Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/6996
Tipo do documento: Dissertação
Título: Aspectos condicionadores do objeto nulo e do pronome pleno em português brasileiro : uma análise da fala infantil
Autor: Ayres, Mônica Rigo 
Primeiro orientador: Buchweitz, Augusto
Primeiro coorientador: Othero, Gabriel de Ávila
Resumo: O quadro pronominal do português brasileiro (PB) vem passando por modificações ao longo do tempo. Desde o século XIX, o clítico acusativo de terceira pessoa (o, a) vem perdendo espaço no conjunto de pronomes (cf. Cyrino (1994/1997), Nunes (1993), Bagno (2011) entre outros). Para retomar elementos anafóricos em posição de objeto direto, a gramática do PB fornece duas estratégias no lugar do clítico: o pronome pleno (ele, ela) e uma categoria vazia, o objeto direto nulo. A escolha pela retomada anafórica de objeto com pronome pleno ou objeto nulo não é aleatória; antes, essa escolha se dá por influência de traços semânticos (e talvez discursivos) do referente da anáfora pronominal. De acordo com a literatura, os traços de [animacidade], [especificidade], [definitude] e [gênero semântico] são os que parecem condicionar o uso entre pronomes plenos e objetos nulos em PB, e é isso que investigaremos em nosso trabalho. Nossa hipótese central é que apenas uma dessas características do referente seja de fato aquela que serve de gatilho para o uso do pronome ou do objeto nulo: o traço de [gênero semântico]. Outra de nossas hipóteses é que o uso de uma categoria vazia na retomada anafórica em posição de objeto (um objeto nulo) é a estratégia default, não marcada em PB (em contrapartida, o uso de um pronome nessa função é a estratégia marcada). Para corroborar nossa hipótese, analisamos a fala de crianças entre as idades de 1 a 9 anos, dos corpora do CEAAL (PUCRS) e PEUL (UFRJ). Nossa hipótese de que o traço de [gênero semântico] é suficiente para explicar o condicionamento de retomadas anafóricas em PB mostrou-se inconclusiva, mas, ainda assim, parece promissora, pois os resultados analisados a partir desse traço dos referentes aparentam polarizar de melhor maneira as retomadas entre objetos nulos e pronomes. Além disso, é mais econômico explicar um fenômeno a partir de um único traço e não de uma combinação de traços. Nossa hipótese de que a maneira não marcada de retomar anaforicamente um objeto nulo em PB é através de uma categoria vazia foi confirmada através dos dados de nosso corpus, e ademais, acreditamos que, na fala infantil, o uso de objetos nulos é generalizado, pois a categoria vazia ocorre em casos nos quais se esperaria pronome.
Abstract: The usage of Brazilian Portuguese pronouns has undergone changes. According to Cyrino (1994/1997), Nunes (1993) and Bagno (2011) among others), since 19st century, the use of the accusative clitic for the third person (o, a) has decreased. To recover an anaphoric element in a direct object position, speakers use two strategies instead of the clitic: the full pronoun (he ‘ele’, she ‘ela’), or the null direct object. The choice of using the full pronoun or null object is not random, before, this choice is made by the influence of semantic features (and maybe discourse features) associated with the referent for the pronominal anaphor. The literature shows that features of animacy, specificity, definiteness and semantic gender condition the use of full pronouns and null objects in Brazilian Portuguese and this is what we investigate in our work. Our central hypothesis is that only one of these referent characteristics may be the one which triggers the use of the full pronoun or null object: it would be the semantic gender feature. Another of our hypothesis is that the use of a null category on anaphoric recapture in object position (a null object) is the default strategy, unmarked in BP (in contrast, the use of a pronoun in this place is the marked strategy). To confirm our hypothesis, we have analyzed the speech of children of 1 to 9 years old, from the corpora CEAAL (PUCRS) and PEUL (UFRJ). Our hypothesis that the semantic gender feature is enough to explain the condition of anaphoric resume in BP proved to be inconclusive, but it seems to be promising, as the results analyzed from the semantic gender of the referents seem to polarize better the recaptures between null objects and full pronouns. Furthermore, it is better to explain a phenomenon by only one trace and not by a combination of features. Our hypothesis that the unmarked way to resume a null object in BP is through an empty category was confirmed after analyzing the data from our corpus, and we believe that on kids’ speech the use of null objects is generalized, because the empty category happens in cases in which we hoped to see a pronoun.
Palavras-chave: LINGUAGEM INFANTIL - SEMÂNTICA
LINGUÍSTICA PORTUGUESA
Área(s) do CNPq: LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Sigla da instituição: PUCRS
Departamento: Faculdade de Letras
Programa: Programa de Pós-Graduação em Letras
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/6996
Data de defesa: 29-Jul-2016
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Letras

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
DIS_MONICA_RIGO_AYRES_COMPLETO.pdfTexto Completo1,09 MBAdobe PDFThumbnail

Baixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.