@PHDTHESIS{ 2016:343948482, title = {As consequências dos maus-tratos na infância na reprogramação neuroimunoendócrina em adolescentes saudáveis e modelo animal de separação materna}, year = {2016}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/6971", abstract = "A exposição aos maus-tratos na infância (MTI), incluindo diferentes formas de abuso e negligência, está associada com repercussões em longo prazo na saúde do indivíduo. Os primeiros anos de vida de um indivíduo caracterizam-se por rápido desenvolvimento neurobiológico e psicológico, portanto os MTI são considerados importantes fatores de risco para danos psicológicos e aumento da vulnerabilidade para transtornos de humor. Acredita-se que, alterações em mecanismos de resposta ao estresse, incluindo os sistemas neuroendócrino e imunológico/oxidativo, estejam envolvidas neste processo. Diante disto, investigar os efeitos da exposição aos MTI no adolescente saudável pode ajudar a identificar padrões de vulnerabilidade para transtornos de humor na idade adulta. Os objetivos da tese apresentada são: 1) investigar os efeitos neuroimunoendócrinos e oxidativos da exposição aos MTI em adolescentes saudáveis sem transtorno de humor e 2) analisar os efeitos do estresse precoce em modelo animal através do protocolo de separação materna (SM) no desempenho cognitivo e parâmetros imunológicos/oxidativos. Para avaliação do primeiro objetivo, foram recrutados trinta adolescentes saudáveis com histórico de MTI e vinte e sete adolescentes saudáveis sem história de MTI como grupo controle. Amostras de sangue, plasma e cabelo foram obtidas de todos os participantes. Linfócitos foram isolados e estimulados in vitro para identificar subtipos linfocitários, citocinas Th1/Th2/Th17, vias de sinalização intracelular MAPKs e NF-B, bem como a sensibilidade dos linfócitos ao dexametasona, por citometria de fluxo. Ainda, os níveis de BDNF plasmático e cortisol capilar foram avaliados pela técnica de ELISA. Os adolescentes com MTI apresentaram um aumento na porcentagem das células T ativadas (CD3+CD4+CD25+ e CD3+CD69+) e células T senescentes (CD8CD28- e CD4+CD28-), além de redução em células NK (CD3-CD56+) e células NKT (CD3+CD56+). Além disso, os linfócitos de adolescentes expostos aos MTI apresentaram maior resistência ao glicocorticoide dexametasona in vitro. Também evidenciamos alterações em rotas de sinalização intracelular, observada por aumento na fosforilação de ERK1/2 e NF-B em células T CD8+, e aumento de citocinas como IL-2, IFN-y and IL-17 após MTI, confirmando um perfil de ativação imune celular. Aumento dos níveis de cortisol capilar juntamente com a redução das concentrações de BDNF plasmático foi detectado nos adolescentes expostos aos MTI, refletindo os efeitos a longo prazo do estresse crônico em parâmetros neuroendócrinos. Ainda, um desequilíbrio entre os marcadores de dano oxidativo e defesas antioxidantes foi encontrado nos adolescentes com histórico de MTI. Em relação ao segundo objetivo, os resultados do estudo experimental demonstraram que a SM causou alterações de memória, perda de parvalbumina e aumento de citocinas pró-inflamatórias (TNF-α) no plasma deanimais adolescentes. Após a intervenção do ambiente enriquecido foi possível reverter os prejuízos de memória e a inflamação causados pela exposição a SM. Concluindo, nossos resultados indicam que a exposição ao estresse durante a infância altera a resposta neuroimunoendócrina e oxidativa em modelo animal e humano. Deste modo, compreender de que forma os MTI modulam o sistema nervoso, endócrino e imune e como estes sistemas interagem entre si para alterar precocemente as respostas fisiológicas da criança e do adolescente saudável pode auxiliar no aumento de ações preventivas contra o desenvolvimento de doenças inflamatórias crônicas e transtornos de humor na idade adulta.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular}, note = {Faculdade de Biociências} }