@PHDTHESIS{ 2020:527016000, title = {Efeitos de modelos experimentais de estressores precoces ao longo do desenvolvimento nos comportamentos ansiosos e na cognição}, year = {2020}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/9295", abstract = "A exposição a estressores em fases iniciais e sensíveis do desenvolvimento tem sido discutida ao longo das últimas décadas como um fator ambiental capaz de influenciar múltiplos processos do desenvolvimento cerebral. As consequências negativas dos efeitos do estresse precoce e da sua influência sobre o neurodesenvolvimento podem ser observadas através da manifestação de distintos fenótipos comportamentais e cognitivos. Ainda, a exposição precoce a eventos adversos de vida é considerada fator de risco para o desenvolvimento de diferentes transtornos psiquiátricos, como transtornos de ansiedade, de humor e por uso de substância. Diversos mecanismos moleculares e neurobiológicos vêm sendo investigados e apontados como potenciais mediadores de tais alterações e do aumento da vulnerabilidade dos indivíduos para manifestação de transtornos psiquiátricos mais tarde na vida. Regiões cerebrais específicas tornaram-se foco de estudo especialmente por serem extremamente sensíveis aos efeitos de estressores. O córtex pré-frontal, neste sentido, aparece como região chave para os efeitos do estresse precoce uma vez que está implicado na fisiopatologia de vários destes transtornos. Outro fator importante que têm recebido especial atenção é o fato de nem todos indivíduos responderem da mesma forma a exposição precoce ao estresse. Alguns indivíduos expostos a estressores revelam efeitos deletérios e negativos a longo prazo, enquanto uma parcela significativa não revela efeitos negativos aparentes frente a tal exposição. A investigação de possíveis mecanismos e fatores responsáveis pelas respostas de vulnerabilidade e resiliência ao estresse passou a ser temática de estudos na área. No entanto, ainda não se possui clareza de quais seriam os alvos e vias centrais responsáveis por conduzir a tais respostas. Em razão disso, a presente tese se propôs a investigar experimentalmente os efeitos de estressores em diferentes períodos de vulnerabilidade do desenvolvimento, infância e adolescência, em desfechos comportamentais relacionados à ansiedade, cognitivos relacionados à memória de trabalho e de reconhecimento e relacionados à resposta 16 neuroendócrina em camundongos machos na idade adulta. Ainda, procurou-se investigar possíveis mecanismos associados a fatores de vulnerabilidade e resiliência em resposta ao estresse precoce a partir de análises de expressão gênica em alvos específicos. Para tanto, dois estudos experimentais distintos foram realizados a partir de paradigmas de estresse precoce. O Estudo 1 teve como objetivo investigar os efeitos de estressores na infância e adolescência, por meio de um modelo de second hit, em comportamentos de ansiedade e em alvos relacionados a resposta neuroendócrina na idade adulta. O Estudo 2 teve por objetivo investigar os efeitos do estresse precoce, por meio da separação materna (SM), na memória de trabalho e memória de reconhecimento, além do papel da expressão de genes relacionados a sinalização dopaminérgica no córtex pré-frontal medial. Além disso, buscou investigar possíveis diferenças na resposta ao estresse contemplando um desenho experimental que distinguiu animais responsivos e não responsivos (vulneráveis e resilientes) aos efeitos do estresse no início da vida. Os resultados, de forma geral, revelaram efeitos deletérios do estresse em diferentes períodos do desenvolvimento sobre o comportamento e cognição dos animais. O Estudo 1 mostrou, por exemplo, efeitos pronunciados do estresse na adolescência sobre os comportamentos de ansiedade e resposta neuroendócrina. O modelo de second hit, por sua vez, parece ter conduzido a uma resposta atenuada destes desfechos. Já o Estudo 2 revelou prejuízos de memória de trabalho e memória de reconhecimento nos animais considerados vulneráveis aos efeitos da SM. Alterações biomoleculares na expressão gênica de alvos específicos na região do córtex pré-frontal medial foram encontradas em ambos os estudos. A expressão de receptores GR e MR subjacentes ao eixo HPA teve um efeito significativo da exposição aos estressores combinados na infância e adolescência, no Estudo 1, mostrando-se aumentada; enquanto, no Estudo 2, foram evidenciados aumento da expressão de receptores dopaminérgicos (DRD1 e DRD2) nos animais vulneráveis aos efeitos do estresse na infância. Com base nos achados dos estudos empíricos, a presente tese foi 17 capaz de concluir que estressores ao longo do desenvolvimento possuem efeitos distintos, combinados ou de forma isolada, em desfechos comportamentais, cognitivos e de expressão gênica, sugerindo que o período do desenvolvimento e os efeitos cumulativos de repetidas exposições são fatores contribuintes para diferenças na resposta ao estresse precoce. Além disso, os resultados reforçam diferenças individuais na resposta ao estresse, podendo estas serem indícios de potenciais mecanismos de vulnerabilidade e resiliência aos efeitos do estresse precoce.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Psicologia}, note = {Escola de Ciências da Saúde e da Vida} }