@PHDTHESIS{ 2017:1715176322, title = {Gestão do trabalho em saúde pública : discurso, paráfrase e polissemia}, year = {2017}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/7847", abstract = "Este estudo visou a compreender o processo de exsurgimento, no campo da saúde pública brasileira, em especial em 2003, da terminologia Gestão do Trabalho em Saúde como substitutiva ao termo Recursos Humanos, tradicionalmente utilizado para referir-se à força de trabalho nas organizações. A partir da identificação ao Projeto Ético Político do Serviço Social (PEP), formalizado por meio do Código de Ética (CE), elaboraram-se questionamentos às evidências e às possibilidades de sentidos inerentes à literalidade. Fundamentando-se no materialismo histórico, buscou-se contribuições da Análise de Discurso em Pêcheux, que se relacionam à concepção de construção material e histórica do discurso, e suas heterogeneidades, às suas capacidades interventivas objetivas e à compreensão do funcionamento de reformulação constante da ideologia da classe dominante, a qual apresenta a absorção de movimentos de resistências e oposições. A esse processo de reforço à reprodução da ordem do capital, ao qual se restringe em circularidade e limita as possibilidades analíticas dessa abordagem discursiva, realiza-se a aproximação da sua preponderância como dinâmica da cotidianidade, à qual reporta-se às possibilidades de reflexão ético-política visando suspensões e construção de superações, em um compromisso aos pressupostos e valores constantes no CE profissional. Assim, para compreensão dos efeitos de sentido produzidos a partir do enunciado Gestão do Trabalho em Saúde, e à ação de substituição terminológica, voltou-se ao delineamento das condições de produção às quais se relacionam estas articulações e intervenções de memórias discursivas distintas. A partir dos sentidos denotados pelas materialidades linguísticas em interseção trabalho, saúde e gestão, evidenciou-se que trabalho e saúde funcionam a produzir sentidos em oposição, produzindo deslocamentos ao associarem-se aos sentidos do enunciado gestão, ao qual preponderam as funcionalidades de manutenção e reprodução do capitalismo. Assim, à presença do termo gestão na nova terminologia referente às relações de trabalho na saúde intervêm sentidos convergentes aos processos hegemônicos, ao mesmo tempo em que há uma tensão exercida na composição direta aos termos trabalho e saúde, compreendendo-se os contraditórios processos entre paráfrase e polissemia. Em um contexto mundial de conformação de práticas gerenciais sob o neoliberalismo, de agravamento das condições sociais e de proteção ao trabalho, no processo discursivo dominante no Discurso oficial (DO) do período prepondera esse funcionamento, ao que se salienta a importância dos deslocamentos associados às significações de trabalho e saúde, que estabelecem relação com as pautas reivindicatórias históricas dos trabalhadores da saúde, para a obtenção do apoio social às ações que resultaram em maior capilarização do capital nos aparatos públicos. Ao mesmo tempo, afirma-se a 7 importância dos processos de lutas e questionamentos que permitiram ressignificações e rearticulação das redes de sentido. Esse movimento não está em justificar as capacidades adaptativas da ideologia dominante, mas em considerar, conforme o CE do Serviço Social, as possibilidades de atuação dentro dos limites da ordem burguesa, de reconhecer níveis de emancipação política e social que garantam condições e segurança de vida às classes subalternas, reiterando-as como parte, relevante, de um projeto compromissado para com a emancipação humana, para o qual se reconhecem as potencialidades da práxis ético-política em bases marxianas.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Serviço Social}, note = {Escola de Humanidades} }