@PHDTHESIS{ 2019:2121224852, title = {Produção de sentidos e práticas de cuidados em saúde mental em comunidades remanescentes quilombolas do Vale do Guaporé, RO}, year = {2019}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/8964", abstract = "Este estudo propôs compreender os sentidos produzidos no cotidiano de comunidades remanescentes quilombolas do Vale do Guaporé, no Estado de Rondônia, relacionados à saúde/doença mental. Além disso, investigou as práticas de cuidados em saúde mental realizadas pelos membros dessas comunidades e também pela equipe de saúde que presta atendimento a estas. O estudo foi organizado em duas seções: uma teórica e uma empírica. Na seção teórica, apresenta-se um estudo de revisão sistemática da literatura (Estudo I), o qual teve por objetivo identificar estudos sobre saúde mental desenvolvidos junto a populações quilombolas e se esses estudos consideram os determinantes sociais da saúde para compreender o processo de saúde e doença dessa população. Os resultados evidenciaram os indicadores sociais e econômicos como fatores associados à condição de saúde e saúde mental dos remanescentes quilombolas. A seção empírica foi composta por dois estudos de abordagem qualitativa, transversal e de caráter exploratório. As informações foram coletadas por meio de entrevistas abertas, rodas de conversa, observação sistemática e diário de campo e analisadas de acordo com a técnica da Análise do Discurso, influenciada pela perspectiva do Construcionismo Social, especialmente pela Psicologia Discursiva. O Estudo II, que compõe essa seção, foi realizado com seis profissionais da área da saúde e objetivou descrever os sentidos produzidos que revelam desigualdade e exclusão social na assistência à saúde em três comunidades quilombolas da região do Vale do Guaporé. Os discursos apresentados por meio das falas permitiram a identificação de quatro repertórios interpretativos, a saber, 1) A construção social do remanescente quilombola a partir da diferença: cordialidade, atraso e desinteresse; 2) Entraves na atenção: distanciamentos teóricos e práticos e (i)mobilidades; 3) Problemas de saúde mental na comunidade; e 4) Aspectos sociais, culturais e simbólicos como práticas de cuidado em saúde mental pela comunidade. O Estudo III teve por objetivo compreender como os remanescentes quilombolas de duas comunidades do Vale do Guaporé produziam sentidos sobre saúde mental. Participaram como informantes nesse estudo 18 remanescentes de quilombolas de ambos os sexos. Por meio do recurso teórico-analítico das práticas discursivas dos participantes, pôde-se observar que, nessas comunidades, a construção social da doença mental mantém-se em um conceito próprio de reconhecimento e formas de lidar com as patologias. Além disso, o uso de recursos alternativos no cuidado à saúde mental, como os chás de ervas naturais e as práticas religiosas, como rezas e benzimentos, faz-se presente no cotidiano das comunidades. Para a maioria dos participantes o consumo de bebidas alcoólicas é entendido como costume e tradição da comunidade. Os resultados, ainda, sugerem a necessidade de viabilização de políticas públicas que melhorem a infraestrutura de acesso às comunidades, além de implementação de programas de capacitação e formação continuada dos profissionais em saúde da população negra.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Psicologia}, note = {Escola de Ciências da Saúde e da Vida} }