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Tipo do documento: Tese
Título: O processamento de sentenças ambíguas por bons e maus leitores: um estudo de ressonância magnética funcional
Autor: Teixeira, Mariana Terra 
Primeiro orientador: Buchweitz, Augusto
Resumo: Muitos estudos experimentais investigaram as dificuldades no nível da palavra de crianças com dificuldade de leitura (BUCHWEITZ et al., 2017; FROST et al., 2009; HANCOCK et al., 2017; KEARNS et al., 2019; PRESTON et al., 2015; PUGH et al., 2008, 2013; SHAYWITZ et al., 2000). Em extensão ao construto investigado nesses estudos, o presente trabalho tem dois objetivos principais: (i) investigar o processamento da linguagem além da palavra, isto é, o processamento de sentenças de crianças com dificuldades e transtorno de leitura; e (ii) descrever, através de medidas comportamentais e correlatos neurais, o processamento de sentenças sintaticamente ambíguas e sentenças sem ambiguidade de crianças típicas e crianças disléxicas falantes do português brasileiro. Para tanto, conduzimos dois estudos, um comportamental e um com ressonância magnética funcional com crianças de 9 a 12 anos. No estudo comportamental, foram feitos dois experimentos, um de leitura e um de compreensão auditiva, de sentenças sintaticamente ambíguas e sentenças sem ambiguidade. Anteriormente à condução dos experimentos, cinco tarefas de leitura e escrita foram aplicadas com as crianças do 5º ano do ensino fundamental para dividi-las em grupos de crianças boas leitoras e crianças com dificuldade de leitura. 57,37% das crianças foram consideradas crianças com dificuldade de leitura, 42,62% foram consideradas leitores típicos. Dessa forma, mais da metade das crianças (57,37%) do 5º ano do ensino da escola pública testada não está lendo adequadamente para a idade. Leitores com desenvolvimento típico da aprendizagem da leitura identificaram a ambiguidade estrutural das sentenças nos experimentos, ao passo que os maus leitores não. Houve correlação estatística entre fluência de leitura e compreensão da ambiguidade estrutural das sentenças: quanto mais palavras por minuto uma criança lia, mais rápido e acurado foi o seu processamento de sentenças ambíguas tanto lidas quanto ouvidas. O estudo de neuroimagem foi feito com 5 crianças disléxicas e 16 crianças com desenvolvimento típico da aprendizagem da leitura. A ativação no giro frontal inferior esquerdo, englobando as áreas de Brodmann 44, 45 e 47, dos giros temporal médio e temporal superior (área de Wernicke) na leitura de sentenças ambíguas corroborou estudos prévios feitos em outras línguas (FIEBACH; VOS; FRIEDERICI, 2004; MASON et al., 2003; MASON; JUST, 2007; RODD et al., 2010; RODD; DAVIS; JOHNSRUDE, 2005). A comparação direta em nosso experimento entre sentenças estruturalmente ambíguas e sentenças sem ambiguidade mostrou a ativação da área de Brodmann 47, somente para os participantes que demonstraram perceber a ambiguidade estrutural das sentenças ambíguas. A correlação entre fluência na leitura e a compreensão da ambiguidade estrutural das sentenças ambíguas foi encontrada em todos os experimentos feitos nesta pesquisa. A compreensão auditiva de sentenças estruturalmente ambíguas se mostrou mais rápida e acurada nas crianças que tinham maior proficiência de leitura, indicando a correlação bidirecional entre leitura e compreensão da linguagem oral. Dessa forma, as crianças com mais fluência de leitura se mostraram mais proficientes no processamento das sentenças.
Abstract: Many studies have investigated the processing difficulties of children with reading difficulties at the word level (BUCHWEITZ et al., 2017; FROST et al., 2009; HANCOCK et al., 2017; KEARNS et al., 2019; PRESTON et al., 2015; PUGH et al., 2008, 2013; SHAYWITZ et al., 2000). As an extension of these studies, the present work has two goals: (i) to investigate poor reader’s processing of language beyond the word, at the sentence level; and (ii) describe, through behavioral measures and neural correlates, the processing of syntactically ambiguous sentences of typical and dyslexic Brazilian Portuguese-speaking children. We conducted two studies, a behavioral one and a functional magnetic resonance imaging study with 9 to 12 years old children. In the behavioral study, were carried out reading and speech comprehension experiments about syntactically ambiguous sentences. Before the experiments, five reading and writing tasks were applied with the children to divide them into groups of good and poor readers. 57.37% of the children were poor readers, 42.62% typical readers. Therefore, more than half of the children (57.37%) in the 5th grade of public the public tested school are not reading properly for their age. Readers with typical development identified the structural ambiguity of the ambiguous sentences in our experiments, whereas the children with reading difficulties did not. In addition, there was a statistical correlation between fluency and the understanding the structural ambiguity of sentences: the more words per minute a child read, the faster and more accurate was the processing of both reading and speech ambiguous sentences. The fMRI study on the processing of structurally ambiguous sentences in Brazilian Portuguese was done with five dyslexic children and sixteen children with typical reading development. The activation in the left inferior frontal gyrus (BA 44, 45, 47) and in the middle and superior temporal gyrus (Wernicke's area) in the reading of the syntactic ambiguity sentences replicated data from previous studies (FIEBACH; VOS; FRIEDERICI, 2004; MASON et al., 2003; MASON; JUST, 2007; RODD et al., 2010; RODD; DAVIS; JOHNSRUDE, 2005). The direct comparison between structurally ambiguous sentences and unambiguous sentences activated the Brodmann area 47, only for participants who identify the structural ambiguity of the ambiguous sentences. The correlation between fluency and identifying the structural ambiguity of the ambiguous sentences was found in all the experiments carried out in this research. Children with greater reading proficiency showed faster and more accurate speech comprehension of structurally ambiguous sentences, indicating the bidirectional correlation between reading and speech comprehension. Children with better reading fluency were better in processing sentences.
Palavras-chave: Ambiguidade sintática
Crianças com dificuldade de leitura
Processamento da sentença
Área de broca
Ressonância magnética funcional
Syntactic ambiguity
Children with reading difficulties
Sentence processing
Broca's area
FMRI
Área(s) do CNPq: LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Sigla da instituição: PUCRS
Departamento: Escola de Humanidades
Programa: Programa de Pós-Graduação em Letras
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Restrição de acesso: Trabalho será publicado como artigo ou livro
Prazo para liberar texto completo: 60 meses
Data para liberar texto completo: 07/08/2025
URI: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/9219
Data de defesa: 26-Mar-2020
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Letras

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