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Tipo do documento: Dissertação
Título: Estresse de minoria, fatores familiares e saúde mental em homens homossexuais
Autor: Lawrence, Priscila 
Primeiro orientador: Habigzang, Luísa Fernanda
Resumo: O estigma sexual negativo e a exposição a manifestações de preconceito podem levar a consequências negativas para a saúde mental e o bem-estar de indivíduos homossexuais. A teorização sobre tais impactos levou à formulação do modelo de estresse de minoria (minority stress) e a estudos que investigam o papel desempenhado pela família frente a essas experiências. Esta dissertação de Mestrado tem o objetivo geral de verificar e compreender relações entre exposição a preconceito e violência, fatores familiares e problemas de saúde mental em homens homossexuais. Para tanto, foram desenvolvidos dois estudos empíricos. O Estudo 1, intitulado “Estresse de Minoria, Estilos Parentais, Maus Tratos e Saúde Mental em Homens Homossexuais”, teve o objetivo de investigar a relação entre estresse de minoria, estilos parentais, histórico de maus tratos na infância e indicadores de problemas de saúde mental em uma amostra composta por homens adultos homossexuais. O delineamento do estudo foi quantitativo, transversal, correlacional e retrospectivo. Participaram 101 homens brasileiros autoidentificados como homossexuais e com idades entre 18 e 55 anos. Os instrumentos incluíram: a) Questionário de dados sociodemográficos; b) Escala de Estigma Imposto; c) Escala Reduzida de Homonegatividade Internalizada; d) Inventário de Encobrimento da Identidade Sexual; e) Escala de Estilos Parentais Responsividade e Exigência; f) Maltreatment and Abuse Chronology of Exposure Scale (MACE); g) Depression Anxiety Stress Scale (DASS-21). De modo geral, os resultados indicaram que a maioria dos participantes já havia sido vítima de manifestações de preconceito e violência motivadas pela orientação sexual. Por meio das análises de correlação, identificou-se que a responsividade dos pais ou cuidadores se associou à menor ocorrência de maus tratos na infância, experiências de estigma imposto e depressão na idade adulta. Embora as médias tenham apontado para baixos indicadores de problemas de saúde mental, o encobrimento da identidade sexual foi preditor de depressão, ansiedade e estresse. Verificou-se, também, que os maus tratos perpetrados por pares também contribuíram para explicar o estresse. Já o Estudo 2, intitulado “Revelação da Orientação Sexual, Preconceito e Violência: Qual o Papel dos Pais?”, objetivou compreender o processo de revelação da orientação sexual, experiências de preconceito e violência motivadas pela orientação sexual e percepções sobre o papel dos pais frente a essas situações vivenciadas por homens adultos homossexuais. O delineamento do estudo foi qualitativo e exploratório. Participaram sete homens autoidentificados como homossexuais e com idades entre 19 e 33 anos. Os participantes responderam a uma entrevista semi-estruturada que ocorreu individualmente. A análise foi realizada por meio da Análise Temática. A partir das entrevistas pôde-se identificar que os participantes do estudo realizaram a revelação da orientação sexual de forma voluntária para os pais. As reações iniciais dos pais foram consideradas negativas, sendo que a maioria não ofereceu suporte emocional aos filhos. As experiências de preconceito e violência iniciavam na infância e faziam parte do cotidiano dos entrevistados na forma de deboches, humilhações e agressões físicas. Apesar de gerarem sentimentos de raiva e tristeza, temas relacionados ao preconceito e à violência não eram tratados com os pais.
Abstract: Sexual stigma and exposure to prejudice can have a negative impact on mental health and well-being of homosexual men. Theorizing about such impacts led to formulation of the minority stress model and studies that investigate the role played by family in relation to these experiences. This dissertation has the aim of verify and understand associations between exposure of prejudice and violence, family factors and mental health problems in homosexual men. Two empirical studies were developed. Study 1, entitled “Minority Stress, Parenting Stiles, Child Abuse and Mental Health in Homosexual Men”, aimed to investigate the association between minority stress, parenting styles, child abuse and indicators of mental health problems among homosexual men. The study design was quantitative, cross-sectional, correlational and retrospective. One hundred and one brazilian men self-identified as homosexual with ages between 18 and 55 were participants. Instruments included: a) Sociodemographic questionnaire; b) Enacted Stigma Scale; c) Shortened Internalized Homonegativity Scale; d) Concealment of Sexual Identity Inventory; e) Respondingness and Demandingness Parental Styles Scale; f) Maltreatment and Abuse Chronology of Exposure Scale (MACE); g) Depression Anxiety Stress Scale (DASS-21). Descriptive analyzes indicated that the majority of participants had already been victims of prejudice based on sexual orientation. Through correlation analyses, it was identified that the responsiveness of parents or caregivers was associated with lower incidence of child abuse, experiences of enacted stigma and depression in adulthood. Although the averages pointed to low indicators of mental health problems, concealment of sexual identity was a predictor of depression, anxiety and stress. It was also verified that mistreatment perpetrated by pairs contributed to explain stress. Study 2, entitled “Disclosure of Sexual Orientation, Prejudice and Violence: What is the Role of Parents?” aimed to understand the process of disclosure of sexual orientation, experiences of prejudice and violence motivated by sexual orientation and perceptions about parent’s role in relation to these situations. The study was qualitative and exploratory. Seven men self-identified as homosexual with ages between 19 and 33 were participants. Participants answered a semi-structural interview that occurred individually. The analyses were performed through Thematic Analysis. It was identified that the disclosure of sexual orientation to parents was conducted voluntarily and involved the need to share a central aspect of personal identity. Initial reactions of parents were negative, with the majority failing to provide emotional support to their children. Prejudice and violence began in childhood and were part of the daily life of participants in the form of tricks, humiliations and physical abuse. Although they generated feelings of anger and sadness, issues related to prejudice and violence were not treated with parents.
Palavras-chave: Homossexualidade
Preconceito
Violência
Estresse de Minoria
Família
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Sigla da instituição: PUCRS
Departamento: Escola de Humanidades
Programa: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/7425
Data de defesa: 9-Mar-2017
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Psicologia

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