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Tipo do documento: Tese
Título: Influência do controle de crises no desenvolvimento de crianças com epilepsia : inteligência, comportamento, qualidade de vida e sono
Autor: Tisser, Luciana Alves 
Primeiro orientador: Nunes, Magda Lahorgue
Resumo: Introdução: O impacto cognitivo e comportamental das epilepsias que acometem crianças e adolescentes tem forte relevância clínica e é influenciado por uma série de fatores, tais como a idade de início, a etiologia subjacente, a localização do foco epileptogênico e os efeitos das drogas antiepilépticas em mono ou politerapia. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da epilepsia não controlada e controlada no desenvolvimento cognitivo, comportamental, na qualidade de vida e do sono de crianças e adolescentes. Métodos: Estudo transversal composto por crianças e adolescentes com idade entre 6 e 18 anos, divididos em três grupos, epilepsia não controlada, epilepsia controlada e controles normais. A coleta de dados foi realizada através de revisão de prontuário para alocamento nos grupos. Foram incluídos no grupo das epilepsias não controladas sujeitos que apresentaram pelo menos duas crises mensais nos três meses anteriores do estudo e no grupo das epilepsias controlada sujeitos com ausência de crises há, pelo menos, seis meses. Em entrevista com neuropsicóloga foram aplicados os seguintes testes: a Escala de Inteligência Wechsler Abreviada (WASI), para avaliar capacidade intelectual; Inventário de Comportamentos da Infância e Adolescência (CBCL) para avaliação comportamental; Questionário de Qualidade de Vida para crianças com epilepsia (QVCE50) para avaliação da qualidade de vida; e Questionário sobre hábitos e qualidade de sono, para avaliar características do sono. Resultados: A amostra foi composta por70 pacientes, 33 do sexo masculino (47,1%) e 37 (52,9%) do sexo feminino, cuja média de idade foi de 12,2 anos (desvio padrão de 3,2 anos), todos de classe socioeconômica baixa. Grupo com epilepsia com crise não controladas (n=22), média de idade 13,0±3, 45,5% do sexo feminino. Grupo com epilepsia e crises controladas (n= 18), média de idade 12,3±3,8, 22,2% do sexo feminino. Grupo-controle (n=30), média de idade de 11,5±2,9, 76,7% do sexo feminino. Os pacientes do grupo-controle apresentaram média de QI 93,07, diferindo de forma significativa dos grupos com epilepsia (p=<0,001). Os pacientes com epilepsias não controladas apresentaram QI 57,21 e os com epilepsias controladas QI 61,44.O grupo com epilepsias não controladas apresentou mais problemas comportamentais quando comparado aos outros grupos. No grupo de epilepsias não controladas houve correlação entre qualidade de vida e início das crises (r=0,58, P=0,036) e tempo de epilepsia (r=-0,60, P=0,014). No grupo de epilepsias controladas, houve correlação entre a competência social do CBCL e o tempo de epilepsia (r=-0,62 P=0,011). Em ambos os grupos de epilepsia houve correlação entre competência total do CBCL e o início das crises, respectivamente r=0,55, P=0,029 nas não controladas e r=0,51, P=0,035nas controladas. A avaliação do sono evidenciou de forma significativa pior qualidade em ambos os grupos com epilepsia quando comparados ao grupo de crianças saudáveis. Houve diferença significativa na qualidade de vida entre os dois grupos de epilepsia, apresentando piora no grupo não controlado. Conclusão: Epilepsias com crises não controladas que ocorrem em crianças e adolescentes tem um impacto negativo em diversas áreas do desenvolvimento e na qualidade de vida.
Abstract: Introduction: The cognitive and behavioral impact of epilepsies affecting children and adolescents has a strong clinical relevance and is influenced by a number of factors, such as age of onset, underlying etiology, location of epileptogenic focus and effects of antiepileptic drugs on monotherapy or polytherapy. The aim of this study was to evaluate the impact of uncontrolled and controlled epilepsy on the cognitive and behavioral development, quality of life and sleep of children and adolescents. Methods: Cross-sectional study comprising children and adolescents aged between 6 and 18 years, divided into three groups, uncontrolled epilepsy, controlled epilepsy and normal controls. Data were collected by reviewing medical records for allocation to groups. Uncontrolled subjects who had at least two monthly crises over three months prior to the study were included in the uncontrolled epilepsy group and subjects without seizures for at least six months were included in the controlled epilepsy group. In an interview with a neuropsychologist, the following tests were applied: the Wechsler Abbreviated Scale of Intelligence (WASI) to evaluate intellectual capacity; Child and Adolescent Behavior Inventory (CABI) for behavioral assessment; Quality of Life Questionnaire for children with epilepsy (QVCE50) to assess quality of life; and Children’s Sleep Habits Questionnaire to evaluate sleep characteristics. Results: The sample consisted of 70 patients, 33 males (47.1%) and 37 (52.9%) females whose average age was 12.2 years (standard deviation 3.2 years), all from a low socioeconomic class. Epilepsy group with uncontrolled seizures (n = 22), mean age 13.0 ± 3, 45.5% of females. Epilepsy group with controlled seizures (n = 18), mean age 12.3 ± 3.8, 22.2% of females. Control group (n = 30), mean age 11.5 ± 2.9, 76.7% of females. Patients in the control group had a mean IQ of 93.07, differing significantly from the epilepsy groups (P = <0.001). Patients with uncontrolled epilepsies had an IQ of 57.21, and those with controlled epilepsies showed an IQ of 61.44. The uncontrolled epilepsy group presented more behavioral problems when compared with the other groups. In the uncontrolled epilepsy group, there was a correlation between quality of life and onset of seizures (r = 0.58, P = 0.036) and epilepsy time (r = -0.60, P = 0.014). In the controlled epilepsy group, there was a correlation between the CBCL social competence score and epilepsy time (r = -0.62 P = 0.011). In both epilepsy groups there was a correlation between the CBCL total competence score and onset of seizures, r=0.55, P=0.029 in uncontrolled epilepsies and r=0.51, P=0.035 in controlled epilepsies, respectively. Sleep assessment showed a significantly worse quality in both epilepsy groups compared to healthy children. There was a significant difference in quality of life between the two epilepsy groups, the uncontrolled group showing a worse result. Conclusion: Epilepsies with uncontrolled seizures occurring in children and adolescents have a negative impact on several areas of development and on quality of life.
Palavras-chave: EPILEPSIA
COGNIÇÃO
ADOLESCENTES
CRIANÇAS
QUALIDADE DE VIDA
NEUROCIÊNCIA
MEDICINA
Área(s) do CNPq: CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Sigla da instituição: PUCRS
Departamento: Faculdade de Medicina
Programa: Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/6682
Data de defesa: 14-Mar-2016
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde

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