@MASTERSTHESIS{ 2014:909641450, title = {O dito depois de grice : explicaturas ou implicaturas default?}, year = {2014}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/2156", abstract = "Este trabalho pretende contribuir para o debate atual entre a Teoria da Relevância (SPERBER; WILSON, 1986, 1885; CARSTON, 2002) e a Teoria das Implicaturas Conversacionais Generalizadas de Levinson (2000). A divergência principal entre as duas teorias diz respeito ao modo como descrevem certas implicaturas consideradas mais salientes ou previsíveis. Tais implicaturas são chamadas de explicaturas na Teoria da Relevância, e de implicaturas default na teoria de Levinson. Enquanto o último defende que implicaturas default são geradas de forma automática e desencadeadas por certos tipos de enunciados ou expressões, porém, a primeira considera que implicaturas e explicaturas são geradas por um mesmo mecanismo inferencial, o qual é sempre dependente de reconhecimento de intenções. Assim, a diferença traçada entre implicaturas e explicaturas, na Teoria da Relevância, é justificada por outra propriedade, qual seja, o fato de essas últimas serem conteúdos explícitos capazes de interferir nas condições de verdade dos enunciados. Os conceitos de implicatura default e de explicatura, portanto, não são equivalentes, e surgem de um recorte diferente das duas teorias tendo em vista seus objetivos descritivo-explanatórios. Isso torna complexa a comparação entre os dois conceitos, especialmente porque a Teoria da Relevância compromete-se com os mecanismos cognitivos responsáveis pela geração das implicaturas e explicaturas, sendo uma teoria interdisciplinar, enquanto Levinson propõe uma discussão mais centrada na linguística, sem se comprometer com mecanismos cognitivos subjacentes. Mesmo tendo em vista essas diferenças, contudo, nos últimos anos tornou-se comum a realização de experimentos que supostamente testam as previsões das duas teorias, ignorando-se o fato de que Levinson não faz predições sobre como as implicaturas default são processadas. Os objetivos desse trabalho, tendo em vista essas questões, são os seguintes: a) mostrar os problemas da teoria de Levinson se tomada de um ponto de vista cognitivo, principalmente com relação ao gasto cognitivo gerado pelo cancelamento das implicaturas default nos muitos casos em que são incompatíveis com o contexto; b) argumentar que as implicaturas default não constituem uma classe natural, abarcando fenômenos diversos; c) mostrar que a Teoria da Relevância, embora tenha previsões plausíveis sobre o processamento de implicaturas e explicaturas, não possui critérios necessários e suficientes capazes de diferenciar esses dois tipos de inferências. A nossa conclusão é de que os conceitos sobre os quais esse debate se funda são entidades sem identidade cara. Assim, através da aplicação do princípio científico da Navalha de Occam, defendemos que esses níveis intermediários não têm, ao menos até o momento, sua existência justificada como um nível separado das implicaturas", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Faculdade de Letras} }