@MASTERSTHESIS{ 2015:1210240537, title = {Amor e maternidade no cárcere : mulheres que têm filhos com homens encarcerados}, year = {2015}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/908", abstract = "A presente dissertação tem como objetivo geral compreender, do ponto de vista das mulheres, os significados de ter um relacionamento afetivo e de conceber um filho com um homem encarcerado. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas no Presídio Central de Porto Alegre (PCPA) com mulheres que têm filhos com parceiros encarcerados nesta prisão. Para a análise dos dados coletados foi usada a abordagem da Análise Crítica do Discurso (ACD). Este tipo de investigação discursiva concentra-se, em especial, nos problemas sociais, explicando-os por meio da estrutura e interação social. A dissertação é composta por dois artigos, ambos resultantes de estudos empíricos. No primeiro estudo, a partir de entrevistas com três mulheres cujos companheiros cumprem pena no PCPA, buscamos compreender as suas motivações para manter este relacionamento, bem como conhecer os papéis desempenhados e as violências percebidas por elas na prisão. Os dados analisados atestam a expectativa social de que as mulheres exerçam o cuidado de seus parceiros. O sacrifício advindo do não-abandono é acompanhado pelo desejo de serem recompensadas pelos companheiros após o período de cumprimento de suas penas. A submissão destas mulheres, que se percebem obrigadas a manter seus relacionamentos, a visitar, a prover seus companheiros material e emocionalmente e a suportar as violências impostas pela prisão, é ressignificada a partir do protagonismo expresso por elas. Tal protagonismo se expressa através do poder de decisão das entrevistadas de ir à prisão, de levar seus filhos às visitas e de fornecer insumos aos seus companheiros. O segundo artigo é composto por entrevistas com duas mulheres que possuem trajetórias marcadas pela grande familiaridade com a prisão e que engravidaram no PCPA em dias de visita a seus parceiros. Neste estudo procuramos compreender quais são os significados atribuídos por elas à concepção de um filho dentro do cárcere. Neste sentido, investigamos as concepções de maternidade, de paternidade e de família das participantes. Na análise dos dados vemos a apropriação de modelos hegemônicos de maternidade e paternidade, fundamentados no ideal da família nuclear. Por outro lado, a não normatividade de suas histórias de vida marcadas pela familiaridade com a prisão delineia outras possibilidades de discurso que colocam em xeque este modelo hegemônico. Desse modo, convivem no discurso das participantes referências diversas e contraditórias em suas tentativas de construir os lugares de pais e mães. Tal contradição, resultante de simultâneos movimentos de apropriação e resistência a discursos normativos, nos chama a atenção para o processo dialético de construção subjetiva. Em outras palavras, é a partir de referenciais familiares/comunitários e sociais/culturais que estas mulheres significam as funções paternas e maternas.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Psicologia}, note = {Faculdade de Psicologia} }