@PHDTHESIS{ 2018:1845366206, title = {Condições macroeconômicas e saúde}, year = {2018}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/8226", abstract = "Esta tese é formada por três ensaios independentes que buscam analisar o impacto das condições macroeconômicas na saúde e no estilo de vida da população brasileira. Apesar de independentes, os três ensaios se relacionam entre si. O primeiro ensaio objetiva analisar como as condições macroeconômicas impactam na saúde dos brasileiros. Para isto, utilizada um painel de dados agregados a nível estadual no período de 1992-2014 e usa como proxy para as condições macroeconômicas a taxa de desemprego estadual e para a saúde diferentes taxas de mortalidade. Estudos anteriores que abordaram a relação apontaram algumas fragilidades na metodologia usualmente utilizada na literatura, desta forma, propomos analisar a relação através da metodologia não paramétrica proposta por Li, Chen e Gao (2011) que permite estimar as tendências e os coeficientes de variação no tempo sem assumir a forma como essas funções variam ao longo do tempo. Os resultados observados para o Brasil mostraram que a relação entre condições macroeconômicas e saúde se modifica ao longo do tempo. Observamos um padrão anticíclico no início do período, 1992-1995 e pró-cíclico ao final do período, 2004-2014, para a taxa de mortalidade total. Especulamos que este padrão esteja acompanhando o desenvolvimento do país. As melhorias nas condições de vida da população brasileira apresentadas no período de 1992-2014 estariam guiando a relação – deixando-a de ser anticíclica e tornando-a pró-cíclica a medida que o país vai se desenvolvendo. O segundo ensaio busca analisar o impacto de condições macroeconômicas em medidas de peso, como IMC, excesso de peso, obesidade e obesidade severa. Este ensaio utiliza os microdados da VIGITEL no período de 2006 a 2014 e também utiliza como proxy de condições macroeconômicas a taxa de desemprego estadual. Os resultados mostraram que a relação é robusta e apresenta um padrão pró-cíclico – aumentos na taxa de desemprego reduzem o IMC, e esta redução é observada ao longo de toda distribuição, com efeitos estatisticamente significativos para as medidas de excesso de peso, obesidade e obesidade severa. Testamos dois possíveis canais pelos quais as condições macroeconômicas podem estar afetando o IMC, alimentação e prática de atividades físicas. Observamos alguns indícios de que a alimentação pode estar guiando a relação, porém os resultados não são conclusivos. Por fim, o terceiro ensaio analisa como as condições macroeconômicas influenciam o estilo de vida da população. Novamente utilizamos os dados da VIGITEL no período de 2006 a 2014 e a taxa de desemprego estadual como proxy de condições macroeconômicas. Para estilos de vida analisamos quatro grupos: tabagismo, consumo de álcool, sedentarismo e alimentação. Esta análise visa testar se a relação entre condições macroeconômicas e saúde para Brasil segue uma das duas hipóteses levantadas na literatura: hipótese de variações nos estilos de vida devido ao custo de oportunidade e hipótese de estresse econômico. Os resultados encontrados para o Brasil sugerem que em piores condições macroeconômicas os indivíduos adotam comportamentos nocivos à saúde, como o aumento do tabagismo, do consumo de gorduras e refrigerantes, mas também adotam comportamentos saudáveis, como a redução da frequência de consumo de bebidas alcoólicas e o aumento do consumo de frutas e hortaliças. A grande maioria dos resultados nos levam a crer que a relação é guiada pela hipótese de “estresse econômico”. Porém, algumas evidências conflitantes e a indisponibilidade de informações sobre a saúde mental dos indivíduos não torna possível validar esta hipótese.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Economia do Desenvolvimento}, note = {Escola de Negócios} }