@MASTERSTHESIS{ 2020:525918541, title = {Programa de interveção fonoarticulatória e fonológica em crianças com dislexia : elaboração e aplicação}, year = {2020}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/9829", abstract = "Introdução: O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de uma intervenção de estimulação fonoarticulatória (CFA) sobre a consciência fonológica (CF) e o desempenho da leitura em crianças disléxicas. Desenvolvemos uma intervenção experimental utilizando um programa fonoarticulatório estruturado, e uma intervenção de controle, utilizando um programa de intervenção fonológica. O papel que a CF desempenha na aprendizagem da leitura e escrita tem sido extensivamente referenciado na literatura. É um dos mais fortes preditores do desenvolvimento precoce de habilidades de alfabetização. O treinamento de conscientização fonológica - especificamente a consciência fonêmica - ajuda a desenvolver a representação fonológica de palavras para crianças que aprendem a ler e podem ajudar crianças com dislexia do desenvolvimento a melhorar sua leitura. Estimular a CF não é um esforço fácil. Os sons (fonemas) que são representados por letras têm aspectos abstratos e frágeis. Parte da consciência fonológica é a capacidade de manipular os sons dentro das palavras. Tem-se demonstrado que a subvocalização verbal está associada à manutenção e ensaio de informações na memória de trabalho, e com melhor desempenho em tarefas de CF. A estimulação fonoarticulatória envolve estimulação consciente e diretiva dos sons linguísticos, e tem sido demonstrada para favorecer o desenvolvimento de habilidades de CF, e apoiar o aprendizado da associação entre fonemas e grafemas. A dislexia do desenvolvimento está associada à dificuldade persistente e inesperada de aprender a ler, e com um prejuízo no componente fonológico da linguagem; portanto, a investigação de programas de intervenção que favoreçam a aprendizagem e automatização de associações de fonema-grafema podem ajudar a desenvolver programas mais eficazes e direcionados para crianças disléxicas. Material e métodos: Realizou-se um estudo de intervenção com grupos experimental, controle ativo e controle em amostra de conveniência com avaliação cega dos desfechos, aprovado pelo Comitê de Ética da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul/RS, sob o registro 79243417.7.0000.5336. O estudo incluiu crianças com dislexia do desenvolvimento avaliadas no Instituto do Cérebro (amostra de conveniência) com três grupos (controle, controle ativo e experimental). A amostra incluiu 26 crianças (média de 11,57 anos, DP = 1,17; 7 meninas) que foram diagnosticadas com dislexia de desenvolvimento em nossa clínica de leitura pro bono. As famílias foram convidadas após o diagnóstico estabelecido pelo nosso projeto guarda-chuva. As avaliações foram realizadas pré e pós-intervenção por meio de testes de leitura (velocidade de leitura de palavras e precisão, compreensão de texto) e de CF, padronizados em português. Os participantes foram divididos em grupo de controle (G1), grupo experimental - CFA (G2) e grupo de controle ativo - CF (G3). O grupo experimental (G2) participou do programa de intervenção fonológica e fonoarticulatória destinado a este estudo, que consistiu em 18 sessões de estimulação de habilidades de CF com apoio da CFA. O grupo de controle ativo (G3) participou de um programa de remediação fonológica publicado (SILVA; CAPELLINI, 2011), que também consistiu em 18 sessões de estimulação de habilidades de CF; o grupo controle não participou de nenhuma intervenção. Resultados: Os resultados mostram que as medidas pósteste para o grupo experimental apresentaram melhor desempenho na precisão da leitura de palavras, velocidade, compreensão de texto e consciência fonológica em relação aos grupos de controle ativo ou grupo de controle, e melhorias com significância estatística na diferença das medidas pré e pós-intervenção. Na precisão da leitura de palavras, os ganhos de 7% no grupo controle (G1), 16% no grupo experimental (G2) e 12% no grupo de controle ativo, indicaram diferença significativa (G1: p< 0,017; G2: p< 0,006; G3: p< 0,048). Na velocidade de leitura, as avaliações pós-teste mostraram que (G1) teve um aumento de 3,4 palavras lidas por minuto (PLM) não significativa (p< 0.524), (G2) de 17,5 PLM que foi estatisticamente significante (p<0,030), e (G3) de 5,9 PLM, não significativo (p<0.387). Para compreensão de texto, (G1) apresentou aumento de 5,7% não significativo (p<0.168) em respostas corretas, (G2) um aumento significativo (p<0,021) de 20% e (G3), 5,5%, não significativo (p<0.303). Nos testes de CF e CFA, apenas os grupos de intervenção obtiveram aumento no desempenho. No teste de CF houve melhorias de 10% em (G2) e 8,7% em (G3); no teste de CFA tiveram aumento de 12,4% no (G2) e 16,9% no (G3). Os ganhos em habilidades fonológicas foram estatisticamente significativos (CF: G2 p<0,009, G3 p<0,032; CFA: G2 p<0,055, G3 p< 0,011). Conclusão: Os resultados sugerem que a intervenção fonoarticulatória permitiu maiores ganhos na precisão e velocidade de leitura, compreensão de texto e habilidades fonológicas comparada apenas à intervenção de consciência fonológica ou aos habituais estímulos ambientais (controles).", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde}, note = {Escola de Medicina} }