@MASTERSTHESIS{ 2022:902777491, title = {Personagens na fronteira : a perspectiva decolonial da conquiata em Carlos Fuentes e Carmen Boullosa}, year = {2022}, url = "https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/10612", abstract = "Este estudo propõe a reflexão sobre o papel da literatura que, na década final do século XX, revisita a historiografia da conquista da América com vistas à reconfiguração de personagens históricas mitificadas pelos discursos hegemônicos, constituidoras da base de nossas identidades latino-americanas. O seu objetivo geral é discutir a função do discurso literário no projeto de descolonização continental, através da investigação de sua vinculação com a desconstrução de um imaginário colonial de inferioridade e/ou exclusão das vozes latinoamericanas nos contextos discursivos canônicos. O corpus desta pesquisa bibliográfica é formado pelas obras de dois escritores mexicanos: El Naranjo, de Carlos Fuentes, e Llanto, de Carmen Boullosa, tendo estes em comum o interesse pelo tema; a proximidade da data de publicação, que circunda a ambígua celebração do quinto centenário da invasão espanhola; e a opção por mitos fundacionais, trazidos como protagonistas de suas releituras literárias. O aporte teórico conta com a contribuição dos estudos decoloniais a partir da análise da colonialidade. Alguns conceitos da teoria dialógica do discurso, a partir do trabalho realizado pelo Círculo de Bakhtin, são articulados na análise dos objetos. Fuentes dá espaço ao embate entre os herdeiros, tal como entre os auxiliares do conquistador Hernán Cortés, reconstruindo o evento histórico com a inclusão de memórias subjetivas. O autor também desconstrói a utopia colombina, parodiada em um futuro irônico e distópico. Boullosa resgata um Moctezuma perdido na incompreensão diante do fim, reclamando seu direito de contar desde o fracasso a sua morte infame. A escrita boullosiana se desafia à tarefa de recuperar uma memória coletiva ignorada, das incontáveis e anônimas mulheres indígenas, repetidamente humilhadas e desprezadas pelo pulso do poder e da escrita. O diálogo entre a narrativa literária e a histórica opera a atualização do passado sob o olhar crítico do presente, que conduz à transformação das relações político-sociais, trazendo ventos de mudança nas políticas das memórias vivenciadas por personagens na fronteira, inscritas na diferença colonial.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Escola de Humanidades} }