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Tipo do documento: Dissertação
Título: Funcionalidade familiar e sobrevida dos longevos do projeto AMPAL
Autor: Rigo, Ilva Inês 
Primeiro orientador: Bós, Ângelo José Gonçalves
Resumo: Entende-se por longevidade a extensão excepcional do tempo de vida. Conforme descritores, considera-se longeva a pessoa de 80 anos ou mais. Em 2050, esses indivíduos serão 6,5%. Quanto maior o tempo de vida, maior também a chance de desenvolvimento de doenças que comprometam a autonomia e a independência. Em situações que comprometem essas capacidades, a família tem papel de cuidado, assim como nas demais fases da vida. Espera-se que famílias com boa funcionalidade atuem de forma positiva sobre as condições de saúde de seus componentes. Uma das maneiras de avaliar a funcionalidade familiar é através do instrumento “APGAR da família”, desenvolvido em 1978 por Smilkstein. Esse instrumento possui uma pontuação de 0 a 10, sendo considerada de 0 a 4 disfunção elevada, de 5 a 6 disfunção moderada e de 7 a 10, boa funcionalidade familiar. O presente estudo teve como objetivo avaliar se a funcionalidade familiar, observada na entrevista inicial, influenciava a sobrevida dos nonagenários participantes da avaliação realizada pelo Projeto Atenção Multiprofissional do Longevo (AMPAL) em 2016. A identificação e coleta de dados foi realizada no domicílio de idosos com 90 anos ou mais residentes em diversos bairros aleatoriamente identificados de Porto Alegre - RS. A situação de óbito ou sobrevida do participante foi verificada através dos dados publicados no site da Central de Atendimento Funerário de Porto Alegre e por contato telefônico. Nos participantes com óbito o tempo de acompanhamento foi calculado pelo número de meses entre a primeira avaliação e a data do óbito. Já entre os participantes sobreviventes o tempo de acompanhamento foi o número de meses entre a primeira avaliação e data do último contato. Para análise de sobrevida, foram utilizadas as curvas de Kaplan-Meier e a Regressão de Dano de Cox. Os nonagenários e centenários com disfunção familiar elevada e moderada foram classificados como apresentando disfunção familiar (DF). Dos 228 participantes, 73,25% eram mulheres. A média etária feminina (92,57±3,70) foi maior que a masculina (p=0,029), as mulheres relataram menos anos de estudo (p=0,031), maior pontuação no APGAR da família (9,07±1,75, p=0,631), maior frequência de viúvas (p<0,001), menor pontuação no MEEM (20,26±6,19; p<0,001) e maior número de comorbidades (4,72±2,29, p=0,018). Também saíam de casa e participavam de atividades sociais com menor frequência (p=0,002 e 0,06). Em relação às atividades da vida diária, as mulheres tiveram pior desempenho básico (0=0,021) e funcional (p<0,001). A média do APGAR dos 228 participantes do AMPAL analisados foi de 9,05±1,81, a frequência de DF foi de 9,65%. A DF foi mais frequente em homens (31,18%; p=0,572), não brancos (18,18%; p=0,934), viúvos (86,36%; p=0,351), não alfabetizados (95,45%; p=0,311) e residindo sozinhos (18,18%, p=0,634). Entre as condições de saúde foram significativamente relacionados à DF a autopercepção de saúde (p=<0,001), número de sintomas depressivos (p<0,001) e a necessidade de ajuda para administrar medicamentos (p=0,061) foram os fatores relacionados à DF. Essa associação manteve-se significativa na análise ajustada. O contato com 14 participantes foi perdido, mesmo após 9 inúmeras tentativas. Ao todo, foram acompanhados com êxito 214 participantes, dos quais 61 (28,5%) faleceram. A média de acompanhamento foi de 23,22±10,02 meses. Os participantes sobreviventes tiveram menor média etária (p<0,001), maior pontuação no MEEM (p<0,001), relataram sair de casa (p=0,01) e participar de atividades sociais (p<0,001) com maior frequência. Os sobreviventes apresentaram frequência similar para boa funcionalidade familiar (90% p=0,994), mas, com maior frequência estavam satisfeitos com o tempo que passavam com a família (p=0,032) e com a maneira pela qual a família demonstrava afeição e reagia aos sentimentos (p=0,083). Na análise de sobrevida esses dois componentes foram significativamente associados à menor razão de dano, mesmo ajustada por faixa etária, o mesmo acontecendo com o desempenho cognitivo, participar de atividades sociais e ter o hábito de sair de casa. Os resultados permitem concluir o desempenho cognitivo, manter-se ativo física e socialmente e o apoio familiar estão relacionados à maior sobrevida em nonagenários e centenários no Brasil.
