Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/8961
Tipo do documento: Dissertação
Título: Relações entre autocompaixão, bullying e clima escolar na adolescência
Autor: Souza, Deborah Brandão de 
Primeiro orientador: Lisboa, Carolina Saraiva de Macedo
Resumo: A autocompaixão é definida como uma postura aberta e autodirigida, calorosa, não-avaliativa, diante de experiências envolvendo fracassos e sofrimento. Uma postura compassiva pode permitir a abertura do sujeito ao próprio sofrimento, experimentando sentimentos de calor, cuidado e compreensão consigo e em relação aos próprios erros e inadequações, reconhecendo que as experiências passadas são inerentes à experiência humana. Embora já exista um número considerável de publicações internacionais, no que tange ao contexto brasileiro, o campo da autocompaixão ainda é pouco explorado, especialmente na adolescência. Observa-se que a autocompaixão pode ser uma estratégia de regulação emocional interessante para os adolescentes, considerando as mudanças previstas nesta fase do ciclo vital. Assim, o presente projeto investigou possíveis relações entre autocompaixão e experiências de violência entre pares, especificamente o bullying, visto que a adolescência é identificada na literatura como sendo o período de maior ocorrência deste fenômeno. Além disto, a autocompaixão está associada ao aumento da sensação de bem-estar e diminuição do estresse, duas áreas frequentemente impactadas pela experiência de bullying. Acredita-se que a presença, em maior ou menor nível, de autocompaixão e autocriticismo pode influenciar as percepções de jovens, que experimentam o bullying (sendo vítimas ou agressores), sobre clima escolar, assim como sintomas de ansiedade e depressão que estes podem experenciar. O objetivo deste estudo foi investigar se a autocompaixão possui papel moderador na relação entre bullying, clima escolar, engajamento, ansiedade e depressão. O delineamento foi quantitativo, transversal e explicativo. Participaram do estudo 688 adolescentes, sendo 55,7% do sexo feminino (N=382), com idades entre 12 e 18 anos (M =15,0; DP = 1,8), estudantes dos anos finais do ensino fundamental e ensino médio, de escolas públicas de Porto Alegre, Região Metropolitana e Serra Gaúcha. Os instrumentos respondidos foram: Questionário de Dados Sociodemográficos, Escala de Autocompaixão (SCS-A) – Versão para adolescentes, Cuestionario Multimodal de Interação Escolar (CMIE-III, Brazilian School Climate Survey-Student (BSCS-S, Spence Children’s Anxiety Scale (SCAS) e Children’s Depression Inventory (CDI). Foram encontradas associações significativas e negativas entre a autocompaixão e suas dimensões, com papeis no bullying, como vítima e vítima extrema, além de vitimização por bullying do tipo verbal e relacional. Além disso, foram encontradas associações positivas entre as subescalas do autocriticismo com os papeis de vítima, vitimização extrema, além de vitimização do tipo verbal e relacional. Associações negativas entre autocompaixão e sintomas de ansiedade e depressão, níveis de autocriticismo também foram encontradas. Ainda, foram identificadas associações positivas entre a autocompaixão, e suas subescalas, com o papel de observador ativo no bullying, percepção do clima escolar e engajamento na escola. Através da análise de moderação, foi encontrado que a autocompaixão modera a relação entre ser vítima no bullying e sintomas depressivos, de forma a reduzir o desfecho. Entretanto, na relação entre ser agressor e depressão, a autocompaixão aumenta o desfecho. Não foi encontrado efeito de moderação da autocompaixão na relação entre bullying e sintomas ansiosos. No entanto, o autocriticismo moderou a relação entre ser vítima de bullying e percepção do clima escolar, assim como a relação entre ser agressor e desfechos como percepção do clima escolar e engajamento na escola. Estes achados demonstram haver diferenças importantes na forma como a autocompaixão afeta o adolescente, conforme o envolvimento do mesmo em situações de bullying. A autocompaixão pode atuar como um fator protetivo para a vítima, porém pode não necessariamente representar proteção para o agressor. Além disso, enquanto que para a vítima o autocriticismo pode contribuir para que tenha uma visão mais negativa do ambiente escolar, no que se refere ao agressor, o autocriticismo pode auxiliá-lo na redução de sintomas depressivos e aumentar o engajamento e percepção positiva da escola. Diferenças cognitivas e emocionais entre agressores e vítimas devem ser mais exploradas a fim de compreender o papel da autocompaixão e do autocriticismo para estes indivíduos. Os efeitos da autocompaixao e do autocriticismo na formação de identidade dos adolescentes e na qualidade dos seus relacionamentos interpessoais parecem estar relacionados a variáveis individuais e culturais. Estudos que avaliem aspectos culturais são igualmente importantes.
