@PHDTHESIS{ 2018:312003962, title = {Produção e percepção das fricativas sibilantes em Porto Alegre/RS e Florianópolis/SC}, year = {2018}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/8252", abstract = "Esta tese trata da produção e percepção das fricativas sibilantes não-vozeadas [s] e [ʃ] em ataque e coda silábica nas variedades de português brasileiro faladas em Porto Alegre/RS e Florianópolis/SC sob a perspectiva da Sociofonética (FOULKES; DOCHERTY, 2006; FOULKES; SCOBBIE; WATT, 2010; THOMAS, 2011). A pesquisa teve como objetivos: i) realizar a descrição acústica das fricativas sibilantes produzidas em Porto Alegre/RS e Florianópolis/SC em ataque e coda silábica; ii) investigar os efeitos do viés linguístico (função contrastiva e não-contrastiva das fricativas sibilantes) sobre a percepção fonética das fricativas sibilantes em ataque e coda silábica; e iii) investigar os efeitos do viés cognitivo sobre a percepção da variação fonética das fricativas sibilantes em coda silábica. O corpus deste estudo contou com duas amostras de dados de produção, a saber, uma amostra referente a dados de 16 informantes florianopolitanos e outra amostra referente a dados de 24 informantes porto-alegrenses. Quanto aos dados de percepção, a amostra florianopolitana é constituída por 30 participantes, ao passo que a amostra portoalegrense conta com 10 participantes. A análise acústica das fricativas sibilantes confirmou parcialmente os efeitos coarticulatórios dos contextos vocálicos circundantes e da tonicidade sobre a caracterização espectral das fricativas sibilantes, exceto pelas vogais [u] e [o] em contexto precedente à sibilante em coda e pela tonicidade pretônica no caso da fricativa alveolar em ataque. Ao que parece, a produção fonética variável se correlaciona com o gênero dos falantes nos dois casos indicados. O gênero dos falantes também parece interferir na produção da fricativa alveolar em ataque pelos porto-alegrenses que possuem nível Superior de escolaridade, sendo que os homens tendem a aumentar o Centroide, enquanto as mulheres tendem a reduzi-lo. O parâmetro temporal examinado apresentou um efeito constante, a saber, o aumento das frequências em função da duração das sibilantes em ataque e coda. O aumento das frequências em função do estilo de fala monitorado também se confirmou e sugere se tratar de um comportamento articulatório associado especificamente às mulheres. No que diz respeito à análise dos dados de percepção, as relações de contraste e de não-contraste das fricativas sibilantes de fato interferem na percepção dos homens e mulheres florianopolitanos e dos homens portoalegrenses, mas não na percepção das mulheres porto-alegrenses. Em relação à percepção da variação fonética, os resultados sugerem que associações automáticas entre o estereótipo de morador nativo e a fricativa palato-alveolar em FLN e entre o estereótipo de porto-alegrense e a fricativa alveolar em POA são ativadas durante a percepção. Mais do que isso, a associação implícita tende a se tornar mais forte conforme os participantes reportam explicitamente uma diferença maior entre os estímulos alveolar e palato-alveolar. Todavia, o fato de que alguns participantes relacionam essa diferença a outros aspectos linguísticos que não à fricativa sibilante em coda evidencia que a percepção da variação fonética socialmente estruturada ocorre de modo inconsciente. Conclui-se, portanto, que a produção das fricativas sibilantes não-vozeadas do português brasileiro é foneticamente gradiente e varia em função do gênero dos falantes e que a percepção desses sons é mediada por vieses linguísticos e cognitivos.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Escola de Humanidades} }