@PHDTHESIS{ 2020:510685574, title = {Saúde sexual de pessoas trans : fatores associados às experiências de afirmação de gênero, corpo e sexualidade}, year = {2020}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/9350", abstract = "Pessoas trans são aquelas cuja identidade de gênero não se encontra alinhada com o sexo designado no nascimento. No contexto brasileiro, estão sujeitas a adversidades e vulnerabilidades sistemáticas, que incluem alta prevalência e exposição a HIV/AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis, temas explorados na literatura nacional e internacional. Aspectos de saúde sexual geral, como satisfação com procedimentos de afirmação de gênero, assertividade sexual e receios relacionados ao sexo têm sido insuficientemente abordados. Buscando contribuir para preencher essa lacuna, o objetivo desta tese foi investigar fatores associados às experiências de afirmação de gênero, corpo e sexualidade em indivíduos trans. Foram realizados seis estudos, sendo um teórico, três empíricos e dois clínicos. O primeiro estudo compilou evidências sobre aspectos técnicos relacionados às necessidades de saúde de pessoas trans, apresentando as principais barreiras de acesso enfrentadas por esses indivíduos e discutindo as implicações técnicas e políticas do cuidado em saúde. O segundo estudo investigou se autoestima, depressão e resiliência (variáveis psicológicas) e a realização de cirurgia de modificação corporal se associam aos desfechos medo sexual, ansiedade sexual, insatisfação sexual, nível de satisfação com procedimentos de modificação corporal e preocupações com imagem sexual corporal (desfechos sexuais) em 462 homens e mulheres trans. Os principais resultados indicaram que maiores níveis de depressão e menores níveis de resiliência foram associados com insatisfação sexual. Ainda, depressão e resiliência foram associados com o escore composto de insatisfação sexual e ansiedade sexual. Esses desfechos sugerem que prejuízos de saúde mental podem impactar negativamente a vida sexual de indivíduos trans. O terceiro estudo verificou associações entre sexo protegido por preservativo, autoeficácia na negociação do uso de preservativos, autoestima e quatro dimensões do estresse de minoria (experiências de “misgendering”, preocupações com passabilidade, preconceito antecipado e preconceito percebido) em 260 homens e mulheres trans. Os achados sugeriram que a autoeficácia na negociação do uso de preservativos, preocupações com passabilidade e experiências de “misgendering” foram preditores do sexo protegido por preservativo. Estratégias estruturais e intervenções clínicas foram sugeridas para abordar a autoeficácia na negociação do uso de preservativos e as preocupações com passabilidade em populações trans. O quarto estudo apresentou informações qualitativas sobre afirmação de gênero, corpo e sexualidade a partir de dados obtidos em entrevistas semiestruturadas com seis pessoas, analisados por meio da análise de conteúdo. Os principais eixos temáticos foram definidos a priori e indicaram uma ampla variedade de significados atribuídos a essas vivências, demonstrando a heterogeneidade presente nas comunidades trans. O quinto estudo realizou uma revisão básica sobre disfunções sexuais em pessoas trans e apresentou uma proposta de terapia cognitiva sexual para essa população. A discussão clínica sugeriu procedimentos para avaliar, conceituar e tratar as demandas e queixas sexuais, salientando o papel de profissionais da Psicologia na orientação e apoio relativos à busca por procedimentos médicos e sociais de afirmação de gênero e indicando intervenções psicoterápicas que rompam com o padrão estritamente comportamental da terapia sexual tradicional. O sexto estudo construiu uma orientação detalhada de como manejar a ruminação corporal em indivíduos trans que apresentam disforia de gênero a partir dos pressupostos da terapia comportamental dialética. Foi ressaltado o necessário equilíbrio entre estratégias de aceitação e mudança por meio de vinhetas fictícias e instruções clínicas pormenorizadas. O conjunto de estudos aponta as experiências heterogêneas da população trans em relação à saúde sexual, demonstrando o impacto de prejuízos da saúde mental sobre variáveis sexuais e o modo como o preconceito direcionado a esses indivíduos afeta negativamente desfechos relacionados à sexualidade. Conclui-se que mais estudos precisam ser realizados para informar intervenções programáticas e clínicas que influenciem positivamente a saúde sexual da população trans.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Psicologia}, note = {Escola de Ciências da Saúde e da Vida} }