@MASTERSTHESIS{ 2019:333353524, title = {Violência estrutural e o "tráfico de drogas" : as influências no atendimento às famílias na política de assistência social}, year = {2019}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/8466", abstract = "Este estudo tem como objetivo geral analisar as experiências sociais das famílias atendidas e/ou acompanhadas pelo PAIF e PAEFI, que sofrem com as influências da violência estrutural no contexto do “tráfico de drogas”, no município de Porto Alegre, na perspectiva dos (as) usuários (as), profissionais e gestores (as). Os objetivos específicos foram: a) Analisar qual a compreensão dos (as) profissionais do PAIF e do PAEFI sobre a violência estrutural no contexto do “tráfico de drogas”; b) Pesquisar como os CRAS e CREAS materializam suas ações, em meio às influências da violência estrutural no contexto do “tráfico de drogas”, com as famílias que acessam os programas/serviços; c) Analisar de que forma o “tráfico de drogas” influencia na dimensão dos arranjos e configurações socioterritoriais, nos acompanhamentos às famílias na PNAS; d) Identificar quais são os determinantes de gênero, raça/etnia, classe social e geração associados ao “tráfico de drogas” nos territórios de atendimento da PNAS. Definiu-se como Universo os CRAS e CREAS desse município e como sujeitos de pesquisa os (as) gestores (as), profissionais e usuários (as) nas regiões Lomba do Pinheiro e Eixo-Baltazar, caracterizando-se por ser uma amostra intencional. Para os (as) profissionais, gestores (as) e responsáveis dos grupos familiares, utilizou-se entrevistas semiestruturadas individuais e coletivas e grupos focais. Também foi realizada análise documental de estudos e documentos que apontam para diagnósticos e/ou apreciações referentes ao fenômeno da violência estrutural e do “tráfico de drogas”, tal como da política de assistência social: atlas da Violência 2017-2018; lei de Drogas 11.343/2006; NOB-RH/SUAS; orientações técnicas do PAIF e PAEFI. Também se optou pela técnica de observação assistemática, registrada através de diários de campo. Participaram 12 profissionais, 5 usuários (as) e uma estagiária, totalizando 18 sujeitos. Adotou-se a análise de conteúdo de Bardin (1977). O estudo revelou que o “tráfico de drogas” se constitui enquanto um fenômeno multidimensional no contexto da violência estrutural. Interfere, em função da proibição das drogas e da criminalização de territórios e segmentos, de diferentes formas no cotidiano das famílias que residem nos territórios de atendimento da assistência social. O “tráfico de drogas” é percebido enquanto atividade ilegal e como meio de vida, e também, por vezes, como transmissão de valores e internalização de regras. Os profissionais ficam expostos a situações de risco e insegurança, resultando na imobilidade interventiva e/ou criação de propostas reflexivas-construtivas junto à população. Os (as) profissionais consideram que inúmeras famílias possuem ligação direta ou indireta com o tráfico, mas poucos falam sobre isso, seja em função do medo, dos mitos (estigmas e estereótipos) ou da naturalização desse fenômeno no território. Essa situação destaca-se de forma secundária no trabalho cotidiano, não se caracterizando como uma demanda inicial. Ressalta-se a importância dessa política pública como espaço de investigação sobre o tema em função do trabalho intersetorial, para a problematização do “processo criminalizador” em direção à criação de reflexões na articulação entre os sujeitos, fundamental no cotidiano das instituições: nas acolhidas coletivas, nos espaços de grupos e oficinas, nas ações comunitárias, na articulação com os serviços constitutivos como o PROJOVEM, SCFV, Microrrede e Fóruns, bem como nos ambientes externos como os coletivos e os movimentos de enfrentamento à violência. Há relações de força, entre diferentes perspectivas e objetivos, no que se refere às visões de mundo, ideologias e projetos políticos em torno da violência estrutural no contexto do tráfico de drogas. No caso das famílias forçadas a se deslocarem de território – situação prejudicial aos vínculos familiares e comunitários, os (as) profissionais têm poucos mecanismos de apoio (alguns decisivos e profundos para a experiência da família), frente a situações graves. As intervenções ficam em torno do auxílio para a rápida mudança da família de território, bairro ou cidade, em função do risco de violência. Destacou-se o Programa de Proteção da Criança e Adolescente ameaçados de Morte (PPCAAM), na finalidade de preservar a vida das crianças e dos adolescentes ameaçados de morte. Urge a necessidade de operacionalizar formas de educação permanente, considerando as particularidades de cada território, promovendo indagações que valorizem a matricialidade sociofamiliar através de uma perspectiva de gênero e raça/etnia no caráter interseccional, em vista das contradições assumidas em torno do modo e condição de vida da mulher da periferia, vista como responsável principal pelo cuidado da família. Conclui-se que é premente o questionamento do caráter de naturalização da realidade imutável em torno dessa problemática, visando a criação de propostas e estratégias que possam transformar as realidades de violência e de desigualdade social.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Serviço Social}, note = {Escola de Humanidades} }