@PHDTHESIS{ 2018:1856415368, title = {Depressão materna no período perinatal e macroarquitetura do sono ao final do primeiro ano de vida}, year = {2018}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/8369", abstract = "O período que se estende da gestação até os meses seguintes ao parto, apesar de normalmente associado a sentimentos positivos, representa um momento de grande vulnerabilidade ao desenvolvimento de quadros depressivos maiores. A depressão perinatal é um distúrbio frequente, cujas consequências se estendem para além da mulher acometida, potencialmente exercendo efeito sobre a relação com o parceiro e o funcionamento familiar. Exposição precoce a depressão materna associa-se a menores taxas de amamentação, prejuízo do vínculo com o bebê, e consequentes efeitos sobre o crescimento e desenvolvimento infantis. Evidências associam a depressão perinatal a distúrbios do sono da criança desde o período neonatal, sob a forma de maior número de despertares noturnos, menor duração de sono e maior fragmentação. O sono, por sua vez, exerce papel primordial no desenvolvimento cognitivo, social e emocional da criança, e seus distúrbios, em um período crucial do desenvolvimento cerebral, podem favorecer disfunções significativas e permanentes. Existe uma importante heterogeneidade em relação tanto ao delineamento dos estudos que associam depressão materna a distúrbios do sono na criança, quanto ao momento de avaliação do sono, que sofre mudanças significativas no decorrer dos primeiros doze meses de vida. Com isso, a avaliação dessa possível associação fica prejudicada, assim como a mensuração de suas consequências a longo prazo. Este estudo objetivou investigar a presença de associação entre depressão perinatal e alterações da macroarquitetura do sono de lactentes com um ano de vida, participantes de uma coorte de nascimentos. Neste estudo de base populacional, o recrutamento ocorreu desde a gestação até logo após o parto, visando incluir todos os nascidos vivos na cidade de Pelotas no transcorrer de 2015. Participantes de uma das intervenções aninhadas à coorte e aqueles sem informações referentes à depressão materna foram excluídos desta análise. Para diagnóstico de depressão perinatal, foi aplicada a Escala de Depressão Pós-natal de Edimburgo (EPDS) na gestação e 3 meses após o parto, tendo sido consideradas deprimidas as mães com pontuação ≥13 em um ou ambos os acompanhamentos. O sono dos lactentes foi avaliado aos 3 meses através do Brief Infant Sleep Questionnaire (BISQ) e, aos 12 meses, a partir dos mesmos dados subjetivos somados a informações objetivas obtidas a partir de 24 horas contínuas de actigrafia. Os principais desfechos de sono analisados foram o número de despertares noturnos, duração da vigília noturna, e tempo total de sono em 24 horas. A amostra constituiu-se de 2.222 mães e lactentes, na qual a prevalência de depressão perinatal foi de 22,3% (IC95% 20,5-24). Pelo BISQ, as análises ajustadas através de regressão de Poisson mostraram maior risco para >3 despertares noturnos aos 12 meses entre filhos de mães deprimidas (RR 1,52; IC95% 1,06-2,18; p=0,02). No entanto, a avaliação dos dados actigráficos não confirmou este achado (RR ajustado=1,24; IC95% 0,85-1,81; p=0,26). Não houve associação entre depressão perinatal e as demais variáveis do sono. Este estudo sugere um potencial papel definidor da impressão disfuncional entre mães com história de depressão perinatal sobre as características do sono dos lactentes ao final do primeiro ano de vida.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde}, note = {Escola de Medicina} }