Abstract: Exceptional length of life is understood as longevity. According to descriptors, the person aged 80 and over is considered to be a long-term person. This is the portion of the population that grows the most, representing in 2010 1.53% of the Brazilian population. By 2050, these individuals will be 6.5%. The longer the life, the greater the chance of developing diseases that compromise autonomy and independence. In situations that compromise these capacities, the family has a role of care, as in other phases of life. It is expected that families with good functionality will act positively on the health conditions of their components. One of the ways to evaluate family functionality is through the "family APGAR " instrument developed in 1978 by Smilkstein. This instrument has a score of 0 to 10, being considered from 0 to 4 high dysfunction, from 5 to 6 moderate dysfunction and from 7 to 10, good family functionality. The present study aims to evaluate if the familiar functionality, observed in the initial interview, influences the survival of the nonagenarians participating in the 2016 Oldest-old Multiprofessional Care Project’s (AMPAL) assessment. The AMPAL identified and evaluated 90 years or older at home in several neighborhoods randomly chosen in Porto Alegre - RS. The situation of death or survival of the participant will be verified through the data published on the website of the Funeral Service Center of Porto Alegre and by telephone contact. In the participants with death, the follow-up time will be calculated by the number of months between the first evaluation and the date of death. Among surviving participants, the follow-up time will be the number of months between the first evaluation and the date of the last contact. Kaplan-Meier Curves and Cox Damage Regression will be used for survival analysis. In the preliminary analyzes, nonagenarians and centenarians with high and moderate family dysfunction were classified as presenting family dysfunction (FD). Of the 228 participants, 73.25% were women. The average female age (92,57 ± 3,70) was higher than the male (P = 0,029), women reported fewer years of schooling (P = 0,031), higher family APGAR scores (9,07 ± 1.75, p = 0,631), higher frequency of widows (p < 0.001), lower MMME score (20,26 ± 6,19; p < 0.001) and higher number of comorbidities (4,72 ± 2,29, p = 0.018). They also came out of the house and participated in social activities with less frequency (P = 0.002 and 0.06). In relation to the activities of daily living, women had poorer basic performance (0 = 0,021) and functional (p < 0.001). The mean APGAR score of the 228 participants of the AMPAL analyzed was 9,05 ± 1,81, the FD frequency was 9.65%. DF was more frequent in men (31.18%; p = 0,572), non-whites (18.18%; p = 0,934), widows (86.36%; p = 0,351), non-illiterate (95.45%; p = 0,311) and residing alone (18.18%, p = 0,634). Among the health conditions, were significantly related to the FD the self-perceived health (P = < 0.001) and the number of depressive symptoms (p < 0.001) and the need for help in administering medications (P = 0,061). This association remained significant in the adjusted analysis. Contact with 14 participants was lost, even after 11 countless attempts. Altogether, 214 participants were successfully followed up, of which 61 (28.5%) passed away. The mean follow-up was 23,22 ± 10,02 months. The surviving participants had lower average age (p < 0.001), Higher MMST score (p < 0.001), reported leaving Home (P = 0.01) and participating in social activities (p < 0.001) more frequently. Survivors had a similar frequency for good family functioning (90% p = 0.994), but more often they were satisfied with their family time (p = 0.032) and with the way the family showed affection and reacted to the feelings (p = 0.083). In the survival analysis, these two components were significantly associated with the lowest injury ratio, even adjusted for age, as well as cognitive performance, social activities and the habit of leaving home. The results allow us to conclude that in addition to the preservation of cognitive performance, to remain physically and socially active, family support is related to the higher survival rate in nonagenarians and centenarians in Brazil.
Palavras-chave: Relações Familiares
Idoso de 80 Anos ou Mais
Análise de Sobrevida
Área(s) do CNPq: CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Sigla da instituição: PUCRS
Departamento: Escola de Medicina
Programa: Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Restrição de acesso: Trabalho será publicado como artigo ou livro
Prazo para liberar texto completo: 24 meses
Data para liberar texto completo: 18/10/2021
URI: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/8952
Data de defesa: 22-Ago-2019
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica

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