@MASTERSTHESIS{ 2020:413875881, title = {Transformações societárias em contexto pós-golpe de 2016 e suas implicações para formação presencial em serviço social no Rio Grande do Sul}, year = {2020}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/9119", abstract = "A presente dissertação é resultado de pesquisa realizada com temática que versa sobre formação presencial em Serviço Social no estado do Rio Grande do Sul junto ao PPGSS da PUCRS. A investigação foi impulsionada pela seguinte pergunta: Como as atuais configurações da educação superior no Brasil incidem na formação em cursos presenciais de Serviço Social no RS? O ponto de partida desta investigação tem como enfoque analítico os desdobramentos históricos e políticos na atual conjuntura e tomou como ponto de partida o golpe de 2016, e suas repercussões na educação superior e na formação em Serviço Social. Trata-se, do ponto de vista metodológico, de um estudo com enfoque misto que combina dados quantitativos e qualitativos. Ao abordar metodologicamente o objeto, o estudo considerou categorias analíticas da realidade fundamentadas no método dialético-crítico como elemento propulsor da investigação, de modo que sintetize e expresse as contradições e mediações que venham a contribuir para análise do movimento da realidade no qual a formação profissional em Serviço Social se constitui e faz parte. Essas categorias emergem do movimento dialético e contribuem para explicar a realidade, de modo que transita na história, teoria e método com finalidade de elaborar síntese em torno do problema de pesquisa. Os resultados da pesquisa sinalizam a tendência da formação como expressão da mercantilização do ensino superior que, em razão da conjuntura política favorável ao mercado financeiro expressamente constituída pós-golpe de 2016, encontra materialidade principalmente na EC 95/2016 e seus desdobramentos que reconfiguraram os modos de vida em escala societária no Brasil. Neste sentido, as implicações identificadas para a formação presencial em Serviço Social no RS destaca-se nos seguintes pontos: 1) As condições históricas em movimento frente as transformações societárias pós golpe de 2016 indicam tendência de destituição e/ou transição da formação presencial nas instituições privadas para modalidade de ensino à distância, revelando que, a formação presencial em Serviço Social no RS futuramente prevalecerá nos cursos de natureza pública, somente; 2) Ao passo que os impactos societários favorecem um conjuntura que está propensa à expansão da modalidade EaD na esfera educacional, em tempo que essa modalidade toma mais força na educação superior e passa a disputar vagas com as IES presenciais, constatou-se um constante tensionamento acerca das novas formas de se educar, principalmente, refletidas na reformulação e reestruturação de projetos pedagógicos de cursos, que passaram a se reconfigurar constantemente de acordo com os moldes educacionais influenciados pelo mercado financeiro a forma que este dimensiona nas IES a racionalidade neoliberal expressa principalmente em seu caráter concorrencial; 3) gradualmente, a constante reconfiguração posta para a formação presencial se reflete na dilapidação da formação crítica devido o lastro deixado pela lógica concorrencial que vem ocorrendo entre as IES, que objetiva reduzir custos e maximizar resultados, ou seja, tende a explorar cada vez mais a força de trabalho de quem forma novos quadros profissionais sob condições precárias. No caso, expressos em flexibilizações e reformulações curriculares, adequação de projetos pedagógicos somados a polivalência do trabalho que aparece para assistentes sociais docentes, onde estes devem dar conta de ensino, pesquisa, extensão, supervisão de estágio, orientação de trabalhos de conclusão de curso, produção de conhecimento, planejamento de aulas entre outras atividades em tempo que os cursos vem reduzindo seus quadros de docência, cada vez mais se acarreta trabalho que se concentra no que resta desses quadros; 4) o impacto nas condições de trabalho de assistentes sociais docentes, revelam o abuso da relativa autonomia que assistentes sociais dispõe para exercer seu trabalho nas IES, em alguns casos, os atravessamentos institucionais que sobrecarregam o trabalho e impõe flexibilizações e adequações aos cursos, por consequência, demonstram impactos diretamente na qualidade da formação de novos profissionais devido tensionamento do modelo sobreposto pela educação superior em seu sentido mercadológico ao projeto profissional e formação em Serviço Social, consequentemente, esses impactos prejudicam a formação da identidade profissional e posteriormente, pode vir a refletir um perfil desqualificado para exercer a profissão, demonstrando que as IES podem vir a chancelar uma formação descompromissada com o que a categoria do Serviço Social historicamente constituiu para seu projeto profissional e de formação. Esses resultados expressam a análise da realidade que caracteriza a configuração da formação presencial no RS. O processo de pesquisa realizado neste trabalho recorreu a fontes teóricas, documentais e contou com a participação de assistentes sociais que coordenam cursos presenciais no RS por meio de questionário online para condensar dados empíricos. Diante das reflexões expostas, se verifica a necessidade de intensificar e fomentar organização coletiva da categoria do Serviço Social para defender no âmbito da formação e do trabalho profissional, condições de educação e formação assentada nos moldes da teoria social crítica. Essa defesa somada à produção e disseminação de conhecimento sob essa luz teórica crítica também é estratégia de enfrentamento da ofensiva neoliberal e mercadológica identificada no processo investigativo. Como possibilidade de mediação possível para o tempo histórico vivenciado há de se reconhecer nas entidades representativas da categoria um catalisador de resistência que, somadas à outros segmentos da classe trabalhadora que partilham de valores aportados em princípios éticos do serviço social, para além da formação, a defesa de um modelo de educação para além do capital como bandeira de luta é compromisso e possibilidade histórica tanto de aproximação com objetivos comuns por uma ordem societária mais justa na contraposição da ordem neoliberal, quanto da possibilidade de transformar as próprias IES, que tem a universidade como excelência educacional e pode contribuir com a formação crítica da classe trabalhadora.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Serviço Social}, note = {Escola de Humanidades} }