@MASTERSTHESIS{ 2019:406924287, title = {Mapeamento de estressores e níveis de estresse de condenados por crimes sexuais}, year = {2019}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/8947", abstract = "A violência sexual é um grave problema de saúde pública no Brasil, mas muito pouco se sabe sobre a caracterização psicológica e/ou psicopatológica dos indivíduos que perpetram essa agressão. Objetivando preencher tal lacuna produziu- se um estudo transversal, exploratório, quantitativo, com medidas de autorrelato. Desenvolveu-se o levantamento de dados sociodemográficos, indicadores psicológicos e psicopatológicos e de exposição ao estresse ao longo da vida de 93 agressores sexuais encarcerados no Brasil e 30 condenados por crimes diversos. Os participantes completaram, em versões para adultos no português brasileiro, o Stress and Adversity Inventory (STRAIN) e o Achenbach Sistem of Empirically Based Assessment Adult Self-Report (ASEBA/ASR); questões sociodemográficas foram extraídas por intermédio desses dois instrumentos. Com o preenchimento pelo entrevistador, também foi utilizada a Medida Interpessoal de Psicopatia (IM-P) para fins de controle de possíveis vieses de dissimulação e engano. A caracterização criminal foi obtida quando do levantamento da amostra a partir dos registros legais. A amostra foi dividida em três grupos (n=123): agressores sexuais de menores (n=61); agressores sexuais de maiores (n=32); crimes diversos/grupo controle (n=30). Observou-se que mais de 50% da amostra pontuou em três variáveis, do total de 21, indicativas de possíveis condutas psicopáticas: Perseveração, Busca por aliança e Contato intenso do olhar. 80% da amostra têm filhos e mais de 70% são considerados de baixa renda – classes D e E. Do grupo de agressores sexuais (n=93), 11,5% (n=10) foram vítimas de abuso sexual durante a infância. Verificou-se que algumas variáveis como idade, uso de substâncias, hiperatividade/impulsividade e número de adversidades precoces apresentaram significativo poder de discriminação entre os três grupos, sendo que o grupo de agressores sexuais de menores apresentou perfil diferenciado dos demais grupos. Em uma comparação entre a amostra de encarcerados e outra da população geral (n=330), identificou-se que mais de 60% dos presidiários possuem ensino fundamental incompleto, figurando a escolaridade como fator de proteção [OR: 0,620 (584 – 733)]. Pessoas com elevada escolaridade anularam as diferenças da contagem de estressores [OR: 1,136 (0,900 – 1,434); p<0,001]. A ausência da educação formal, situação de baixa renda, bem como a vivência ampliada de estressores precoces na vida dos agressores sexuais, sugere contexto de maior vulnerabilidade e carência de melhor estrutura que possa suportar este caminho da formação educacional. Discute-se o papel do processo de escolarização enquanto fator de proteção favorável à consecução de melhores condições para o desenvolvimento humano. Surge como preponderante o papel da família e da sociedade enquanto instituições estruturantes da personalidade. Por fim, destaca-se a reflexão acerca de perspectivas de tratamento às vítimas e aos agressores, esses últimos que tenderão a se reinserir na sociedade, bem como sobre ampliar esforços e pesquisas no sentido de buscar ações preventivas na direção do ideal de supressão da violência sexual.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Psicologia}, note = {Escola de Ciências da Saúde e da Vida} }