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Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/7917
Tipo do documento: Tese
Título: A comprehensive clinical and neuroimaging approach of sex differences in crack cocaine use disorder
Autor: Vieira, Breno Sanvicente 
Primeiro orientador: Grassi-Oliveira, Rodrigo
Primeiro coorientador: Franco, Alexandre Rosa
Resumo: No Brasil, cerca de 1.4% da população refere já ter feito uso de cocaína através de sua forma fumada (crack). O uso da droga gera repercussões sociais e econômicas para a sociedade, além de ser um grave problema de saúde relacionado, inclusive, com a morte precoce. Considerando o Transtorno por Uso de Cocaína (TUC) a manifestação patológica relacionada ao uso da droga, alguns dos desfechos desfavoráveis incluem: maiores taxas de infecção por HIV e HCV; problemas judiciais e familiares, além maior prevalência de transtornos mentais em comorbidade. Iniciativas científicas estimulam que propostas baseadas em evidências sejam realizadas na tentativa de melhores resultados para o tratamento e prevenção do TUC. Neste sentido, maiores aprofundamentos em lacunas do conhecimento na área são importantes. Assim, homens e mulheres possuem fatores de vulnerabilidade ao uso da droga distintos: Mais homens usam cocaína (proporção de 3:1), mas mulheres apresentam uma evolução mais rápida ao TUC após o início do uso. O curso da doença também é diferente, mulheres sentem mais fissura pela droga, enquanto homens tem mais consequências relacionadas a crimes violentos. Assim sendo, iniciativas científicas destacam a necessidade de integração de modelos biopsicossociais, que levem em conta as características individuais, mas que também considerem transtornos aditivos “doenças do cérebro”, favorecendo a interdisciplinaridade entre antigas e robustas bases teóricas e avanços tecnológicos. Neste sentido, o objetivo desta tese foi investigar diferenças entre homens e mulheres usuários de crack. Para tanto, dois estudos foram realizados com grupos de portadores de TUC internados para desintoxicação do uso de crack, tendo sempre um grupo de homens (TUC-H) e outro de mulheres (TUC-M). No Estudo 1, o objetivo foi traçar um claro perfil de diferenças psicossociais e de gravidade do uso de drogas, enquanto no Estudo 2 o objetivo foi identificar a existência de diferenças em um nível de funcionamento cerebral. O Estudo 1 teve 798 TUC-H e 546 TUC-M. Resultados identificaram robustas diferenças, com TUC-H possuindo uma história mais grave de uso de álcool, bem como uma maior prevalência para o transtorno por uso de álcool. Em contrapartida, TUC-M apresentam uma idade mais precoce do início do uso de crack, maior severidade do uso de drogas em geral, prejuízos mais significativos nas esferas de trabalho e família, além taxas mais altas de prevalência de transtornos mentais (em especial transtornos relacionados a trauma e estresse). No Estudo 2, com 80 participantes além dos grupos TUC-H (n = 20) e TUC-M (n=20), participaram 20 homens saudáveis e 20 mulheres saudáveis. O método utilizado foi um exame de Ressonância Magnética funcional (fMRI) em estado de repouso (rs-fMRI). Rs-fMRI permite avaliar associações na flutuação do sinal BOLD (blood oxygen-level dependente, do inglês nível dependente de oxigênio no sangue), que é uma medida indireta de consumo energético, entre áreas cerebrais anatomicamente distintas, o que é aceito como um dado de conectividade funcional (CF). Os resultados indicaram que de maneira geral, TUC-H apresentam um aumento na CF entre diferentes redes cerebrais, enquanto TUC-F apresentam redução na CF. Com base nos resultados, a tese conclui que homens e mulheres usuários de crack apresentam diferenças em características que permeiam todos os domínios biopsicossociais, o que deve ser considerado ao levar em conta interpretações de estudos na área e, principalmente, ao planejarem-se possíveis intervenções no futuro. Portanto, espera-se que modelos sexo-específicos para o uso de cocaína e do TUC sejam formulados, bem como que intervenções, pesquisas e inclusive políticas de saúde pública considerem possíveis diferenças em suas fundamentações.
Abstract: In Brazil, 1.4% of the population reports lifetime use of smoked cocaine (crack). The use of the drug relates to social and economic issues for society and poses serious health problems, including early death. Crack cocaine use disorder (CUD) is the medical condition which refers the pathological use of the drug. CUD relates to several negative outcomes such as higher rates of HIV and HCV infections, familiar problems and crime involvement, in addition to a higher prevalence of concurrent mental disorders. Scientific agendas promote evidence-based studies as a need for better therapeutics. In this regard, some gaps in the field require attention. In this line, distinct factors confer vulnerability for crack cocaine use in males and females: more males use the drug (a 3:1 proportion), but females show a faster transition from initial drug use to CUD. The course of the disease also show differences; females report a higher craving for the drug, while males have more frequent involvement with violent crimes. Thus, scientific commitments highlight a calling for the integration of those biopsychosocial models that consider individual characteristics in addition to those who consider addictive disorders as “brain diseases.” A more consistent interdisciplinary integration of knowledge from classical theories in combination with advances provided for technologic methods is a promising route. Hence, the aim of this doctoral thesis was to investigate sex differences in crack cocaine users. To address the main objective, the thesis has two studies with groups of participants diagnosed with CUD and hospitalized for drug detoxification. These two groups were one of males (CK-M) and a second of females (CK-F). Study 1 had as its objective to get a picture of sex differences in the psychosocial profile. Study 2 had as its objective the identification of sex differences in brain functioning level. Study 1 had 798 CK-M and 546 CK-F. Results consistently revealed CK-M as having a more severe alcohol use history and higher rates of concurrent alcohol use disorder than CK-F. On the other hand, CK-F showed an earlier crack cocaine use onset, higher drug use severity, and more familiar and work problems along with a higher prevalence for lifetime mental disorders. Particularly, CK-F showed higher rates for trauma and stress. Study 2 had a sample of 80 participants: CK-M (n = 20), CK-F (n = 20), a group of males (HC-M, n = 20), and another of healthy female controls (HC-F, n = 20). Participants did a resting-state functional magnetic resonance imaging (rs-fMRI) scan. The method makes it possible to investigate temporal associations between nonspatially related brain areas by using as a measure fluctuations in the blood oxygen-level dependent (BOLD) level. It is an indirect measure of energy consumption, and by testing those correlations, functional connectivity (FC) can be investigated. Results supported CK-M as having an overall higher intra- and internetwork FC, while CK-F showed an overall lower FC in this regard. Taking both studies, the conclusions of this thesis point toward the existence of sex differences in all biopsychosocial domains. Thus, the interpretation of studies in crack cocaine use, particularly those testing interventions, need to resemble the possible existence of sex differences. Therefore, a hope from studies like this is that sex-specific models for crack cocaine use and CUD emerge and become tested. Similarly, possible interventions, also need to be aware of such backgrounds and consider possible sex differences when developing interventions, researches and public health policies as well.
Palavras-chave: Cocaine
Crack
Sex
Functional Connectivity
Psychopathology
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
Idioma: eng
País: Brasil
Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Sigla da instituição: PUCRS
Departamento: Escola de Ciências da Saúde
Programa: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Restrição de acesso: Trabalho será publicado como artigo ou livro
Prazo para liberar texto completo: 60 meses
Data para liberar texto completo: 03/04/2023
URI: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/7917
Data de defesa: 7-Mar-2018
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Psicologia

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