@MASTERSTHESIS{ 2020:1124851004, title = {Bela, recatada, do lar e clandestina : perspectivas sobre o aborto inseguro}, year = {2020}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/9118", abstract = "A presente dissertação investiga e analisa, na sociedade brasileira, o aborto inseguro e clandestino, na perspectiva da Sociedade Civil e do Estado, através da Política de Saúde para as mulheres. O cenário atual brasileiro vivencia o recrudescimento do conservadorismo, refletindo e reforçando os traços históricos de controle sobre os corpos das mulheres e sua autonomia. O tema do aborto tem sido atravessado por esses aspectos históricos, limitando que o diálogo sobre essa prática se fortaleça no campo da saúde das mulheres e dos direitos reprodutivos e sexuais. Essa pesquisa foi norteada pelo seguinte objetivo geral: conhecer e analisar a compreensão da sociedade civil e dos gestores das Políticas de Saúde sobre o aborto, bem como suas ações, programas e estratégias criadas para a proteção das mulheres, a fim de contribuir com subsídios para potencializar o debate no campo da saúde e direito da mulher. E os objetivos específicos: 1)conhecer e analisar a posição da Sociedade Civil, na pesquisa representado pelos movimentos feministas, grupos religiosos e categorias profissionais da saúde sobre o aborto e possíveis repercussões na saúde e na vida da mulher; 2)conhecer e analisar as ações, programas e estratégias realizados pelas políticas de Saúde que tratam do aborto e como incidem na saúde e direitos da mulher; e 3) elaborar análises e reflexões que possam subsidiar o debate promovendo novas e possíveis abordagens do tema. O desenvolvimento desta pesquisa está alicerçado ao método Dialético Crítico fundamentado no Materialismo Histórico, que segundo Triviños (1987)permite que se aproxime de explicações coerentes e racionais diante dos fenômenos que acontecem na sociedade. As categorias teóricas são historicidade, totalidade e contradição. O estudo revelou que a sociedade civil, com seus limites e possibilidades, de acordo com suas perspectivas sobre o aborto tem se articulado para realizar a discussão sobre o tema do aborto inseguro e clandestino, entendendo que o debate ainda é atravessado por determinantes morais, conservadores e religiosos, o que implica na compreensão sobre a dimensão do aborto na vida social das mulheres e sua saúde. Entre as estratégias para proteção das mulheres está a informação sobre seus direitos, o que inclui o acesso ao aborto seguro quando está em concordância com os casos permitidos pela lei brasileira, que os profissionais da saúde norteados pela ética profissional disponibilizem um atendimento humanizado e com qualidade, independe se a situação de aborto é ilegal ou legal, e a religião, entendendo que seu papel é a acolhida as mulheres, buscando não contribuir com mais dano às vidas femininas. A gestão da política de saúde para as mulheres, sejam de autarquia estadual ou municipal, representando o Estado, tem buscado garantir nos serviços de saúde o atendimento humanizado às mulheres. Porém, predominantemente, o foco central tem sido o aborto permitido pela legislação brasileira, visto que devido a ilegalidade, dificulta novas abordagens. Não há estratégias para trabalhar o aborto inseguro e clandestino que não seja garantir que as mulheres que chegam às redes de saúde em situação de aborto clandestino, sejam atendidas pelos serviços. Como parâmetro para entender e medir os reflexos do aborto inseguro e clandestino na vida das mulheres, há apenas o óbito, alarmando para a displicência sobre as vidas femininas. O aborto inseguro e clandestino tem sido pontuado nas discussões como expressão de saúde pública, fomentando o acesso como direito das mulheres, considerado sua autonomia enquanto indivíduo social, o que impulsiona e fortalece o debate, destacando a importância da descriminalização para promoção e ampliação do cuidado à saúde das mulheres.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Serviço Social}, note = {Escola de Humanidades} }