@MASTERSTHESIS{ 2022:324898165, title = {Distorções e reescritas : o afrofuturismo e a ficção científica distópica em a parábola do semeador, de octavia butler}, year = {2022}, url = "https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/10176", abstract = "Ao cogitar futuros, vemos a ficção científica como uma possibilidade de prospectar os desenvolvimentos tecnológicos e ambientais, assim como os sociais e culturais. Com ela, percebemos de forma mais latente o nosso presente através de narrativas do “e se”, que, ao viajarem ao futuro, encontram-se com o nosso presente. As temáticas abordadas por essa literatura de gênero versam entre a descoberta de novos mundos, novas formas de civilização, mas também o medo ao perder o controle do próprio destino, a dominação por corpos estranhos e tantos outros temas que dialogam diretamente com pessoas pretas. Apesar disso, quando examinamos historiograficamente essa literatura de gênero, presenciamos um silenciamento de narrativas pretas que prospectam amanhãs ou que não só metaforizam temas sofridos por minorias, mas tiram essas das margens ou da obscuridade ao trazê-las para o centro. Pensando nessas questões, o presente trabalho parte de uma inquietação sobre a ficção científica distópica e a presença ou não de escritores pretos nesse tipo de fazer literário. Com isso, chega-se ao afrofuturismo, que tem grande destaque nos Estados Unidos e, aos poucos, começa também a ser desenvolvida na escrita brasileira. Sendo um olhar crítico que pode ser aplicado à ficção científica, à fantasia e ao horror, além de áreas voltadas para arte, para a tecnologia e para o ativismo social, o afrofuturismo é um movimento que questiona e exige respostas quanto à autoria, à representação das personagens e a perspectivas raciais. Diante disso, está dissertação analisa a distopia A parábola do semeador, da escritora norte-americana Octavia Butler ([1993] 2018)), que apresenta uma preocupação com o olhar preto ao longo da narrativa, distorcendo e reescrevendo padrões de ficção científica previamente conhecidos. Para se chegar a essa conclusão, esta dissertação se desenvolveu em três capítulos: o primeiro tem por intenção questionar a hegemonia presente na literatura do real e na literatura de ficção científica; o segundo apresenta conceituações sobre o afrofuturismo através de um movimento sankófico de presente, passado e futuro a partir dos olhares de Kodwo Eshun (2003), Ytasha Womack (2013), Lisa Yaszek (2019), Lu Ain-Zaila (2019) entre outros teóricos; e o último analisa a obra A parábola do Semeador (2018), a fim de desmistificar a inexistência de escritores pretos de ficção científica, mapear possibilidades de escrita que fogem ao padrão hegemônico por intermédio do afrofuturismo e demarcar esse movimento.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Escola de Humanidades} }