@MASTERSTHESIS{ 2019:1325156241, title = {Efeitos de uma intervenção preventiva nas competências emocionais e sociais de crianças em ambiente escolar}, year = {2019}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/9092", abstract = "Nos últimos anos, tem aumentado a prevalência de transtornos mentais em crianças e adolescentes. A literatura aponta que os Transtornos de Ansiedade e o Transtorno Depressivo tem alto predomínio de forma isolada ou em comorbidade nessa população. A presença de sintomatologia psiquiátrica no período infanto-juvenil é um fator de risco que pode acarretar em prejuízos ao longo do desenvolvimento. As consequências incluem dificuldades acadêmicas e em relacionamentos, maior envolvimento com violência, drogas e comportamentos de risco e a evolução de transtornos mentais na vida adulta. Nessa perspectiva, considerando a alta prevalência e a gravidade dos efeitos dos sintomas, torna-se importante prevenir ou reduzir o impacto da sintomatologia e promover saúde mental em crianças e adolescentes. O ambiente escolar tem sido apontado como um espaço favorável para o desenvolvimento de saúde mental através da implementação de programas que objetivam a promoção de recursos e prevenção de problemas. A escola pode contribuir para o crescimento saudável ao integrar a aprendizagem acadêmica, social e emocional contribuindo também para o aumento na qualidade da educação dos alunos. Frente a isso, pode-se pensar que intervenções precoces com foco no desenvolvimento de competências socioemocionais podem auxiliar a prevenir problemas de comportamento e promover saúde mental. A Terapia de Regulação Infantil (TRI) possui uma modalidade preventiva conhecida como Terapia de Regulação Infantil Preventiva (TRI-P) ou Trabalho de Regulação Infantil. O modelo preventivo da TRI destina-se à população universal com o objetivo de desenvolver habilidades socioemocionais, trabalhando técnicas de regulação emocional e habilidades sociais, que são consideradas fatores de proteção para o não desenvolvimento de problemas relacionados aos transtornos mentais. A presente dissertação tem como objetivo geral avaliar os efeitos do protocolo preventivo da Terapia de Regulação Infantil (TRI-P) nas competências socioemocionais de crianças com idade entre 7 e 9 anos, em escolas de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul. O presente estudo faz parte de um projeto maior que visa avaliar a efetividade da Terapia de Regulação Infantil, o qual está com parecer favorável pelo Comitê de Ética da PUCRS (CAAE: 40658214.6.0000.5336). Inicialmente, é apresentada uma seção teórica com fundamentação teórica sobre a temática da dissertação, expondo a prevalência e as consequências da presença de sintomas de transtornos mentais em crianças e adolescentes, a implementação de programas preventivos no ambiente escolar, o desenvolvimento de competências socioemocionais e pesquisas com programas preventivos. Ainda nessa seção, apresenta-se o primeiro estudo intitulado: “Intervenção baseada em um protocolo de Terapia Cognitivo-comportamental: Um relato de experiência com crianças no ambiente escolar”, que visa relatar a experiência da aplicação do protocolo preventivo da Terapia de Regulação Infantil com um grupo de dezessete crianças em uma escola particular no interior do Rio Grande do Sul. Descreve-se de forma detalhada os objetivos e atividades de cada encontro do protocolo. Sugere-se que o TRI-P pode ter auxiliado no fortalecimento de habilidades adquiridas durante a intervenção através do uso de linguagem acessível e materiais concretos. Destaca-se que o alto número de participantes pode ter dificultado um maior aprendizado e a participação de todos durante as atividades. Infere-se que houve alta adesão pois que nenhuma criança desistiu do programa e houve feedbacks positivos dos responsáveis. Concluiu-se que esse relato apresentou uma possibilidade de intervenção na escola para o desenvolvimento de habilidades que são fatores de proteção para o desenvolvimento saudável das crianças. A seção empírica da dissertação é dividida em dois estudos empíricos. O primeiro estudo dessa seção diz respeito ao estudo piloto realizado com o TRI-P e foi intitulado “Protocolo Preventivo da Terapia de Regulação Infantil: Estudo piloto no ambiente escolar”. Esse estudo objetiva avaliar os efeitos do TRI-P nas habilidades socioemocionais em crianças com idade entre 7 e 9 anos. Realizou-se um estudo de base quasi-experimental