@PHDTHESIS{ 2017:690362422, title = {Programas de intervenção neuropsicológica precoce-preventiva : estimulação das funções executivas em escolares}, year = {2017}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/7287", abstract = "Atualmente, há relativo consenso de que o baixo nível educacional e a reduzida qualidade do processo de escolarização são fatores limitadores de crescimento de um país. Além disso, as estimativas mostram que um elevado número de alunos apresenta dificuldades de aprendizagem ou não apresenta habilidades necessárias para ter sucesso acadêmico. Na tentativa de contribuir com a diminuição de tais dificuldades, a neuropsicologia desenvolveu predominantemente intervenções de remediação e de reabilitação. Destaca-se, contudo, a necessidade de se investir em programas de intervenções de promoção à saúde cognitiva e de estimulação de habilidades neurocognitivas em crianças, uma vez que tais programas podem potencializar os processos cognitivos e levar a benefícios de curto a longo prazo. Com o avanço da neuropsicologia, há evidências de que as funções executivas (FE) têm um papel crucial na educação e são relevantes para aprendizagem e comportamento autorregulatório. Frente a esse contexto, essa tese teve como objetivo desenvolver e verificar a efetividade de um programa de intervenção neuropsicológica precoce-preventiva em busca da estimulação das FE em escolares no Ensino Fundamental I. Tal programa foi denominado Programa de Estimulação Neuropsicológica da Cognição em Escolares: ênfase nas funções executivas (PENcE). No primeiro estudo, a partir de uma revisão sistemática, buscou-se caracterizar os estudos empíricos sobre intervenções neuropsicológicas de FE em crianças com desenvolvimento típico, em busca de um panorama que norteasse a construção do PENcE. Seguindo o método PRISMA, foram encontrados 19 estudos e a maioria forneceu evidências que as crianças que participaram dos programas de intervenção melhoraram suas habilidades executivas. A maioria utilizou o treino cognitivo computadorizado, envolvendo a estimulação da memória de trabalho. Outros propuseram uma abordagem curricular com intuito de potencializar a autorregulação. Foi possível verificar que os estudos são bastante heterogêneos em relação a tipos de abordagem, métodos e instrumentos de medida de desfecho. Contudo, os treinos computadorizados parecem levar a uma melhora na habilidade cognitiva treinada, porém, são limitados em termos de transferência de ganhos. Os programas de abordagem curricular, por sua vez, parecem mais generalizáveis, com efeito de transferência e ganho na funcionalidade. No Estudo 2, objetivou-se apresentar o processo de construção e evidências de validade de conteúdo do PENcE. Para isso, quatro etapas foram realizadas: fase interna de organização do programa; construção do programa; análise de juízes especialistas; integração dos dados e finalização do programa. Todas as etapas foram essenciais e contribuíram para aprimorar o programa. Além disso, evidenciou-se que a avaliação global do programa e de cada um dos módulos apresentou um nível de concordância de 1,0 entre os juízes, permitindo obter evidências de validade de conteúdo. Por fim, no Estudo 3 buscou-se investigar a efetividade do PENcE em crianças do 3º ou 4º ano do Ensino Fundamental, bem como, analisar o efeito de transferência para outras habilidades executivas e cognitivas, habilidades acadêmicas e comportamento, para além dos desfechos executivos principais. De uma amostra inicial de 160 crianças, 113 participaram do estudo e foram subdivididas em dois grupos: grupo experimental (GE) (n=64) e grupo controle (GC) (n=49). Os grupos não se diferenciaram em nenhuma medida na avaliação pré-intervenção. Na comparação dos grupos, verificou-se o GE apresentou ganhos significativos de controle inibitório, memória de trabalho, planejamento abstrato. Houve efeito de transferência para outras habilidades cognitivas (como atenção e raciocínio fluido), habilidades acadêmicas (matemática e escrita) e mudança no comportamento (relacionamento e problemas de conduta), sendo que o GE superou o GC. Em conjunto, os achados dos três estudos contribuem disponibilizando um programa de intervenção precoce-preventiva, que possui embasamento teórico, que seguiu um rigoroso processo de construção e que denota de validade de conteúdo e de análise de efetividade. Sugere-se, para os próximos estudos, estender e adaptar o programa para outras faixas etárias e para grupos de crianças que já apresentam déficits executivos, como com transtornos específicos de aprendizagem e TDAH. Além disso, visando a contribuir com as políticas públicas, recomenda-se que o PENcE possa ser implementado em escolas públicas nos países em desenvolvimento, rumo a uma interface cada vez mais prática entre neuropsicologia e educação.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Psicologia}, note = {Escola de Humanidades} }