Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/9691
Tipo do documento: Dissertação
Título: Medos da compaixão e engajamento nas medidas de distanciamento social no enfrentamento à COVID-19
Autor: Pfeiffer, Sandiléia 
Primeiro orientador: Lisboa , Carolina Saraiva de Macedo
Resumo: Os benefícios promovidos pela compaixão vem sendo foco de investigação em estudos realizados no mundo todo. Com evidências de promoção à saúde mental e física, o desenvolvimento de uma postura compassiva tende a contribuir para o envolvimento em ações coletivas de maneira colaborativa e pró-social. No entanto, indivíduos com histórico de negligência, abuso e exposição à vergonha podem ter o acesso à compaixão dificultado pelos medos da compaixão. Desde dezembro de 2019, o mundo inteiro vem enfrentando os desafios impostos pela pandemia do novo coronavírus. Impactos emocionais, físicos, sociais e econômicos vem sendo enfrentados em resposta ao vírus, que demandou medidas de distanciamento social como forma de conter sua propagação. Demandando esforços individuais para a proteção da comunidade, protocolos de distanciamento social são um desafio para governos do mundo todo, que encontram dificuldades para manter a população engajada. Como forma de compreender o papel dos medos da compaixão no enfrentamento da pandemia, um projeto envolvendo dois estudos buscou investigar razões que influenciam a decisão de seguir ou não as medidas de distanciamento e suas relações com dificuldades de regulação emocional e com os medos da compaixão, propondo um modelo que avaliou o papel dos medos da compaixão no impacto nos cuidados contra a COVID-19. Para isso, dois estudos foram conduzidos contando com a amostra de 284 adultos (idade média = 36,47), que participaram através de coleta online: o primeiro buscou realizar o processo de adaptação cultural e busca de evidências de validade da Fears of Compassion Scales para uso no Brasil. Após processos de adaptação cultural e validação de conteúdo, os participantes responderam a um questionário sociodemográfico e às Escalas de Medos da Compaixão adaptadas para o contexto brasileiro. A partir de Análise Fatorial Exploratória e testes de alpha de Cronbach e ômega de McDonald, os resultados indicaram índices satisfatórios de consistência interna e solução unifatorial para cada uma das três escalas. Além disso, uma análise de rede foi conduzida para compreender o comportamento dos itens da escala na amostra investigada, indicando itens de maior influência de ativação das demais crenças. A partir dos resultados, é possível indicar que o instrumento está adequado para ser utilizado no Brasil. O segundo estudo, por sua vez, buscou investigar as associações entre os medos da compaixão, dificuldades de regulação emocional, aderência às medidas de distanciamento e razões que influenciam a tomada de decisões sobre seguir ou não os protocolos. Para isso, os participantes responderam a um questionário elaborado para o estudo com questões sobre o enfrentamento à pandemia, às Escalas dos Medos da Compaixão para uso no Brasil e à Escala de Dificuldades de Regulação Emocional. Os resultados indicaram que motivos externos, como obrigações econômicas ou julgamento das outras pessoas não exercem efeito sobre os cuidados contra a COVID-19. No entanto, escolher não seguir os protocolos por razões relacionadas à exaustão emocional causa uma diminuição na adesão às medidas em 28%. Por outro lado, razões relacionadas à motivação pró-social se mostraram como melhor preditor, aumentando em 34% o nível dos cuidados. Um modelo testado através de path analysis explicou 34% da variância dos cuidados contra a COVID-19 indicando que os medos da compaixão operam impacto sobre a aderência às medidas de distanciamento social através de duas vias: o medo de expressar compaixão por outras pessoas diminui o engajamento nas medidas ao impactar na motivação pró-social; e os medos de expressar compaixão por si e por outros aumentam a dificuldade de regulação emocional em resposta à pandemia,diminuindo os níveis de cuidados com as medidas por razões de exaustão emocional. Os resultados deste estudo contribuem para a compreensão de alguns fatores psicossociais que dificultam a adesão às medidas de contenção do novo coronavírus e proporcionam uma discussão acerca de valores sociais que tendem a incitar a competitividade e dificultar o acesso a mentalidades de colaboração, necessárias não apenas na luta contra a COVID-19, mas em ações sociais urgentes que exigem esforço coletivo, como o combate às mudanças climáticas e desigualdades sociais, raciais e de gênero.
