@PHDTHESIS{ 2019:787971189, title = {Dimensões emancipatórias da práxis cinematográfica contra-hegemônica}, year = {2019}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/8832", abstract = "Por meio do método materialista histórico e dialético, o presente estudo visa analisar as potencialidades da práxis cinematográfica contra-hegemônica para o desenvolvimento de processos sociais emancipatórios. A investigação é de natureza qualitativa e contemplou um estudo teórico-bibliográfico acerca dos fundamentos estéticos presentes na obra marxiana, bem como em autores marxistas que teorizaram sobre arte, estética e cinema. Realizou-se ainda, pesquisa bibliográfica, buscando-se conhecer de que forma a práxis cinematográfica vem sendo abordada pela produção do conhecimento, no âmbito das ciências humanas e sociais. Em etapa posterior realizou-se coleta de dados empíricos, a partir de entrevistas semiestruturadas, com 11 participantes que atuam em coletivos e projetos de cinema e audiovisual, às margens dos circuitos convencionais e comerciais, na região metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A análise e interpretação dos dados foram inspiradas na análise textual discursiva (MORAES; GALIAZZI, 2006). O estudo identificou 4 dimensões emancipatórias, quais sejam: dimensão de memória e história, dimensão política, dimensão estética e dimensão educativa. Essas dimensões, constitutivas do fenômeno analisado, se inter-relacionam intimamente e fundamentaram a seguinte tese: o cinema, enquanto fenômeno produzido pela sociedade capitalista é complexo e contraditório. É capaz de manipular consciências, legitimando a ideologia dominante e/ou desocultar suas contradições, fornecendo recursos para a sua contestação. Carrega em si elementos de dominação, mas também de resistência, constituindo-se como objeto de disputas políticas. As dimensões de memória e história, política, estética e educativa perpassam as experiências cinematográficas contra-hegemônicas investigadas e constituem-se como processos sociais emancipatórios, na medida em que possibilitam a decodificação e exploração do mundo, promovendo o pensamento crítico, a criação livre, a autonomia e a construção de sujeitos políticos, elementos essenciais para contribuir para a emancipação humana. Contudo, a contribuição da práxis cinematográfica para a disputa ideológica se dá na articulação com as lutas sociais na prática política, pois isoladamente não dispõe de mecanismos concretos, capazes de promover uma mudança estrutural radical ou de recuo do pensamento dominante. A arte cinematográfica é condicionada por características subjetivas e pela visão de mundo de seus realizadores, refletindo ainda, as determinações sócio-históricas de uma determinada época em que foi produzida, bem como a de seus receptores. Possui, entretanto, relativa autonomia, permitindo instantes de liberdade, que ultrapassam seu condicionamento social, não podendo, portanto, ser reduzida à sua dimensão ideológica, nem a qualquer função utilitária, pois, acima de tudo, é fruto da dimensão essencial criadora do ser humano. Embora cumpra diversas funções - ideológicas, políticas, cognoscitivas, educativas e estéticas, o cinema, enquanto criação humana satisfaz a necessidade de o ser humano expressar-se em um objeto concreto sensível, mas também de fruição, atendendo, sobretudo, sua necessidade de humanização.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Serviço Social}, note = {Escola de Humanidades} }