@PHDTHESIS{ 2020:1344624240, title = {Associa??o de maus-tratos na inf?ncia e decl?nio cognitivo no idoso}, year = {2020}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/9216", abstract = "O envelhecimento populacional ocorre de sobremaneira nos pa?ses em desenvolvimento. Tal fato modifica o perfil de sa?de e doen?a na popula??o, prevalecendo as doen?as cr?nico-degenerativas sobre as agudas e infecciosas. Dentre as altera??es de caracter?sticas cr?nicas, destaca-se o decl?nio cognitivo, altamente prevalente no mundo, e que est? presente nas s?ndromes demenciais, representando um problema de sa?de p?blica. Essa altera??o afeta a capacidade funcional do indiv?duo no seu dia a dia, implicando perda de independ?ncia e autonomia. A Organiza??o Mundial de Sa?de (OMS) destaca que o impacto ? mais intenso em pa?ses de baixa e m?dia renda, o que est? relacionado ao subdiagn?stico e subtratamento no contexto da aten??o b?sica (AB). Al?m disso, outros fatores contribuem para a complexidade do decl?nio cognitivo na faixa idosa, dentre os quais destaca-se a comorbidade com transtornos depressivos, contribuindo para a severidade do quadro psiqui?trico. Nas ?ltimas d?cadas, a viol?ncia passou a ser uma das principais causas de morbimortalidade, principalmente na popula??o de adolescentes e adultos jovens das grandes cidades. Entretanto, existem poucos estudos sobre maustratos na inf?ncia, tendo como enfoque as consequ?ncias no idoso. A presen?a de maus-tratos na inf?ncia tamb?m ? um problema de sa?de p?blica e que frequentemente desempenha um impacto restritivo na inf?ncia e durante toda a vida, estando associada a um diverso n?mero de transtornos psiqui?tricos e altera??es comportamentais. Este ? um estudo transversal com coleta prospectiva que objetivou examinar as poss?veis associa??es entre maus-tratos na inf?ncia e o decl?nio cognitivo em uma amostra aleat?ria estratificada de idosos cadastrados pelo programa Estrat?gia Sa?de da Fam?lia (ESF) do Munic?pio de Porto Alegre. Para o desenvolvimento do trabalho, os dados utilizados s?o provenientes de duas etapas de coleta: 1) etapa de rastreamento: com coleta de dados sociodemogr?ficos, multidimensionais de sa?de e de Sintomas Depressivos Clinicamente Significativos (SDCS) com: a Escala de Depress?o Geri?trica de 15 itens (EDG-15) em visita domiciliar por Agentes Comunit?rios de Sa?de (ACS), o Vellore (instrumento de rastreio para comprometimento cognitivo), o 8 question?rio Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly (IQCODE) para quem apresentasse altera??o no Vellore, o Question?rio para Atividades da Vida Di?ria ? Activities of Daily Living Questionnaire (ADLQ); e 2) entrevista especializada com: avalia??o diagn?stica de transtornos psiqui?tricos, utilizando-se a vers?o brasileira validada do Mini International Neuropsychiatric Interview 5.0.0 plus (M.I.N.I. 5.0.0 plus BR) ? admitindo-se os crit?rios da 5? edi??o revisada do Manual Diagn?stico e Estat?stico de Transtornos Mentais (DSM-5) como padr?o ouro; avalia??o cognitiva, atrav?s do Exame Cognitivo de Addenbrook Revisado ? Addenbrooke?s Cognitive Examination-Revised (ACER) e do Mine Exame do Estado Mental (MEEM), que est? contido no ACE-R; avalia??o dos sintomas neuropsiqui?tricos, feita pelo Question?rio de Invent?rio Neuropsiqui?trico ? Neuropsychiatric Inventory Questionnaire (NPI-Q); e avalia??o sobre presen?a e tipo de maus-tratos na inf?ncia, usando-se o Childhood Trauma Questionnaire (CTQ). O presente trabalho objetivou: 1) estudar a preval?ncia de maus-tratos na inf?ncia de pacientes idosos cadastrados no ESF do munic?pio de Porto Alegre- RS, Brasil; 2) analisar os tipos de maus-tratos mais frequentes nessa popula??o; 3) estimar a presen?a de sinais e sintomas comportamentais e psicol?gicos em pacientes com decl?nio cognitivo; 4) estudar as preval?ncias de transtornos cognitivos e a sua rela??o com a presen?a e o(s) tipo(s) de maus-tratos na inf?ncia. Como produto deste trabalho, um artigo cient?fico de revis?o integrativa e um artigo de reflex?o bio?tica foram produzidos e j? publicados e outros dois est?o em processo de confec??o, cada qual investigando um dos objetivos acima descritos. No trabalho de revis?o integrativa, fizeram parte da amostra um total de 10 artigos. Com base nos resultados obtidos, foi poss?vel concluir que os maus-tratos na inf?ncia possuem associa??o com o decl?nio da fun??o cognitiva no idoso. J? o artigo de reflex?o bio?tica, do qual fizeram parte 09 artigos, pode possibilitar