em que comparou o grupo experimental (n=17) com o grupo controle do tipo lista de espera (n=11), antes e após a intervenção. A divisão dos grupos deu-se de maneira não aleatória. Utilizou-se as escalas Social Skills Rating System (SSRS-BR) para a avaliação de habilidades sociais e comportamentos problemáticos, e a Emotional Regulation Checklist (ERC) para avaliar regulação e labilidade emocional. Ambas escalas foram preenchidas pelos responsáveis. O período entre a avaliação pré e a pós foi de, aproximadamente, 3 meses. A pesquisa foi realizada em uma escola particular no interior do Rio Grande do Sul. Os resultados, após intervenção, apontam diminuição significativa nos níveis de problema de comportamento [Pré: 30,2±20,0 vs. Pós: 22,4±15,8; p=0,018] e labilidade do humor [Pré: 22,2±3,7 vs. Pós: 19,9±3,2; p=0,036], no grupo experimental. Houve aumento, mas não significativo, nos escores de regulação emocional e habilidades sociais, no grupo experimental. Houve diferença significativa entre os grupos na subescala que avalia labilidade do humor nas avaliações pré e pós intervenção (Pré: p=0,055; Pós: p=0,006). Os resultados apontam que a implementação do TRI-P mostrou-se eficaz para a redução de problemas de comportamento e nos níveis de labilidade do humor da amostra em questão e pode ser uma opção promissora frente a importância do cuidado com saúde mental no ambiente escolar. O segundo estudo empírico intitulado “Efeitos de uma intervenção para promover saúde mental e prevenir problemas de comportamento de crianças em ambiente escolar” tem como objetivo avaliar os efeitos do TRI-P nas competências socioemocionais e nos sintomas de ansiedade e depressão em crianças com idade entre 7 e 9 anos. Realizou-se um delineamento de base quasiexperimental. Participaram do estudo 39 crianças, que foram divididas de forma não aleatória para o grupo experimental e lista de espera. Os responsáveis preencheram o Social Skills Rating System (SSRS-BR) – Versão Pais e a Emotional Regulation Checklist (ERC). Já as crianças preencheram a Social Skills Rating System (SSRS-BR) – Versão Crianças, Screen for Child Anxiety Related Emotional Disorders (SCARED) e Children Depression Inventory (CDI). A pesquisa foi realizada em duas escolas, uma particular e uma pública, em uma cidade no interior do Rio Grande do Sul. Comparou-se o grupo experimental (n=22), que recebeu a intervenção do protocolo TRI-P, com o grupo controle do tipo lista de espera (n=17) em relação aos níveis de habilidades sociais, problemas de comportamento, labilidade do humor e regulação emocional, assim como nos escores dos sintomas dos Transtornos de Ansiedade e Transtorno Depressivo, antes e após a intervenção. O período entre a avaliação pré e a pós foi de, aproximadamente, 3 meses. Não houve diferenças significativas em relação à comparação dos dados sócio demográficos dos participantes entre os grupos. Percebeu-se redução significativa dos níveis de problemas de comportamento [Pré: 55,22±30,52 vs. Pós: 37,09±30,15; p=0,013] e labilidade do humor [Pré: 27,73±4,98 vs. Pós: 24,04±5,10; p=0,006], assim como nos níveis de ansiedade [Pré: 38,86±8,87 vs. Pós: 28,00±8,02; p= 0,000] e depressão [Pré: 11,18±6,48 vs. Pós: 6,68±3,82; p= 0,000], no grupo experimental. Assim como um aumento significativo nos níveis de regulação emocional [Pré: 31,27±3,41 vs. Pós: 34,09±3,23, p=0,000] e nas habilidades sociais a partir da auto avaliação da criança [Pré: 35,59±30,61 vs. Pós: 59,00±29,29; p=0,002] e na avaliação dos pais [Pré: 43,31±25,61 vs. Pós: 58,27±24,87; p=0,001]. Diferentemente do grupo experimental, no grupo controle houve diminuição significativa nos níveis de habilidades sociais na auto avaliação das crianças (p=0,019). Houve diferenças estatisticamente significativas entre os grupos na auto avaliação inicial das crianças em relação às habilidades sociais (p=0,044), na auto avaliação final (p=0,010) e na avaliação final de regulação emocional (p=0,011). Essa pesquisa apresenta resultados satisfatórios com a aplicação do TRI-P, visto que diminuiu os níveis de problemas de comportamento e labilidade do humor e aumentou os escores de regulação emocionais e habilidades sociais nas crianças submetidas à intervenção. Assim, apresentou-se como uma proposta eficaz de prevenção de problemas emocionais de comportamento das crianças no ambiente escolar.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Psicologia}, note = {Escola de Ciências da Saúde} }