@PHDTHESIS{ 2018:663991505, title = {A comprehensive clinical and neuroimaging approach of sex differences in crack cocaine use disorder}, year = {2018}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/7917", abstract = "No Brasil, cerca de 1.4% da população refere já ter feito uso de cocaína através de sua forma fumada (crack). O uso da droga gera repercussões sociais e econômicas para a sociedade, além de ser um grave problema de saúde relacionado, inclusive, com a morte precoce. Considerando o Transtorno por Uso de Cocaína (TUC) a manifestação patológica relacionada ao uso da droga, alguns dos desfechos desfavoráveis incluem: maiores taxas de infecção por HIV e HCV; problemas judiciais e familiares, além maior prevalência de transtornos mentais em comorbidade. Iniciativas científicas estimulam que propostas baseadas em evidências sejam realizadas na tentativa de melhores resultados para o tratamento e prevenção do TUC. Neste sentido, maiores aprofundamentos em lacunas do conhecimento na área são importantes. Assim, homens e mulheres possuem fatores de vulnerabilidade ao uso da droga distintos: Mais homens usam cocaína (proporção de 3:1), mas mulheres apresentam uma evolução mais rápida ao TUC após o início do uso. O curso da doença também é diferente, mulheres sentem mais fissura pela droga, enquanto homens tem mais consequências relacionadas a crimes violentos. Assim sendo, iniciativas científicas destacam a necessidade de integração de modelos biopsicossociais, que levem em conta as características individuais, mas que também considerem transtornos aditivos “doenças do cérebro”, favorecendo a interdisciplinaridade entre antigas e robustas bases teóricas e avanços tecnológicos. Neste sentido, o objetivo desta tese foi investigar diferenças entre homens e mulheres usuários de crack. Para tanto, dois estudos foram realizados com grupos de portadores de TUC internados para desintoxicação do uso de crack, tendo sempre um grupo de homens (TUC-H) e outro de mulheres (TUC-M). No Estudo 1, o objetivo foi traçar um claro perfil de diferenças psicossociais e de gravidade do uso de drogas, enquanto no Estudo 2 o objetivo foi identificar a existência de diferenças em um nível de funcionamento cerebral. O Estudo 1 teve 798 TUC-H e 546 TUC-M. Resultados identificaram robustas diferenças, com TUC-H possuindo uma história mais grave de uso de álcool, bem como uma maior prevalência para o transtorno por uso de álcool. Em contrapartida, TUC-M apresentam uma idade mais precoce do início do uso de crack, maior severidade do uso de drogas em geral, prejuízos mais significativos nas esferas de trabalho e família, além taxas mais altas de prevalência de transtornos mentais (em especial transtornos relacionados a trauma e estresse). No Estudo 2, com 80 participantes além dos grupos TUC-H (n = 20) e TUC-M (n=20), participaram 20 homens saudáveis e 20 mulheres saudáveis. O método utilizado foi um exame de Ressonância Magnética funcional (fMRI) em estado de repouso (rs-fMRI). Rs-fMRI permite avaliar associações na flutuação do sinal BOLD (blood oxygen-level dependente, do inglês nível dependente de oxigênio no sangue), que é uma medida indireta de consumo energético, entre áreas cerebrais anatomicamente distintas, o que é aceito como um dado de conectividade funcional (CF). Os resultados indicaram que de maneira geral, TUC-H apresentam um aumento na CF entre diferentes redes cerebrais, enquanto TUC-F apresentam redução na CF. Com base nos resultados, a tese conclui que homens e mulheres usuários de crack apresentam diferenças em características que permeiam todos os domínios biopsicossociais, o que deve ser considerado ao levar em conta interpretações de estudos na área e, principalmente, ao planejarem-se possíveis intervenções no futuro. Portanto, espera-se que modelos sexo-específicos para o uso de cocaína e do TUC sejam formulados, bem como que intervenções, pesquisas e inclusive políticas de saúde pública considerem possíveis diferenças em suas fundamentações.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Psicologia}, note = {Escola de Ciências da Saúde} }