@PHDTHESIS{ 2007:1411064940, title = {A dinâmica familiar no contexto da crise suicida}, year = {2007}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/928", abstract = "A Organização Mundial da Saúde aponta a violência como o maior problema de saúde pública e o de maior crescimento em todas as nações. O suicídio, como uma das formas de violência, a auto-infligida, mobiliza o desenvolvimento de estudos e estratégias de prevenção e tratamento ao redor do mundo. A tentativa de suicídio, forte preditor da morte por suicídio, não pode ser desconsiderada neste contexto. Este fenômeno complexo traz como exigência ao desenvolvimento de pesquisa nesta área a necessidade de cotejar contribuições de diversos campos do conhecimento. Este trabalho propõe pensar sistemicamente sobre como a família se movimenta, no tempo e espaço da crise gerada pela tentativa de suicídio de um dos seus membros, descortinando, através da dinâmica intrínseca às famílias participantes, um novo olhar para a compreensão, prevenção e tratamento deste fenômeno. A tese está organizada em três seções, que buscam responder ao objetivo desta investigação. A primeira seção faz uma reflexão teórica sobre o tema da construção da identidade. Trabalha a concepção de intersubjetividade, a constituição dos vínculos familiares e como a construção da identidade familiar está recursivamente enredada com a constituição de si mesmo. Neste contexto, as possibilidades de dissipação da identidade do sujeito estão fortemente relacionadas à dissipação da identidade familiar, trazendo para o encontro, que se estabelece através do diálogo fundamentado na reciprocidade, a possibilidade para a construção de histórias de autonomia e continuidade. A duas seções seguintes trabalham com o material clínico desta investigação. Na primeira, os dados de seis famílias fornecem subsídio para desvelar o fenômeno, revelando histórias familiares permeadas por indiscriminações em torno da pergunta: Quem sou eu? Os limites entre o eu e o outro parecem ter perdido a sua plasticidade, constituindo-se num impedimento para movimentos rumo à diferenciação. O sofrimento, neste ambiente, apresenta-se com emoções que limitam a entrada do sujeito em algumas conversações: surge, então, a solidão, os recursos parecem insuficientes, tornando o comportamento suicida um caminho possível. A última seção apresenta a história de duas famílias participantes, através da construção do genograma como recurso para o estabelecimento de um contexto propício ao diálogo generativo. Discute a inserção do genograma na conversação terapêutica, como possibilidade de transcender suas origens funcionalistas, para transformar-se num recurso de compreensão colaborativa de novas possibilidades de ser e de viver no mundo. Conclui-se, por fim, que este recurso permite a co-exploração, clarificação e expansão dos significados que emergem das histórias que as famílias contam e afetam a dinâmica do relacionamento familiar. Os resultados desta tese apontam para relevância do desenvolvimento de abordagens de prevenção e tratamento da violência auto-infliginda que inclua o atendimento de famílias vulnerabilizadas pela presença da crise suicida, auxiliando-as a construir oportunidades criativas para viver e deixar viver, de forma autônoma, a vida, sem perder o senso de continuidade.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Psicologia}, note = {Faculdade de Psicologia} }