@PHDTHESIS{ 2019:1388057509, title = {Antropotécnica criminal : a arte de punir e o homem operável}, year = {2019}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/8886", abstract = "Na linha de pesquisa em Violência, Crime e Segurança Pública do Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, a presente tese analisa o conceito da antropotécnica com o objetivo de explorar as manifestações desse conceito, resgastando-se suas primeiras elaborações. Desde a última década do séc. XX, o conceito foi utilizado por alguns teóricos para reorientar o pensamento ocidental a respeito do ser humano e da violência. A antropotécnica tem passado despercebida pela pesquisa em ciências criminais. Sua história, em que pese ignorada, revela uma intimidade originária com o advento da criminologia, justificando essa empreitada de retomada interpretativa deste campo. A antropotécnica foi apresentada, primeiramente, no âmbito das discussões da antropologia criminal e do positivismo criminológico como uma técnica biopolítica de governo do homem sobre si mesmo e sobre seus semelhantes, no período de transição do séc. XIX para o séc. XX, quando se procurou demarcar o espaço de mais uma importante ciência do controle social que nascia, que chegou a ser discutida também no cenário brasileiro. De lá para cá, novos horizontes levaram o conceito a se reformular e, desde as últimas décadas, a antropotécnica tem mostrado a ampliação do seu alcance sobre problemas que envolvem o paradigma da transformação humana, encontrando um terreno fértil nas atuais discussões sobre transumanismo, aprimoramento humano, cibermundo, uso de medicamentos destinados à expansão das funções cognitivas, tecnologias da convergência e psicopatologias relacionadas à própria antropotécnica. Diversos foram os autores que contribuíram para o refinamento das lógicas antropotécnicas, desde as suas primeiras formulações. Considera-se que, na atualidade, Peter Sloterdijk tem sido um dos pensadores mais destacados no desenvolvimento conceitual da antropotécnica, mas no final do séc. XIX, Leonce de Manouvrier já lançava suas primeiras apostas nessa invenção teórica. Todas essas questões permitem questionar sobre as condições de possibilidade de criação do conceito da antropotécnica criminal. Neste sentido, a antropotécnica se insere no âmbito de discussões biopolíticas. Desde o racismo do séc. XIX – que operou junstamente com o apoio de definições científicas, cujos desdobramentos permitiram a adoção de políticas de cunho eugenista, especialmente nos assuntos envolvendo crime e hereditariedade – até chegar ao complexo tema do terrorismo e da domesticação pela promoção tecnopolítica da paz por meio da guerra, o âmbito de incidência destes discursos se torna uma parada obrigatória para o pensamento político criminológico, que encontrará na questão da técnica uma possibilidade de abertura para novos caminhos da crítica. Trata-se, portanto, de se apresentar a tese da antropotécnica criminal a partir do resgate do conceito da antropotecnia e responder ao problema de delimitação do conceito e dizer como a antropotécnica se caracteriza na área criminal nos dias de hoje.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais}, note = {Escola de Direito} }