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Tipo do documento: Tese
Título: Orientações pediátricas recebidas por pais de lactentes sobre hábitos de sono seguro e medidas de prevenção da síndrome de morte súbita
Autor: Souza, Janaina Samantha Martins de 
Primeiro orientador: Nunes, Magda Lahorgue
Resumo: Introdução: A Síndrome da Morte Súbita do Lactente (SMSL) é definida como a morte repentina de uma criança com menos de um ano de idade, sem explicação, mesmo após investigação criteriosa, incluindo a realização de autópsia completa, exame do cenário da morte e a revisão da história clínica. Apesar da etiologia não estar definida, os fatores de risco, que são divididos em extrínsecos e intrínsecos, já são bem conhecidos e podem ser utilizados como medidas de prevenção. Objetivo: Verificar se os pais de crianças com idade entre 0-12 meses recebem orientações sobre hábitos de sono seguro e medidas de prevenção da síndrome de morte súbita do lactente em consultas pediátricas de puericultura. Metodologia: Trata-se de um estudo exploratório, transversal de base populacional, que foi realizado através de plataforma digital, de forma on-line, utilizando o Software Qualtrics®, tendo como sujeitos pais de lactentes de 0-12 meses de idade que nasceram em todas as regiões do Brasil. O instrumento utilizado foi composto por 60 questões, divididas em grupos de perguntas, iniciando com 12 sobre a caracterização do perfil socioeconômico e a constituição da família, 18 sobre os dados de saúde perinatal e atual do lactente, seguido de 30 sobre os hábitos de sono, o conhecimento dos pais sobre a SMSL e a respeito da campanha “dormir de barriga para cima é mais seguro”. Permaneceu disponível de 28 de abril de 2019 a 18 de maio de 2020. Resultados: Participaram 642 pais de crianças entre 0 e 12 meses, 47,0% com idade entre 24 e 33 anos. Em relação aos hábitos de sono, 54,2 % dos pais relatam que colocam seu/sua filho(a) para dormir em berço próprio ao lado de sua cama enquanto 16,6% indicam que seus filhos ainda compartilham o leito. A posição escolhida para dormir é a de barriga para cima, conforme informado por 50,6% dos pais, mas 44,3% ainda utilizam a posição lateral, pois acreditam ser mais segura. Somente 12 (1,8%) lactentes foram expostos ao tabaco durante toda a gestação, 10 (1,5%) mães fumaram no início e 617 (96,1)% não fumaram. Em torno de um terço está recebendo aleitamento materno exclusivo no peito e 12,7% receberam aleitamento materno até os seis meses. A maioria dos pais (74,1%) menciona ter recebido a orientação correta (barriga para cima) sobre a posição adequada para dormir, 45,6% através do médico/pediatra e 12,7% por intermédio do enfermeiro. Portanto, a posição de dormir de barriga para cima foi a mais recomendada pelos pediatras. Quando questionados se teriam ouvido falar da campanha “dormir de barriga para cima é mais seguro”, 47,3% informaram que não, enquanto 279 (43,4%) disseram que sim. E, quanto ao questionamento se acreditam que colocar o bebê para dormir de barriga para cima pode salvar a vida dele, 273 (62,2%) afirmam que sim, mas ainda temos um número importante de 121 (27,6%) pais que dizem não ter conhecimento. Foi observada diferença significativa das regiões em relação à idade (p = 0,014), raça (p < 0,001), escolaridade (p = 0,001) e renda (p < 0,001). Em relação à idade, em todas as regiões, predominou a idade de 24 a 33 anos, no entanto, na região Oeste, os respondentes eram significativamente mais jovens e na região Sul, mais velhos. Com relação à raça, a branca predominou nos estados do Sul, Sudeste e Nordeste, e nas regiões Centro-Oeste e Norte, a parda. Quanto ao nível de escolaridade, a maioria dos respondentes possuía ensino médio completo ou eram formados, porém, houve diferença significativa entre a região Sul e a região Sudeste, onde os respondentes possuíam maior/menor escolaridade. Em relação à renda, a maioria dos respondentes encontra-se na faixa de 3 a 15 salários mínimos. Os salários foram significativamente mais elevados na região Sul e menores na região Oeste. Quanto à caracterização da assistência pré-natal, parto e local de consulta do lactente por região, foram observadas diferenças significativas entre as regiões relativas ao local de pré-natal (p <0.001), tipo de parto (p <0.001) e local de consultas pediátricas da atenção básica (p <0.001). Há predomínio de consultas de pré-natal na rede privada na região Sul, e no sistema público de saúde na região Norte. Há predomínio de partos vaginais nas regiões Sudeste, Nordeste e Norte, a cesárea por opção destacou-se nas regiões Sul, Nordeste e Centro-Oeste e a cesárea por necessidade nos estados das regiões Sul, Centro-oeste e Norte. No que diz respeito às consultas pediátricas na Unidade Básica de Saúde (SUS), somente no Norte houve predomínio de consultas, o restante realiza mais consultas em consultório privado. Quanto às características dos hábitos de sono, segundo as regiões geográficas, foi observado que há diferença significativa nas regiões em relação à posição normalmente utilizada para o sono (p <0.001) e quanto ao recebimento de orientação dos médicos pediatras/da atenção primária (p = 0,029). A posição supina foi a mais utilizada nas regiões Sul, Centro-Oeste e Norte. Médicos pediatras/da atenção primária orientavam mais frequentemente sobre a posição do sono nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Conclusões e sugestões: A orientação correta do pediatra, durante as consultas de puericultura sobre a posição do sono, reflete em práticas de sono seguro e maior conhecimento da SMSL. Chama a atenção o fato de que alguns pais continuam adotando condutas de risco, mesmo depois de ter recebido a orientação correta. Portanto, ainda é necessário retomar as campanhas para aprofundar o conhecimento sobre a SMSL e sensibilizar pais, avós, cuidadores e profissionais de saúde sobre a necessidade de cumprir as recomendações quanto à prevenção, sendo a única maneira de evitar a morte dos lactentes.
