@PHDTHESIS{ 2020:1945396949, title = {Riscos da exposição crônica a resíduos de clorpirifós para operárias imaturas e adultas de abelha sem ferrão Scaptotrigona bipunctata}, year = {2020}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/9282", abstract = "O crescente aumento do uso de agrotóxicos nos ecossistemas agrícolas coloca em risco as populações de polinizadores. Entre esses produtos, resíduos do inseticida-acaricida clorpirifós (grupo químico: organofosforado) são detectados nos recursos alimentares coletados pelas abelhas. Dessa forma, avaliações da resposta toxicológica resultante da exposição a esse inseticida é fundamental para elucidar a ação desse produto sobre os polinizadores. Por esse motivo, o presente estudo avaliou os efeitos da exposição crônica a concentrações ambientalmente relevantes de clorpirifós (equivalente aos resíduos encontrados no pólen e mel) no (1) desenvolvimento larval de operárias criadas in vitro e em (2) operárias adultas da abelha sem ferrão Scaptotrigona bipunctata. Para a realização dos testes, concentrações crescentes de clorpirifós foram adicionadas ao alimento larval (0,46 ng i.a./μL dieta, 0,92 ng i.a./μL dieta e 1,8 ng i.a./μL dieta) fornecido aos imaturos e, uma dieta sem adição de inseticida foi utilizada como controle negativo. Os indivíduos foram monitorados diariamente até a emergência dos adultos, sendo avaliados a sobrevivência, o tempo de desenvolvimento e características morfométricas dos adultos recém emergidos. Para a realização dos testes na fase adulta, as abelhas foram alimentadas cronicamente com concentrações subletais de clorpirifós diluídas em solução de sacarose (0,011 ng i.a./μL de dieta, 0,056 ng i.a./μL de dieta e 0,112 ng i.a./μL de dieta - valores que representam 0,1, 0,5 e 1% da CL50 para S. bipunctata) e uma dieta controle sem adição de inseticida. A primeira exposição ao inseticida foi conduzida sem interrupção até que se atingisse 100% de mortalidade dos indivíduos expostos a fim de avaliar a taxa de sobrevivência e o consumo de alimento. Para as demais análises as abelhas foram alimentadas por 27 dias (tempo médio de sobrevivência) sendo então avaliados o comportamento de caminhada, a atividade das enzimas acetilcolinesterase (AChE), superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationas S-transferases (GST), além dos níveis de ácido tiobarbitúrico (TBARS). Também foram avaliadas possíveis alterações ultraestruturais no intestino médio e nos túbulos de Malpighi das abelhas. Como resultado, observamos que a exposição das larvas ao clorpirifós reduziu significativamente as taxas de sobrevivência, mas não alterou o tempo de desenvolvimento dos imaturos. Além disso, a exposição ao inseticida reduziu o tamanho e a massa corporal dos adultos recém emergidos, e também causou redução da área alar. Em relação às abelhas expostas durante a fase adulta, a ingestão de clorpirifós não afetou a taxa de sobrevivência e o consumo de alimento. Após 27 dias de exposição ao inseticida não observamos alterações na atividade da AChE, mas o comportamento locomotor foi significativamente prejudicado. Além disso, a exposição prolongada ao clorpirifós resultou na diminuição dos níveis de atividade das enzimas antioxidantes SOD e CAT, e da enzima de biotransformação GST. Os níveis de TBARS também foram significativamente reduzidos. As células do intestino médio das abelhas expostas ao clorpirifós não apresentaram alterações ultraestruturais relevantes. No entanto, a ingestão do inseticida causou alterações no epitélio dos túbulos de Malpighi. Tendo em vista os resultados apresentados, consideramos que a exposição aos resíduos de clorpirifós representam um risco tanto para os imaturos quanto para os adultos da abelha sem ferrão S. bipunctata. As alterações observadas na fisiologia e no comportamento das abelhas podem comprometer a homeostase das colônias, contribuindo assim, para o declínio de suas populações. Este estudo contribui para uma melhor compreensão dos efeitos da exposição crônica a concentrações ambientalmente relevantes de clorpirifós e os resultados aqui apresentados podem ter implicações para outras espécies de abelhas.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós Graduação em Ecologia e Evolução da Biodiversidade}, note = {Escola de Ciências da Saúde e da Vida} }