@PHDTHESIS{ 2017:1202484305, title = {Avaliação do efeito da vacinação BCG na reação do Teste Tuberculínico (TT) nos dois primeiros anos de vida}, year = {2017}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/7855", abstract = "Introdução e Objetivos: A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa complexa, podendo ocorrer em qualquer faixa etária. Quando o hospedeiro entra em contato com o Mycobacterium tuberculosis (MTB) a resposta imunitária do organismo pode ser suficiente para evitar a doença, ocorrendo destruição total das bactérias ou estabelecimento de um estado de latência, denominado de tuberculose latente (TBL). Devido à dificuldade em demonstrar MTB nos espécimes clínicos da criança, o diagnóstico da TB doença é fundamentado em bases clínicas, epidemiológicas e radiológicas associados à interpretação do teste tuberculínico (TT) cutâneo. Neste contexto, verifica-se que a infecção pelo Mycobacterium tuberculosis, na sua maioria forma latente, representa um importante reservatório de reativação da doença. Este contingente é suficiente para continuar gerando novos casos por muitas décadas, mesmo que a cadeia de transmissão seja interrompida. Dessa forma, a definição precisa dos critérios para diagnóstico de TB latente tem grande relevância e o TT é uma importante ferramenta. O objetivo do estudo é avaliar o efeito da vacina BCG neonatal na reação de enduração cutânea do Teste Tuberculínico e definir pontos de corte para detectar tuberculose nos dois primeiros anos de vida. Métodos: Estudo transversal, em crianças do município de Santa Cruz do Sul, que se adequaram aos critérios de inclusão do estudo: lactentes até 2 anos de idade que receberam vacina BCG durante o período neonatal. Critérios de exclusão foram: peso ao nascimento <2,000 gramas, ser filho de mãe HIV positiva, ou mãe com vigência de tuberculose no período perinatal, ou ainda os casos em que houve evidência de imunodeficiência primária, ausência de cicatriz vacinal de BCG após 6 meses de vida, além de investigação de TB e contato de TB. As crianças foram identificadas e incluídas através de autorização do responsável, mediante explicação do projeto e aceitação do termo de consentimento. O projeto foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa do Hospital Santa Cruz, onde foi realizada a coleta de dados dos pacientes e Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). A variável em estudo foi a reação de enduração cutânea do teste tuberculínico, nos dois primeiros anos pós-vacinação, utilizando diferentes pontos de corte. Realizada uma análise descritiva das variáveis. As variáveis numéricas foram representadas por meio de média e desvio padrão e as categóricas por meio de número absoluto e porcentagem. Para descrição dos dados, foram utilizados médias e desvio padrão, ou mediana e intervalo interquartil para as variáveis quantitativas; porcentagem para as variáveis qualitativas. Para análise do Teste Tuberculínico a amostra foi submetida ao teste de análise de variância (ANOVA), com nível de significância de p≤0,05. Os dados analisados no Programa SPSS 17.0. Resultados: Os participantes potencialmente elegíveis totalizaram 808, desses 90 foram selecionados a partir dos critérios de inclusão/exclusão. Dados coletados incluíram características demográficas, índices nutricionais, estado de vacinação e exposição prévia à TB. TTs foram administrados e a enduração medida após 48-72 horas. Os selecionados foram de ambos os sexos, com idade variando entre 3 e 24 meses. Destes, onze foram excluídas, pois não compareceram a leitura do teste tuberculínico (TT), resultando em amostra final de 79 pacientes. A mediana das idades foi de 9,5 meses, entre os meninos, e 11 meses entre as meninas. Realizada divisão em 3 grupos conforme faixa etária: entre 3-9 meses (grupo 1), 10-18 meses (grupo 2) e 19-24 meses de idade (grupo 3). Constatamos que, quando comparados os 3 grupos, evidenciamos queda na média de reação à tuberculina conforme a faixa etária progride, apresentando significância estatística (p= 0.041). Considerando a provável ausência de infecção por Mycobacterium tuberculosis na amostra de pacientes incluídos no estudo, observamos que o teste tuberculínico com reação mais elevada ocorre no grupo 1. A partir dos 10 meses de idade nenhum paciente demonstra reação ao teste tuberculínico acima de 5 mm. O achado evidencia o declínio na curva de reação à tuberculina já no primeiro ano de vida. Realizada análise complementar excluindo os pacientes que não apresentaram reação de enduração (TT= 0 mm), sendo excluídos da interpretação 28 pacientes. Os 51 pacientes com Teste Tuberculínico reator foram divididos nos mesmos 3 grupos conforme faixa etária. Entre 3-9 meses (grupo 1), 10-18 meses (grupo 2) e 19-24 meses de idade (grupo 3), onde constatamos que quando comparados os 3 grupos, novamente evidenciamos queda na reação à tuberculina conforme a faixa etária progride, apresentando significância (p= 0.031). Constatamos que não ocorreram efeitos adversos, descritos em literatura, nos pacientes que se submeteram a aplicação do Teste Tuberculínico. Conclusões: A partir dos dados do estudo demonstramos que ocorre queda da reação de enduração no teste tuberculínico nos primeiros 12 meses de idade em pacientes previamente hígidos e vacinados com BCG no período neonatal. Portanto nossos resultados sugerem que o ponto de corte poderia ser modificado de 10mm para 5mm de enduração após os 12 meses de idade, melhorando a especificidade do teste diagnóstico TT para identificação dos casos de TB infecção. Esta reavaliação do ponto de corte menor nos dois primeiros anos de vida pode evitar manejos inadequados nos pacientes com contato com tuberculose.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Medicina/Pediatria e Saúde da Criança}, note = {Escola de Medicina} }