@MASTERSTHESIS{ 2017:1390165075, title = {Resposta da comunidade de aves ao uso do fogo nos campos de altitude do sul do Brasil}, year = {2017}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/7669", abstract = "Ecossistemas campestres constituem paisagens abertas com predomínio de vegetação herbácea/arbustiva, frequentemente entremeada por cursos d’água, banhados, pântanos e até formações florestais. Os Grasslands, como são chamados, dominam praticamente 40% da superfície terrestre e estão entre as formações naturais mais suscetíveis a intervenções humanas. Os campos de altitude localizados no sul do Brasil são considerados relictos naturais mantidos historicamente por distúrbios, como fogo e herbivoria. A presença de distúrbios naturais é uma característica intrínseca e necessária aos ecossistemas campestres, sendo uma força evolutiva que forjou a paisagem selecionando plantas e animais, especialmente onde as condições climáticas e de solo são propensas ao desenvolvimento de florestas. Embora o fogo seja considerado uma forma de distúrbio natural nos campos de altitude do sul do Brasil, seu regime tem sido alterado desde a chegada dos humanos, especialmente após a introdução da pecuária no século XVII. Avaliamos neste estudo a resposta da comunidade de aves em duas situações distintas de manejo da vegetação campestre no sul do Brasil: áreas com histórico de queimadas anuais ou bianuais e áreas excluídas de fogo por um período entre 10-15 anos. Dedicamos dois capítulos para explorar este tema, focando no primeiro a resposta das aves e vegetação às duas situações antagonistas de manejo e, no segundo, explorando um evento de incêndio acidental sobre a vegetação com histórico de exclusão de queima, para verificar alterações nos parâmetros da comunidade em relação a áreas frequentemente queimadas e para discutir a importância dos distúrbios na manutenção de uma avifauna diversa bem como do ecossistema campestre no sul do Brasil. Realizamos a coleta de dados na época reprodutiva, entre a primavera/verão de 2015 e 2016. Constatamos que a diversidade da comunidade de aves não foi alterada significativamente entre os tipos de manejo, indicando que os principais efeitos da presença frequente ou ausência das queimadas tendem a ser verificados sobre as espécies, ao menos num curto espaço de tempo. Houve, portanto, significativa modificação na composição de espécies. A estrutura do habitat, como altura da vegetação, número de plantas lenhosas e porcentagem de cobertura do solo por rochas e vegetação foi responsável por 80% da variação total da comunidade de aves, demonstrando que a avifauna responde intensamente às alterações do ambiente. Quando comparamos o período pré e pós queima com áreas queimadas periodicamente constatamos modificações expressivas na estrutura da vegetação, como a diminuição de altura e densidade, além de uma grande quantidade de solo exposto nas áreas pós queima em relação aos campos periodicamente queimados e ao período pré queima. Novamente, a avifauna respondeu significativamente somente em relação a composição de espécies, indicando que a alteração da dinâmica de manejo é capaz de selecionar as espécies de aves, de modo a beneficiar ou prejudicar a ocorrência de parte da comunidade. Espécies ameaçadas de extinção como Xanthopsar flavus, Anthus nattereri e Cinclodes pabsti tiveram uma preferência em ocupar campos queimadas com vegetação baixa, enquanto Scytalopus iraiensis e Sporophila melanogaster ocuparam campos excluídos de queima onde a vegetação era alta e densa. Nossos resultados indicam claramente que a comunidade de aves responde significativamente aos diferentes tipos de manejo empregados sobre a vegetação campestre. Estudos que levem em consideração uma variação temporal maior do que a avaliada neste trabalo são um gargalo no sentido de verificar a resiliência das espécies de aves campestres especialistas em relação aos eventos de fogo ou sua ausência. O manejo dos campos demonstrou ser de grande importância para a manutenção de aves, incluindo táxons globalmente ameaçados. Apesar da aplicação do fogo ter impedimentos legais, seu uso controlado parece ser uma ferramenta de manejo estratégica na manutenção da diversidade de aves nos campos de altitude sul-brasileiros.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Zoologia}, note = {Faculdade de Biociências} }