Abstract: Compassion and its benefits for individuals have been focus of investigation in Psychology nowadays. It is evidenced that compassion may promote mental and physical health and the development of a compassionate posture tends to contribute to the involvement in collective actions in a collaborative and prosocial way. However, individuals with a history of neglect, abuse and exposure to shame may have difficulties of being compassionate due to their fears of compassion. Since December 2019, the entire world has been facing challenges imposed by the new coronavirus pandemic. Emotional, physical, social and economic impacts have been faced in response to the virus, which demanded social distance measures in order to contain its spread. Demanding individual efforts to protect the community, social distancing protocols are a challenge for governments around the world, who are facing great difficulties to keep the population engaged. In order to understand the role of fears of compassion in coping with this pandemic, this study aimed to investigate underlying motivations and perceptions that influence the individuals’ decision to follow or not the social distance measures. It was also investigated these perceptions’ association with difficulties in emotion regulation and fears of compassion, and a model that tested the role of fears of compassion in the impact of following the protocols against COVID-19 was proposed. In this sense, two studies were conducted: the first one held a cross-cultural adaptation process and to investigate evidence of validity from the Fears of Compassion Scales for use in Brazil. After cross-cultural adaptation and content validation process, 284 adults (mean age = 36.47) answered a sociodemographic questionnaire and the Fears of Compassion Scales adapted to the Brazilian Portuguese. Exploratory Factor Analysis, Cronbach's alpha and McDonald's omega tests indicated satisfactory internal consistency and unifatorial solution for each of the three scales. In addition, network analysis was conducted to verify how scale items were distributed in the investigated sample, highlighting items with greater influence of activation. Results indicate that the instrument is adequate to be used in Brazil. The second study aimed to investigate the associations between fears of compassion, difficulties in emotion regulation, compliance with social distance measures and reasons that influence decision making about following the health protocols related to COVID-19 pandemic. 284 adults (mean age = 36.47), through online data collection, answered questions about coping with the pandemic, the Brazilian version of Fears of Compassion Scales and the Difficulties in Emotion Regulation Scale. The results indicated that external reasons, such as economic obligations or other people's judgment, have no effect on social distance measures compliance. However, emotional exhaustion caused a 28% decrease in adopting health protocols related to COVID-19 pandemic. On the other hand, reasons related to prosocial motivation had shown to increase in 34% the engagement with these referred measures. A model tested through path analysis explained 32% of the variance of following the health protocols related to COVID-19 pandemic, indicating that fears of compassion impact on attending to social distance measures in two ways. Fear of expressing compassion for others decreases the engagement in health protocols related to COVID-19 pandemic impacting in prosocial motivation. Fears of expressing compassion for oneself and others increased the difficulties in emotion regulation in response to the pandemic, decreasing level of compliance with these referred measures by reasons of emotional exhaustion. The results of the study contributed to understand underlying factors related to adherence to the measures and behaviors to contain the new coronavirus. Also, these results promote a discussion about social values that tend to buster competitiveness and may difficult the development of collaborative mentalities. This discussion is not only important in the COVID-19 pandemic scenario, but in other social actions that require collective efforts, such as climate change and social, racial and gender inequalities.
Palavras-chave: Coronavírus
COVID-19
Medos da Compaixão
Validação de Instrumento
Distanciamento Social
Coronavirus
COVID-19
Fears of Compassion
Instrument Validation
Social Distancing
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Sigla da instituição: PUCRS
Departamento: Escola de Ciências da Saúde e da Vida
Programa: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Restrição de acesso: Trabalho será publicado como artigo ou livro
Prazo para liberar texto completo: 60 meses
Data para liberar texto completo: 10/06/2026
URI: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/9691
Data de defesa: 1-Mar-2021
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Psicologia

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
DIS_SANDILÉIA_PFEIFFER_CONFIDENCIAL.pdfSANDILÉIA_PFEIFFER_DIS511,27 kBAdobe PDFThumbnail

Baixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.