@MASTERSTHESIS{ 2019:464190373, title = {Mulheres e a madresposa que há em nós : a educação para o amor romântico}, year = {2019}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/8624", abstract = "O amor se entrelaça com as relações cotidianas de mulheres e homens, de forma que é um dos aprendizados socializados pelos seres humanos, formando subjetividades e se manifestando concretamente na maneira como lidamos com o mundo e com os outros. Porém, os modos de ensinar e aprender o amor ocorrem de maneiras distintas para homens e mulheres, sendo marcante como o amor é posto como foco primordial à vida das mulheres. Esta pesquisa tem como objetivo analisar os processos educativos que formam a existência das mulheres na vivência amorosa, com base na problematização do ideal de amor romântico. Este é um estudo bibliográfico e problematiza o amor romântico como um ideal de amor incondicional, que naturaliza um papel social de doação das mulheres ao cuidado com os outros. Buscamos refletir e criticar a construção de uma sociedade patriarcal, baseada no amor romântico, e, em contraponto a essa visão, apresentamos a noção de amor como construção situada sóciohistoricamente, além de analisar como mulheres aprendem a naturalizar o amor como centro de sua vida; ademais, aprendem a servir voluntariamente pelo investimento de sua energia vital em prol de outras pessoas, mesmo sem receber reconhecimento por esse trabalho. Para tal, aprofundamo-nos na antropóloga mexicana Marcela Lagarde y de los Ríos, especialmente, de seu conceito de madresposa, que expõe o cativeiro esperado socialmente para as mulheres, ou seja, ser mãe e esposa de e para um outro. E como apoio a essa leitura, aproximamos ideias da filósofa francesa Simone de Beauvoir, para, assim, por meio da hermenêutica feminista, compreender as opressões que envolvem a educação da madresposa. A educação das mulheres para o amor romântico ocorre em todos os espaços de interação da sociedade, sendo que as bases para esses ensinamentos já estão postas desde antes do nascimento de uma criança. Identificamos rastros desse processo educativo, que visa à construção da madresposa. O custo de um ensino do amor romântico como foco da vida das mulheres é de uma renúncia de si em prol de outras pessoas (como marido, filhos e parentes); da dificuldade de viver sozinhas e de descobrir o amor próprio; o abandono de projetos pessoais; da baixa autoestima ligada ao seu corpo (por não estar em um “peso ideal”, por exemplo); da manutenção da sexualidade das mulheres como um tabu; entre outros. Tendo a Educação como um processo amplo e relativo aos aprendizados cotidianos, que estabelece relação direta com tornar-se humano, ao findar da pesquisa, fica evidente que repensar e superar as formas como ensinamos e centralizamos o amor na vida das mulheres é essencial para que mulheres possam buscar novos modos de se relacionar amorosamente consigo e com os outros.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Educação}, note = {Escola de Humanidades} }