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Tipo do documento: Tese
Título: A proposta de Will Kymlicka de uma teoria liberal dos direitos das minorias como plataforma de viabilidade do projeto sociopolítico de Alasdair Macintyre
Autor: Costa, Jardel de Carvalho 
Primeiro orientador: Weber, Thadeu
Resumo: A tradição liberal, mais especificamente, aquela do liberalismo igualitarista reconhecido pela defesa intransigente da dignidade humana, sempre teve como objetivo central assegurar a convivência pacífica entre diversas culturas por meio de princípios de justiça que garantissem a liberdade e a igualdade de oportunidade a todos. É justamente neste contexto que emerge o filósofo escocês Alasdair MacIntyre, crítico radical da tradição liberal. Partindo da tradição aristotélico-tomista, MacIntyre tem pautado sua filosofia no que intitula de racionalidade das tradições, que em outros termos tem entre seus principais requisitos confrontar as posições das mais diversas tradições no intuito de encontrar o melhor conjunto de razões que provem a superioridade de alguma das tradições em jogo. Ancorado neste tipo de racionalidade, tem acusado o liberalismo de ter fracassado como modelo de sociabilidade garantidor da vida boa. Sendo assim, tem proposto que o melhor modo de vida pode ser encontrado nas pequenas comunidades locais estabelecidas sob a ótica da ética das virtudes de cunho aristotélico-tomista. Porém, é neste cenário que emerge o filósofo canadense Will Kymlicka com a pretensão de correção de alguns dos déficits da tradição liberal, mais especificamente, reconhecer de forma concreta as minorias culturais presentes em muitos Estados Multiculturais chegando a propor inclusive, o direito de autogoverno a alguns povos, como também vagas nos parlamentos que sejam exclusivas para a representação destes. Nestes termos, a presente tese tem como objetivo avaliar até que ponto a tradição liberal representada por Kymlicka consegue oferecer uma plataforma de proteção e manutenção do projeto sociopolítico de MacIntyre, uma vez que é urgente encontrarmos algum tipo de suporte que garanta a sobrevivência de muitas comunidades locais. Neste sentido, colocamos em prática o modelo de racionalidade proposto pelo filósofo escocês e testamos a força de ambas as tradições no intuito de apontar: se há superioridade de alguma delas, bem como seus déficits; e propor soluções que vão para além delas. Para tanto, esboçamos, no primeiro capítulo, o atual panorama do debate liberal-comunitário ampliando-o até as propostas multiculturalistas contemporâneas. Já no segundo capítulo detalhamos em que consiste o modelo de racionalidade de MacIntyre, bem como sua proposta sociopolítica. No terceiro capítulo, explicitamos a proposta de Will Kymlicka de Direitos de cidadania diferenciada em função do grupo, assim como o problema da estabilidade social. Quanto ao quarto capítulo, testamos a capacidade da proposta de Kymlicka frente à política das virtudes defendida por MacIntyre no intuito de demonstrar alguns elementos: em primeiro plano, o quanto a proposta de Kymlicka de se garantir o direito ao autogoverno às comunidades é relevante para a proteção e manutenção das redes sociais pautadas na ética das virtudes. Em segundo, que concepção de sujeito moral é proposta pelo filósofo canadense para se manter a estabilidade entre comunidades autogovernadas. Por fim, apontamos alguns déficits de ambos os autores e propomos como solução alternativa, a urgente necessidade de implementação do que intitulamos de democracia intercultural.
Abstract: The liberal tradition, in particular, that of egalitarian liberalism recognized by the unflinching defense of human dignity always had as main objective ensure the peaceful coexistence among all sorts of cultures through principles of justice that ensure freedom and equality of oportunities for all. It is in this context that arises the scottish Alasdair MacIntyre, a radical critic of the liberal traditon. Starting from the aristotelic-thomist, MacIntyre has guided his philosophy in what he entitles rationality of traditions, which in other terms has among its main requisites, confront the positions of all sorts of traditions trying to find the best set of reasons that prove the superiority of any of those traditions at stake. Anchored in this kind of rationality, he has acused liberalism of failling as a model of sociability that ensures the good life. Thus, he has proposed that the better way of life may be found in small local communities stablished under the virtue ethics of the aristotelic-thomist branch. However, in this context also emerges the canadian philosopher Will Kymlicka intending to correct some of the shortcomings of the liberal tradition, in particular, recognize the concrete form of cultural minorities in many Multicultural States, having proposed surprisingly the right to self-govern for some communities, and also, chairs in the parliament that are exclusive to members of such communities. So, the present dissertation aims to evaluate up to what point the liberal tradition represented by Kymlicka can offer a platform of protection and maintenance of MacIntyre's socio-political project since it is urgent that we find some kind of support that ensure the survival of local communities. In this sense, we put into practice the model of rationality proposed by the scottish philosopher and test the strenght of both traditions reasoning: if there is any superiority in any of them, as well as its shortcomings; and proposing solutions that go beyond themselves. For such task, we drafted in the first chapter the contemporary landscape of the liberal-communitarian debate, stretching it to contemporary multicultalist proposals. In the second chapter we detailed in what consists MacIntyre's model of rationality, as well as his socio-political proposal. In the third chapter we explain Will Kymlicka's proposal of diferentiated citizenship Rights, as well as the problem of social stability. Concerning the fourth chapter, we tested the capacity of Kymlicka's proposal faced with the politics of virtues defended by MacIntyre trying to demonstrate some elements: first, how much Kymlicka's proposal of ensuring the right to selfgoverment to communities is relevant to the protection and maintenance of social networks grounded in virtue ethics. Secondly, what conception of moral subject is proposed by the canadian philosopher in order to keep the stability among selfgoverned communities. And at last, we point out some shortcomings of both authors and proposed as an alternate solution, the implementation of what we coin intercultural democracy.
Palavras-chave: Comunidade
Autogoverno
Representação
Reconhecimento
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Sigla da instituição: PUCRS
Departamento: Escola de Humanidades
Programa: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Restrição de acesso: Trabalho será publicado como artigo ou livro
Prazo para liberar texto completo: 60 meses
Data para liberar texto completo: 16/05/2024
URI: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/8570
Data de defesa: 25-Mar-2019
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Filosofia

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