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Tipo do documento: Dissertação
Título: Cosmovisões, ancestralidades e memórias que não querem calar nos rugidos da onça, de Micheliny Verunschk
Autor: Names, Patrícia 
Primeiro orientador: Baladão, Janaína de Azevedo
Resumo: Toda obra literária traz em si uma perspectiva de mundo, ou seja, um modo de pensar e ver a realidade. Nesse sentido, a partir de um recorte específico para esta dissertação, o presente trabalho busca explorar o modo como Micheliny Verunschk (2021) desenvolve seu argumento, na obra O som do rugido da onça, tomando como base a chegada de dois naturalistas alemães que desembarcaram no Rio de Janeiro, em 1817, os quais, a partir da relação construída entre eles e os indígenas do povo Miranha do Brasil, começam a buscar e adquirir artefatos considerados significativos da cultura brasileira, para levar para a Alemanha do século XIX. Para o povo Miranha, a onça é a deusa da caça, aquela que todos devem temor e respeito, porque a onça permite que os indígenas vivam em seus domínios. A personagem Iñe-e, personagem principal da obra, era muito pequena, quando desapareceu do seu povo, sendo encontrada somente horas depois, na beira de um rio, em companhia da onça chamada Tipai uu. A menina estava intacta e foi a partir daí que começaram as desconfianças do pai da criança, o tuxaua João Manoel, de que a criança havia feito um pacto com a onça e, por conta disso, Iñe-e era, agora, inimiga como a onça. Partindo deste enredo inicial, nesta dissertação, analiso os aspectos em que a obra se desenvolve para falar das cosmovisões e das ancestralidades dos povos originários do Brasil, como, por exemplo, no caso do nascimento da onça Tipai uu e da origem do “onçamento” da menina indígena Iñe-e. Também analiso os ensinamentos míticos da Onça Grande, como xamã e protetora, aquela que tem o poder de navegar entre o passado, o presente e o futuro. No capítulo intitulado de “As memórias do rio” analiso as narrativas e as confluências do rio Izar, de Munique, personagem e narrador na obra. Além disso, ao analisar a transformação do personagem menino Juri em menino-peixe e de Iñe-e em menina-onça, busco falar sobre aquilo que Nêgo Bispo (2023, p. 30) chamou de seres “diversais”, ou “cosmológicos”, que são aqueles que querem apenas viver se tornando cada vez mais conectados aos vários ecossistemas, às várias espécies e a vários reinos. Já no capítulo nomeado de “A onça na cidade”, exponho as minhas ideias sobre a chegada da onça na cidade, abordando, em conjunto, o enredo da personagem Josefa, personagem brasileira, contemporânea, criada como metáfora do Brasil, conforme afirmou a própria escritora Micheliny Verunschk (2023). Para tanto, são estudados alguns teóricos que discorreram largamente sobre o assunto, como Ailton Krenak (2020, 2021, 2022, 2023), Davi Kopenawa (2015), Kaká Werá Jecupé (2020) e Linda Tuhiwai Smith (2018).
Abstract: Toda obra literaria trae consigo una perspectiva del mundo, es decir, una forma de pensar y ver la realidad. En este sentido, desde un punto de vista específico para esta disertación, este trabajo pretende explorar cómo Micheliny Verunschk (2021) desarrolla su argumento en O som do roido da onça (El sonido del rugido del jaguar), basado en la llegada de dos naturalistas alemanes que desembarcaron en Río de Janeiro en 1817, quienes, a partir de la relación construida entre ellos y el pueblo indígena Miranha de Brasil, comenzaron a buscar y adquirir artefactos considerados significativos para la cultura brasileña, para llevarlos a Alemania en el siglo XIX. Para el pueblo miranha, el jaguar es la diosa de la caza, a la que todos deben temer y respetar, porque el jaguar permite a los indígenas vivir en sus dominios. La protagonista, Iñe-e, era muy joven cuando desapareció de su pueblo, para ser encontrada horas después a orillas de un río en compañía de un jaguar llamado Tipai uu. La niña estaba intacta y fue a partir de entonces cuando el padre de la niña, el tuxaua João Manoel, empezó a sospechar que la niña había hecho un pacto con el jaguar y, como consecuencia, Iñe-e era ahora un enemigo como el jaguar. Partiendo de esta trama inicial, en esta disertación analizo los aspectos en los que se desarrolla la obra para hablar de las cosmovisiones y ancestros de los pueblos indígenas de Brasil, como el nacimiento del jaguar Tipai uu y el origen del "onçamento" de la niña indígena Iñe-e. También analizo las enseñanzas míticas del Gran Jaguar, como chamán y protector que tiene el poder de navegar entre el pasado, el presente y el futuro. En el capítulo titulado "Las memorias del río" analizo las narraciones y confluencias del río Izar, Múnich, personaje y narrador en la obra. Además, al analizar la transformación del personaje niño Juri en niño-pez y de Iñe-e en niña-pez, intento hablar de lo que Nêgo Bispo (2023, p. 30) llamó seres "diversales" o "cosmológicos", que son aquellos que sólo quieren vivir conectándose cada vez más con los diversos ecosistemas, especies y reinos. En el capítulo titulado "El jaguar en la ciudad", expongo mis ideas sobre la llegada del jaguar a la ciudad, abordando conjuntamente la trama del personaje Josefa, un personaje brasileño contemporáneo, creado como metáfora de Brasil, según afirma la escritora Micheliny Verunschk (2023). Para ello, se estudian algunos teóricos que han hablado ampliamente sobre el tema, como Ailton Krenak (2020, 2021, 2022, 2023), Davi Kopenawa (2015), Kaká Werá Jecupé (2020) y Linda Tuhiwai Smith (2018).
Palavras-chave: O Som do Rgido da Onça
Cosmovisões
Ancestralidades
Memórias
Povos Indígenas
Área(s) do CNPq: LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Sigla da instituição: PUCRS
Departamento: Escola de Humanidades
Programa: Programa de Pós-Graduação em Letras
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Restrição de acesso: Trabalho não apresenta restrição para publicação
URI: https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/11209
Data de defesa: 26-Fev-2024
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Letras

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