@MASTERSTHESIS{ 2019:1758148386, title = {Efeito da orientação sexual e da identidade de gênero nas atribuições de causalidade pela infecção por HIV}, year = {2019}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/8949", abstract = "A epidemia de HIV/AIDS, que surgiu na década de 1980, hoje acomete significativamente a população brasileira. Segundo dados do Ministério da Saúde, 0,6% da população brasileira vive com HIV. Ademais, observa-se que o estado do Rio Grande do Sul é um dos mais afetados pela epidemia. Em 2017, o Rio Grande do Sul foi o terceiro estado brasileiro com a maior taxa de detecção de AIDS, perdendo apenas para os estados Roraima e Amapá. A capital gaúcha, no entanto, teve (nesse mesmo período) a maior taxa de detecção de AIDS entre as capitais brasileiras. A população de homens que fazem sexo com homens (HSH) e as mulheres trans são desproporcionalmente afetadas pela epidemia. Em Porto Alegre, estima-se que a prevalência de HIV em HSHs que conhecem sua condição sorológica é de 4,1%. Ainda, uma meta-análise realizada utilizando dados de quinze países afirmou que as mulheres trans possuem 48,8 vezes mais chances infecção por HIV do que a população geral. Esse índice é ainda maior em estudo realizado no Rio Grande do Sul, que indica uma chance 55,55 vezes maior. Parte da explicação teórica do porque a epidemia atinge desproporcionalmente essa população está nos processos de estigma e de preconceito. A seção teórica desta dissertação de Mestrado apresenta tais conceitos, explicando como a vivência do estigma relacionado ao HIV/AIDS pode trazer desfechos negativos em saúde e como o preconceito, juntamente com o estigma, leva o sujeito à vulnerabilidade para a epidemia. Na seção empírica dessa dissertação, apresentam-se e discutem-se os resultados de um estudo empírico realizado com a intenção de testar a hipótese de que as pessoas atribuem mais culpa, controle e responsabilidade pela infecção por HIV aos homens homossexuais e as mulheres trans, em cenários de infecção via transfusão de sangue ou via sexo desprotegido. Na literatura, encontram-se estudos semelhantes, que identificaram maiores atribuições de culpa, controle e responsabilidade quando a infecção é via sexo desprotegido e que também apontam maiores índices dessas atribuições aos indivíduos homossexuais. No entanto, esse estudo tem como aspecto de inovação a investigação dessas atribuições em mulheres trans. O método utilizado foi o experimental, através de seis vinhetas experimentais, aos quais os participantes da pesquisa foram alocados randomicamente. As vinhetas continham uma situação de infecção por HIV, que podia ser via sexo desprotegido ou via transfusão de sangue e podia ter acontecido com um homem heterossexual, um homem homossexual ou uma mulher trans. Após ler a vinheta, os participantes responderam escalas do tipo Likert (de 1 a 5) sobre as atribuições de controle, culpa e responsabilidade e também sobre reações emocionais (raiva/simpatia) e sobre intenção de ajudar. A amostra final contou com 206 pessoas (estudantes de graduação dos cursos da área da saúde ou profissionais da saúde já formados). Os dados foram analisados através de one-way ANOVAs, que foram realizadas para analisar as respostas dos participantes nas escalas. Os resultados indicaram que as pessoas atribuem mais culpa, responsabilidade e controle para a infecção por HIV aos homens homossexuais e as mulheres trans, somente no cenário de sexo desprotegido. Tal resultado não foi encontrado no cenário sangue. Ainda, não houveram resultados significativos para raiva e para intenção de ajudar, embora tenha sido constatado que os participantes tiveram mais simpatia pelos indivíduos heterossexuais. Por fim, entende-se que esse resultado é preocupante, posto que esse viés negativo de atribuição para homens gays e mulheres trans pode estar contribuindo para o aumento da epidemia nessa população, visto que a vivência de preconceito e discriminação pode afastar essas pessoas dos serviços de saúde, aumentar índices de sexo desprotegido e causar outros desfechos negativos em saúde.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Psicologia}, note = {Escola de Ciências da Saúde e da Vida} }