Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/10315
Tipo do documento: Tese
Título: A dimensão agonística da teoria do reconhecimento em Axel Honneth
Autor: Oliveira, Luthyana Demarchi de 
Primeiro orientador: Oliveira, Nythamar Hilario Fernandes de
Resumo: Na filosofia política contemporânea, a Teoria Crítica tem buscado uma atitude crítica sobre a própria teoria social frente às novas tarefas de realizar um diagnóstico das patologias e potenciais emancipatórios das sociedades contemporâneas. Nesse sentido, a Teoria do Reconhecimento proposta por Axel Honneth procura ser o referencial teórico de um modelo avaliativo dos conflitos sociais contemporâneos através de um conceito moral de luta social. Trata-se do reconhecimento intersubjetivo da identidade inerente à vida social, na qualidade de uma tensão. Para tanto, o processo intersubjetivo de reconhecimento mútuo se projeta para dentro das formas de vida. Assim, as relações éticas de uma sociedade são representadas por formas de uma intersubjetividade prática, ou seja, um movimento de reconhecimento entre sujeitos que consiste num processo de etapas de reconhecimento e de conflito ao mesmo tempo. Nesse contexto, o modelo de conflito apresentado tem como finalidade interpretar o processo de formação social, pois o conflito é uma forma de interação humana que pode ou não ser caracterizado como uma luta. Consequentemente, defendo que o conflito é gerado por uma ausência ou não de reconhecimento e deve ser interpretado sob as mais diversas realidades, numa dimensão agonística, ou seja, respeitando o outro como legítimo em sua pretensão. Por isso, a tese é fundamentada pelo modelo agonístico da cientista política Chantal Mouffe. Para a autora, o conflito necessita adotar uma forma que não destrua a associação política, significa que algum tipo de ligação deve existir entre as partes em conflito, de forma a não considerar seus oponentes como inimigos nem suas exigências ilegítimas. Esse tipo de relação Mouffe chama de “agonismo”, que significa uma relação nós/eles entre partes em conflito que reconhecem a legitimidade do seu oponente como “adversários” e não “inimigos”. Assim, adoto o discurso agonístico, aqui interpretado como reconhecimento, que leva, assim, a um profundo respeito e preocupação pelo outro. Nesse sentido, o conflito é essencial para o crescimento e o desenvolvimento da personalidade, por gerar vivências e experiências valiosas para o indivíduo em seu ciclo de vida. O conflito representa uma interação que faz com que os sujeitos se reconheçam mutuamente no respectivo outro. No primeira parte da tese, através do contexto histórico da teoria crítica, chega-se a sua reatualização na sociedade contemporânea. Desse modo, delimita-se as premissas da reconstrução normativa, bem como o contexto conflitivo apresentando a dimensão agonística. Na segunda parte, analisando a noção de conflitos e seus aspectos reflexivos-críticos, apresenta-se o modelo agonístico de Chantal Mouffe, de modo a verificar a dimensão agonística na teoria do reconhecimento. E, na última parte, investiga-se a categoria do “reconhecimento”, em particular a teoria proposta por Axel Honneth, percorrendo a reatualização em Hegel e as esferas de reconhecimento, apontando, ainda, as formas de desrespeitos e/ou não-reconhecimentos na conjuntura atual. Assim sendo, o conflito é um movimento de interação humana, o qual provoca os sujeitos a se reconhecerem mutuamente e, desse modo, a análise da dimensão agonística se faz necessária como reflexão e crítica para a teoria do reconhecimento.
Abstract: In contemporary political philosophy, Critical Theory has sought a critical attitude towards social theory itself in the face of the new tasks of carrying out a diagnosis of the pathologies and emancipatory potentials of contemporary societies. In this sense, the Theory of Recognition proposed by Axel Honneth seeks to be the theoretical framework for an evaluative model of contemporary social conflicts through a moral concept of social struggle. It is about the intersubjective recognition of the identity inherent to social life, as a tension. For this, the intersubjective process of mutual recognition is projected into the forms of life. Thus, the ethical relations of a society are represented by forms of practical intersubjectivity, that is, a movement of recognition between subjects that consists of a process of recognition and conflict stages at the same time.In this context, the conflict model presented aims to interpret the process of social formation, since conflict is a form of human interaction that may or may not be characterized as a struggle. Consequently, I argue that conflict is generated by an absence or not of recognition and must be interpreted under the most diverse realities, in an agonistic dimension, that is, respecting the other as legitimate in his claim. Therefore, the thesis is based on the agonistic model of the political scientist Chantal Mouffe. For the author, the conflict needs to adopt a form that does not destroy the political association, it means that some kind of connection must exist between the parties in conflict, in a way that neither their opponents are considered enemies nor their illegitimate demands. This type of relationship Mouffe calls “agonism”, which means an us/them relationship between conflicting parties who recognize their opponent's legitimacy as “adversaries” and not “enemies”. Thus, I adopt the agonistic discourse, here interpreted as recognition, which leads, thus, to a deep respect and concern for the other. In this sense, conflict is essential for the growth and development of the personality, as it generates valuable experiences for the individual in his/her life cycle. Conflict represents an interaction that makes the subjects mutually recognize each other in the respective other. In the first part of the thesis, through the historical context of critical theory, its re-updating in contemporary society is reached. In this way, the premises of normative reconstruction are delimited, as well as the conflictive context presenting the agonistic dimension. In the second part, analyzing the notion of conflicts and its reflexive-critical aspects, Chantal Mouffe's agonistic model is presented, in order to verify the agonistic dimension in the theory of recognition. And, in the last part, the category of “recognition” is investigated, in particular the theory proposed by Axel Honneth, covering the reactualization in Hegel and the spheres of recognition, also pointing out the forms of disrespect and/or non-recognition. in the current juncture. Therefore, conflict is a movement of human interaction, which causes subjects to recognize each other and, thus, the analysis of the agonistic dimension is necessary as a reflection and criticism for the theory of recognition.