Abstract: Self-compassion is defined as an open and self-directed, warm, non-evaluative posture, in the face of experiences involving failures and suffering. A compassionate posture provides openness to suffering itself, experiencing feelings of warmth, care and understanding with oneself and one's own errors and inadequacies, recognizing that past experiences are inherent in human experience. Although there are already a considerable number of international publications, with regard to the Brazilian context, the field of self-compassion is little explored, especially in adolescence. It is observed that self-compassion can be an interesting emotional regulation strategy for adolescents, considering the changes anticipated at this stage of development. Thus, this project investigates possible relationships between self-compassion and experiences of violence between peers, specifically bullying, since adolescence is identified in the literature as the period of greatest occurrence of this phenomenon. In addition, self-compassion is associated with increased feelings of well-being and decreased stress, two areas impacted by the experience of bullying. The hypothesis is that the presence, at a greater or lesser level, of self-compassion and self-criticism may influence the perceptions of young people, who experience bullying (being victims or aggressors), about school climate, engagement, anxiety and depression symptoms. This study examined wheter self-compassion has a moderating role in the relationship between bullying, school climate, engagement, anxiety and depression. The design was quantitative, transversal and explanatory. The sample consisted in 688 adolescents, 55.7% female (N = 382), aged 12 to 18 years (M = 15.0, SD = 1.8), students from 4 public schools located in the cities of Porto Alegre, Região Metropolitana and Serra Gaúcha. The measures were: Socio-Demographic Data, Self-Compassion Scale (SCS-A) - Adolescents Version, Cuestionario Multimodal de Interação Escolar (CMIE-III), Brazilian School Climate Survey-Student (BSCS-S), Spence Children’s Anxiety Scale (SCAS) and Children’s Depression Inventory (CDI). Significant and negative associations were found between self-compassion and its dimensions, with roles in bullying, as victim and extreme victim, as well as victimization by verbal and relational bullying. In addition, positive associations were found between the subscales of autocriticism with victim roles, extreme victimization, and verbal and relational victimization. Negative associations between self-compassion and symptoms of anxiety and depression, levels of self-criticism were also found. Also, positive associations between self-compassion and its subscales were identified, with the role of active observer in bullying, perception of school climate and engagement in school. Through the analysis of moderation, it was found that self-compassion moderates the relationship between being a victim in bullying and depressive symptoms, in order to reduce the outcome. However, in the relationship between being aggressor and depression, self-compassion increase the outcome. No moderation effect of self-compassion was found in the relationship between bullying and anxious symptoms. However, self-criticism moderated the relationship between being a victim of bullying and perceived school climate, as well as the relationship between being aggressor and outcomes such as school climate perception and school engagement. These findings demonstrate that there are important differences in how self-compassion affects adolescents, depending on their involvement in bullying situations. Self-compassion can act as a protective factor for the victim, but may not necessarily represent protection for the perpetrator. Furthermore, while for the victim self-criticism may contribute to a more negative view of the school climate, as far as the aggressor is concerned, self-criticism can assist in reducing depressive symptoms and increase engagement and positive perception of the school. Cognitive and emotional differences between aggressors and victims should be further explored in order to understand the role of self-compassion and self-criticism for these individuals. The effects of self-compassion and self-criticism on the identity formation of adolescents and the quality of their interpersonal relationships seem to be related to individual and cultural variables. Studies that assess cultural aspects are equally important.
Palavras-chave: Autocompaixão
Bullying
Adolescência
Clima Escolar
Saúde Mental
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Sigla da instituição: PUCRS
Departamento: Escola de Ciências da Saúde e da Vida
Programa: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Restrição de acesso: Trabalho será publicado como artigo ou livro
Prazo para liberar texto completo: 60 meses
Data para liberar texto completo: 21/10/2024
URI: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/8961
Data de defesa: 27-Fev-2019
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Psicologia

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
DIS_DEBORAH_BRANDAO_DE_SOUZA_CONFIDENCIAL.pdfDEBORAH_BRANDAO_DE_SOUZA_DIS540,17 kBAdobe PDFThumbnail

Baixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.