a conclus?o de que os maus-tratos na inf?ncia e na velhice possuem semelhan?as, sobretudo em rela??o ao agente agressor. Nos outros dois trabalhos, a serem publicados ainda, foram coletados os dados de 274 idosos, existindo 59,8% dos pacientes com dem?ncia conforme o MEEM, 37,5% conforme o ACE-R e 69% de decl?nio cognitivo conforme o ACER. H? uma diminui??o do escore dos subdom?nios aten??o e orienta??o do ACE9 R na medida em que aumenta a carga de maus-tratos ? CTQ (rs= -0,14; P= 0,024). Na faixa de 70 a 79 anos, com escolaridade de 8 a 11, houve correla??es estatisticamente significativas, inversas e de moderadas a forte entre CTQ e os dom?nios aten??o e orienta??o, viso espacial e o MEEM (rs= -0,56, P= 0,011; rs= -0,57, P= 0,008; rs= -0,48, P= 0,032, respectivamente). Na faixa dos maiores de 80 anos, na escolaridade de 4 a 7 anos, houve uma correla??o estatisticamente significativa, inversa e forte entre CTQ e ACE-R (rs= -0,66, P= 0,014) e entre CTQ e viso espacial (rs= -0,63, P= 0,022). Houve diferen?a na distribui??o de CTQ para a renda, sendo que sujeitos com renda de 2 a 4 sal?rios m?nimos tinham maior pontua??o no CTQ (maior carga de maus-tratos) se comparados a sujeitos com 4 sal?rios m?nimos ou mais. Indiv?duos com companheiro tinham pontua??es menores de CTQ (menor carga de maus-tratos) quando comparados com indiv?duos sem companheiro, e esta diferen?a foi estatisticamente significativa (P= 0,019). Quando comparados os pacientes com e sem dem?ncia para o MEEM e para o ACE-R, pacientes com dem?ncia tem pontua??es mais altas no NPI (sintomas neuropsiqui?tricos) em rela??o a pacientes sem dem?ncia (P<0,001), assim como os pacientes com decl?nio cognitivo tiveram pontua??es mais altas no NPI que pacientes sem decl?nio (P<0,001). Houve uma correla??o direta e estatisticamente significativa entre o CTQ total e o NPI (rs= 0,13, P= 0,032). ? medida que aumenta CTQ, aumenta o NPI. Dentre os pacientes sem dem?ncia pelo ACE-R, houve uma correla??o estatisticamente significativa e direta entre CTQ total e NPI (rs= 0,20, P= 0,012). ? medida que aumenta a carga de maus-tratos, aumenta a presen?a de sintomas neuropsiqui?tricos. Al?m disso, os maus-tratos na inf?ncia apresentaram evidente rela??o com o desencadeamento e perpetua??o de transtornos psiqui?tricos e ansiosos ao longo do ciclo vital. Quando analisada a rela??o entre o CTQ e a presen?a ou n?o de transtornos psiqui?tricos, foi poss?vel detectar que pacientes com depress?o, com risco de suic?dio, com transtornos ansiosos, com transtornos de ansiedade generalizada, e com a presen?a de algum transtorno tiveram pontua??es significativamente maiores que pacientes sem cada um destes transtornos. Pacientes com transtornos ansiosos t?m maior carga de maustratos na inf?ncia do que pacientes sem transtornos ansiosos atuais ou na vida. 10 Os transtornos mais associados ? maior carga de maus-tratos foram a agorafobia e a fobia social. E houve um aumento do n?mero de transtornos ansiosos na velhice para sujeitos que tiveram maior carga de maus-tratos na inf?ncia. Com o envelhecimento populacional e o aumento do decl?nio cognitivo no mundo, cada vez mais torna-se importante a amplia??o do conhecimento acerca desta patologia e de suas associa??es com a presen?a de maus-tratos na inf?ncia. Os resultados evidenciados neste estudos s?o preocupantes e lan?am luz para importantes problemas de sa?de p?blica. Entretanto, a operacionaliza??o de equipes de sa?de locais trazem esperan?a para um modelo de implementa??o estrat?gica de a??es em sa?de mental do idoso, j? que apontam que ?profissionais leigos? podem ter um papel fundamental na detec??o precoce da presen?a de altera??es cognitivas na comunidade e na AB. Os estudos permitiram examinar problemas importantes de sa?de, trazendo dados de alta preval?ncia de decl?nio cognitivo e de dem?ncia, bem como da ocorr?ncia de maus-tratos na inf?ncia nessa popula??o. Assim, fazse necess?rio a implementa??o de um modelo estrat?gico e ativo de a??o para abordagem preventiva na sa?de mental de idosos, pois utilizando ferramentas de baixo custo (escalas de rastreamento), ? poss?vel a identifica??o de casos de altera??o cognitiva, em fase inicial, de casos severos, bem como auxiliar na identifica??o daqueles idosos que possam ter sofrido algum tipo de maltrato na inf?ncia.", publisher = {Pontif?cia Universidade Cat?lica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de P?s-Gradua??o em Gerontologia Biom?dica}, note = {Escola de Medicina} }