Dans la philosophie politique contemporaine, la Théorie critique a recherché une attitude critique envers la théorie sociale elle-même face aux nouvelles tâches de diagnostic des pathologies et des potentiels émancipateurs des sociétés contemporaines. En ce sens, la théorie de la reconnaissance proposée par Axel Honneth se veut le cadre théorique d'un modèle évaluatif des conflits sociaux contemporains à travers une conception morale de la lutte sociale. C'est la reconnaissance intersubjective de l'identité inhérente à la vie sociale, comme tension. Pour cela, le processus intersubjectif de reconnaissance mutuelle est projeté dans les formes de vie. Ainsi, les relations éthiques d'une société sont représentées par des formes d'intersubjectivité pratique, c'est-à-dire un mouvement de reconnaissance entre sujets qui consiste à la fois en un processus de reconnaissance et en des phases conflictuelles.Dans ce contexte, le modèle de conflit présenté vise à interpréter le processus de formation sociale, puisque le conflit est une forme d'interaction humaine qui peut ou non être caractérisée comme une lutte. Par conséquent, je soutiens que le conflit est généré par une absence ou non de reconnaissance et doit être interprété sous les réalités les plus diverses, dans une dimension agonistique, c'est-à-dire en respectant l'autre comme légitime dans sa revendication. La thèse s'appuie donc sur le modèle agonistique de la politologue Chantal Mouffe. Pour l'auteur, le conflit doit adopter une forme qui ne détruit pas l'association politique, cela signifie qu'une sorte de connexion doit exister entre les parties en conflit, de manière à ce que ni leurs adversaires ne soient considérés comme des ennemis ni leurs revendications illégitimes. Ce type de relation que Mouffe appelle « agonisme », c'est-à-dire une relation nous/eux entre des parties en conflit qui reconnaissent la légitimité de leur adversaire en tant qu'« adversaires » et non « ennemis ». Ainsi, j'adopte le discours agonistique, ici interprété comme reconnaissance, qui conduit, ainsi, à un profond respect et souci de l'autre. En ce sens, le conflit est essentiel pour la croissance et le développement de la personnalité, car il génère des expériences précieuses pour l'individu dans son cycle de vie. Le conflit représente une interaction qui fait que les sujets se reconnaissent mutuellement dans l'autre respectif. Dans la première partie de la thèse, à travers le contexte historique de la théorie critique, on atteint sa réactualisation dans la société contemporaine. De cette façon, les prémisses de la reconstruction normative sont délimitées, ainsi que le contexte conflictuel présentant la dimension agonistique. Dans une seconde partie, analysant la notion de conflits et ses aspects réflexifs-critiques, le modèle agonistique de Chantal Mouffe est présenté, afin de vérifier la dimension agonistique dans la théorie de la reconnaissance. Et, dans la dernière partie, la catégorie de « reconnaissance » est investiguée, en particulier la théorie proposée par Axel Honneth, couvrant la réactualisation chez Hegel et les sphères de la reconnaissance, pointant également les formes d'irrespect et/ou de non-reconnaissance. dans la conjoncture actuelle. Par conséquent, le conflit est un mouvement d'interaction humaine, qui amène les sujets à se reconnaître et, par conséquent, l'analyse de la dimension agonistique est nécessaire en tant que réflexion et critique de la théorie de la reconnaissance.
Palavras-chave: Teoria Crítica
Conflito
Agonística
Teoria do Reconhecimento
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Sigla da instituição: PUCRS
Departamento: Escola de Humanidades
Programa: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Restrição de acesso: Trabalho não apresenta restrição para publicação
URI: https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/10315
Data de defesa: 31-Mar-2022
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Filosofia

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
LUTHYANA_DEMARCHI_DE_OLIVEIRA_Tes.pdfLUTHYANA_DEMARCHI_DE_OLIVEIRA_TES1,78 MBAdobe PDFThumbnail

Baixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.