@PHDTHESIS{ 2019:1991627627, title = {Microbiota de carrapatos de importância em saúde humana e veterinária no estado do Rio Grande do Sul}, year = {2019}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/9074", abstract = "Carrapatos são artrópodes hematófagos parasitos de vertebrados que causam prejuízo à seus hospedeiros pelos danos diretos causados pela espoliação sanguínea, além de facilitarem a ocorrência de miíase e infecções bacterianas secundárias. No entanto, o problema mais importante associado à infestação por carrapatos é a competência para transmitir agentes patogênicos como vírus, bactérias, protozoários e nematóides. Dentre as espécies de carrapatos presentes no estado do Rio Grande do Sul (RS) com importância para a saúde humana e veterinária estão as espécies Amblyomma aureolatum e Ornithodoros brasiliensis. A espécie A. aureolatum pertence à família Ixodidae e seus hospedeiros naturais são aves e roedores silvestres nos estágios imaturos e carnívoros silvestres na forma adulta, podendo também parasitar os animais domésticos e o homem. O carrapato A. aureolatum é o principal vetor de Rickettsia rickettsii na região metropolitana do Estado de São Paulo no bioma Mata Atlântica e também foi encontrado infectado por Rickettsia parkeri cepa Mata Atlântica no mesmo bioma. Também é vetor do protozoário patogênico para cães Rangelia vitalii. O carrapato O. brasiliensis pertence à família Argasidae e até então só existem registros dessa espécie na região conhecida como Campos de Cima da Serra no estado do RS. Os hospedeiros parasitados por essa espécie de carrapato podem sofrer um quadro de toxicose causado por componentes da saliva do parasito. Também existem relatos da presença de bactérias do gênero Borrelia presentes nesse carrapato. Além de bactérias patogênicas, assim como em outros metazoários, existe uma interação dos carrapatos com outros microrganismos trazendo benefícios mutuos às espécies envolvidas. Diante disso os objetivos do estudo foram i) caracterizar o bacterioma de A. aureolatum e O. brasiliensis; ii) caracterizar o parasitismo e ampliar o conhecimento sobre a distribuição de O. brasiliensis e iii) pesquisar bactérias patogênicas do gênero Rickettsia em carrapatos e hospedeiros carnívoros silvestres. Em A. aureolatum, os filos bacterianos predominantes foram Proteobacteria (98,68%), Tenericutes (0,70%), Bacteroidetes (0,14%), Actinobacteria (0,13%) e Acidobacteria (0,05%). Os gêneros predominantes foram Francisella (97,01%), Spiroplasma (0,70%), Wolbachia (0,51%), Candidatus Midichloria (0,25%) e Alkanindiges (0,13%). Os filos predominantes em O. brasiliensis foram Proteobacteria (90,27%), Actinobacteria (7,38%), Firmicutes (0,77%), Bacteroidetes (0,44%) e Planctomycetes (0,22%). Os gêneros bacterianos predominantes foram Coxiella (87,71%), Nocardioides (1,73%), Saccharopolyspora (0,54%), Marmoricola (0,42%) e Staphylococcus (0,40%). Considerando os gêneros com potencial importância em saúde humana e animal que podem ser transmitidos por carrapatos destacam-se: (i) Coxiella sp., encontrada em todos os estádios de O. brasiliensis; (ii) Francisella sp., encontrada em todos os espécimes de A. aureolatum e em ninfas não alimentadas de O. brasiliensis; (iii) Rickettsia sp., encontrada em fêmeas de A. aureolatum e fêmeas e ninfas de O. brasiliensis. Com relação a O. brasiliensis, aqui relatamos uma série de casos clínicos associados ao parasitismo por esta espécie de carrapato em um grupo de turistas no município de Caxias do Sul, RS. Esses casos chamam a atenção para síndromes não infecciosas subdiagnosticadas causadas por carrapatos com distribuição local restrita. Esses resultados ampliam a distribuição conhecida de O. brasiliensis, além de ser o primeiro registro dessa espécie em cavernas. Quanto a pesquisa de Rickettsia spp. em carrapatos de carnívoros silvestres, dos 292 carrapatos coletados, 22 (7,5%) foram positivos pela técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) para a presença do DNA de Rickettsia parkeri sensu stricto (s.s.). Além disso, 20 (62%) dos canídeos silvestres apresentaram anticorpos contra R. parkeri. Os resultados sugerem que canídeos silvestres estão envolvidos no ciclo enzoótico de R. parkeri s.s. no bioma Pampa, participando de sua dispersão e de seus vetores. Por fim, os resultados encontrados aqui contribuem para o entendimento da eco-epidemiologia das relações entre bactérias e carrapatos de interesse em saúde pública no RS. Espera-se que a caracterização da microbiota dessas espécies de carrapatos aliada à pesquisa adicional de patógenos nesses vetores possa auxiliar na prevenção de doenças no Brasil e a entender a história natural desses parasitos.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular}, note = {Escola de Ciências} }