@PHDTHESIS{ 2019:1738855703, title = {Distúrbios do sono, capacidade de exercício e nível de atividade física diária em crianças e adolescentes com fibrose cística}, year = {2019}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/9291", abstract = "Introdução: A fibrose cística (FC) é uma doença genética autossômica recessiva, multissistêmica, que afeta primariamente o epitélio de diversos órgãos, sendo a disfunção respiratória a principal causa de mortalidade nesta população. A influência da função pulmonar, estado nutricional, exacerbações e capacidade de exercício no prognóstico da FC está bem documentada na literatura. Ainda, estudos apontam que os distúrbios do sono são mais comuns em indivíduos com FC do que em saudáveis, e que podem estar presentes antes das manifestações clínicas diurnas e independentemente do comprometimento da função pulmonar, exercendo um papel importante na qualidade de vida e evolução da doença. Objetivo: Avaliar a presença de distúrbio do sono e a correlação destes com a função pulmonar, estado nutricional e marcadores de morbidade (tempo de hospitalização e uso de antibióticos), assim como a sua associação com a capacidade de exercício e nível de atividade física diária de crianças e adolescentes com FC. Métodos: Esta tese está dividida em dois artigos. Ambos os estudos são do tipo transversal e incluíram crianças e adolescentes com idade entre seis e 18 anos com diagnóstico de FC atendidas em um centro de referência localizado em Vitória, Espírito Santo. Informações referentes ao perfil sociodemográfico, avaliação do sono, da função pulmonar, escore de Shwachman-Kulczycki (SK), estado nutricional foram realizadas. Para elaboração do artigo 1, foram utilizados os dados da espirometria, bioimpedância, polissonografia, histórico de internações e uso de antibióticos no último ano. Já para o artigo 2, além da avaliação do sono pela polissonografia, foi realizado o teste de capacidade de exercício (teste de shuttle modificado - MST), e foi avaliado o nível de atividade física diária com aplicação do questionário internacional de atividade física para crianças e adolescentes e uso de um acelerômetro durante cinco dias. Foi considerada presença de hipoxemia noturna quando o participante permanecesse mais do que 5% do tempo total do sono (TTS) com saturação de oxi-hemoglobina (SpO2) inferior a 90% e síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS) quando o índice de apneia e hiponeia obstrutiva fosse maior ou igual a 2 por hora. Resultados: Em ambos os estudos foram incluídos 31 pacientes com mediana de idade de 9,6 anos e volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) de 68,1±24,4%. A SAOS estava presente em 32,3% e a hipoxemia noturna em 29% da amostra estudada. No artigo 1, os indivíduos com SAOS e com hipoxemia noturna apresentaram valores espirométricos menores em comparação aos pacientes sem SAOS e sem hipoxemia. Além disso, o grupo hipoxemia noturna também apresentou menor escore de SK, maior tempo de hospitalização e uso de antibióticos. O TTS com SpO2<90% apresentou associação com o tempo de hospitalização (r2=0,53). No artigo 2, quanto maior a distância percorrida no MST, maior a SpO2 média durante o sono (r=0,40), menor o percentual de tempo total de sono com SpO2<90% (r=-0,49) e quanto menor a SpO2 ao final do MST maior ocorrência de apneias (r=-0,48) e menor SpO2 média noturna (r=0,45). O nível de atividade física diária se correlacionou com a arquitetura do sono, de forma que quanto maior o tempo de atividade sedentária diária, maior foi o percentual do estágio II (r=0,5) e menor o percentual do estágio REM (r=-0,47) do sono. O grupo com SAOS e o grupo com hipoxemia noturna apresentaram valores de distância e SpO2 final no MST significativamente inferiores (p<0,05) ao grupo sem estes distúrbios. Conclusão: Crianças e adolescentes com FC apresentam distúrbios do sono, incluindo a SAOS e a hipoxemia noturna. Indivíduos com hipoxemia noturna apresentam menor função pulmonar, pior escore clínico e maior morbidade, sendo que o TTS com SpO2<90% está associado com maior tempo de hospitalização e menor capacidade de exercício. A SAOS está correlacionada com a função pulmonar, porém não houve associação desta com outros desfechos clínicos. A % de tempo em atividades sedentárias durante o dia se correlacionou com maior % de tempo na fase II do sono e menor % de tempo de sono REM.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Medicina/Pediatria e Saúde da Criança}, note = {Escola de Medicina} }