Abstract: Introduction: Sudden Infant Death Syndrome (SIDS) is defined as the sudden death of a child under one year of age without explanation, even after careful investigation including a complete autopsy, an examination of the death scenario and a review of the clinical history. Although the etiology is not defined, the risk factors, which are divided into extrinsic and intrinsic, are already well known and can be used as preventive measures. Objective: To verify if parents of children aged 0-12 months receive guidelines on safe sleep habits and measures to prevent sudden infant death syndrome in child care health consultations. Methodology: This is an exploratory, cross-sectional population-based study, which was carried out through a digital platform online using the Qualtrics® Software, having as subjects parents of infants aged 0-12 months that were born in all regions of Brazil. The instrument used was composed of 60 questions divided into groups. It started by 12 related to the socioeconomic profile and family structure, 18 were about the infant's current and perinatal health data, followed by 30 about sleeping habits and knowledge of SMSL and the campaign “Back to Sleep”. The questionnaire remained available from April 28, 2019 to May 18, 2020. Results: 642 parents of children between 0 and 12 months of age participated, being 47.0% aged between 24 and 33. Regarding sleeping habits, parents reported that 54.2% put their child to sleep in a crib next to their bed and 16.6% indicated bed-sharing. The position most chosen for the baby to sleep is on supine, as informed by 50.6% of parents, but 44.3% still use lateral sleep, as they feel safer. Regarding smoking habits, only 12 (1.8%) infants were exposed to tobacco during the whole pregnancy and 10 (1.5%) mothers smoked at the beginning, whereas 617 (96.1)% did not smoke. Around a third of the babies received exclusive breastfeeding and 12.7% were breastfed up to six months. Most parents (74.1%) mentioned having received the correct guidance about the proper sleeping position (supine position), being 45.6% given by the doctor/pediatrician and 12.7% by the nurse. Therefore, the supine position for sleeping was the most recommended by pediatricians. When asked if they had heard of the “Back to Sleep” campaign, 47.3% reported that they did not know, while 279 (43.4%) said they did. Regarding the question whether they believed putting the baby to sleep on position supine could save their lives, 273 (62.2%) said they did, but we still have an important number of 121 (27.6%) parents who said they had no knowledge of it. There was a significant difference in the regions in relation to age (p = 0.014), race (p <0.001), education (p = 0.001) and income (p <0.001). Regarding age, in all regions the age of 24 to 33 prevailed, however, in the west respondents were significantly younger and in the south, older. With regard to race, Caucasians were predominant in the states of the south, southeast and northeast, while mixed were in the Midwest and north. As for the level of education, most respondents had concluded high school or graduated, however, there was a significant difference between the south and the southeast, where the respondents reported higher / lower levels. Regarding income, most respondents are in the range of 3 to 15 national minimum wages. Wages were significantly higher in the south and lower in the Midwest. Significant differences were observed between the regions considering the place of prenatal care (p <0.001), type of delivery (p <0.001) and primary child care health consultations (p <0.001). There is a predominance of prenatal consultations in private health care in the south, and in public health care in the north. There is a predominance of vaginal deliveries in the southeast, northeast and north regions, whist the elective cesarean section stood out in the south, northeast and Midwest and mandatory cesarean section prevailed in the states of the south, Midwest and north. With regard to child care health consultations at the Basic Health Unit (SUS), it prevailed only in the north, while in other regions most consultations happened in a private office. As for the sleep habits according to geographic regions, we observed there is a significant difference in the regions considering the position normally used to sleep (p <0.001) and regarding the delivery of guidelines from pediatric/primary care physicians (p = 0.029). The supine position was the mostly indicated in the south, Midwest and north regions. Pediatric/primary care doctors advised more frequently on the sleeping position in the south, southeast and Midwest regions. Conclusion and final considerations: The correct guidance of the pediatrician concerning sleeping positions reflects in safe sleep practices and greater knowledge of SIDS. It is noteworthy that some parents continue to adopt risky behaviors despite having received the correct guidelines. It is still necessary to resume campaigns to deepen the knowledge about SIDS and to raise awareness among parents, grandparents, caregivers and health professionals about the need to comply with the recommendations for SIDS prevention, being that the only way to prevent the death of infants.
Palavras-chave: Síndrome da Morte Súbita do Lactente
Fatores de Risco
Prevenção
Educação para a Saúde
Sudden Infant Death Syndrome
Risk Factors
Prevention
Health Education
Área(s) do CNPq: CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Sigla da instituição: PUCRS
Departamento: Escola de Medicina
Programa: Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Restrição de acesso: Trabalho será publicado como artigo ou livro
Prazo para liberar texto completo: 60 meses
Data para liberar texto completo: 08/04/2026
URI: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/9526
Data de defesa: 18-Dez-2020
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde

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