breastfeed were excluded. The data were obtained from the routinely performed records in the milk collection sector and consisted in the volume of milk obtained daily by mechanical exhaustion, daily number of drains, use and dose of drugs as lactation aids and possible side effects of these drugs. For the mothers who started sulpiride therapy after the seventh day postpartum, the volume of mechanically extracted milk was evaluated for three consecutive days before the start of therapy and, later, on the third, fifth and seventh day. Results: The study included 68 women who completed the inclusion and exclusion criteria. Their mean age was 34.5±4.2 years (minimum 18 and maximum 43 years), 98.5% were white and 65% had complete or incomplete higher education. Sixty-two (91.2%) nursing mothers took sulpiride; 17 associated other adjuvant drugs in the ejection or production of milk, 15 of which used nasal spray oxytocin. There was no difference in the volume of depleted milk comparing the mothers who used only sulpiride and the mothers who used oxytocin or a galactagogue drug besides sulpiride (p=1,000). No side effects have been reported, in either the mothers or the newborns, which might be associated with sulpiride during the investigated period. Thirty mothers initiated the use of sulpiride after the seventh day postpartum. Among these, the median daily volume of milk extracted prior to the use of sulpiride was 34 ml (interquartile range 18.3-71.7) and after sulpiride was 54 ml (interquartile range 28.8-89.9) (p=0.001). The mean number of pumping sessions performed daily at pre-sulpiride was 2.13±0.80 times, and post-sulpiride was 2.02±0.83 times (p=0.194). The group that started with sulpiride after the 14th day postpartum presented a trend towards a higher volume of milk, but the difference was not significant (p=0.158). There was a significant increase in the volume of mechanically collected milk only in the group that started sulpiride after the 14th day (p=0.002). In the group that started between seven and 14 days, the difference was not significant (p=0.117). Regarding the dosage of sulpiride used, there was no significant difference in the increase in the volume of milk in relation to the dose of one, two or three tablets Conclusion: Sulpiride was frequently used as an adjunct to lactation in the studied mothers. There was a significant increase in the volume of mechanically depleted milk, comparing the volume obtained before the use of any galactagogue drug with that obtained after treatment with sulpiride, in the mothers who started using the drug after the seventh day postpartum, particularly in those who started sulpiride after the 14th day postpartum. However, the volume of breast milk obtained both before and after therapy was low in comparison to published reports and with the volume associated with subsequent maintenance of breastfeeding in preterm infants. The mean number of daily mechanical pumping sessions of the breasts was very low compared to the current recommendations. The dosage of sulpiride was that indicated in published studies. There was no difference in the volume of milk extracted in relation to the dose of sulpiride. There were other drugs associated with sulpiride, mainly nasal oxytocin, and no difference was observed in the volume of milk between mothers who used sulpiride alone and those who used other drugs. No side effects that could be attributed to the use of sulpiride were observed in either the mothers or the newborns.
Palavras-chave: Recém-nascido Pré-termo
Lactação
Leite Humano
Hipogalactia
Sulpirida
Infant, Preterm
Lactation
Milk, Human
Hypogalactia
Sulpiride
Área(s) do CNPq: CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA
MEDICINA::SAUDE MATERNO-INFANTIL
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Sigla da instituição: PUCRS
Departamento: Escola de Medicina
Programa: Programa de Pós-Graduação em Medicina/Pediatria e Saúde da Criança
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Restrição de acesso: Trabalho será publicado como artigo ou livro
Prazo para liberar texto completo: 60 meses
Data para liberar texto completo: 11/06/2024
URI: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/8684
Data de defesa: 14-Mar-2018
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Pediatria e Saúde da Criança

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