@MASTERSTHESIS{ 2016:1435019937, title = {História natural do cardeal-amarelo Gubernatrix cristala (aves: Thraupidae) no Brasil}, year = {2016}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/6846", abstract = "O cardeal-amarelo, Gubernatrix cristata, e um pássaro ameaçado de extinção, que teve suas populações drasticamente reduzidas devido a captura e ao comércio ilegal de fauna silvestre, ale m da perda de habitat. Informações sobre a historia natural da espécie são escassas e frequentemente imprecisas. No intuito de fornecer subsídios para a sua conservação, nos estudamos a autoecologia da população brasileira de cardeal-amarelo. O estudo foi conduzido no município de Barra do Quaraí, no extremo oeste do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, durante duas temporadas reprodutivas (outubro–fevereiro, 2013–2015), apos breve projeto-piloto iniciado em 2012. Marcamos 35 (sete femeas, 14 machos e 14 filhotes) de 53 indivíduos encontrados, e ate setembro de 2015, a população brasileira de cardeal-amarelo era de 38 indivíduos. Monitoramos 30 ninhos ao todo, onde observamos vários aspectos da autoecologia da espécie. Encontramos evidencias de que folhas parecem ser um item alimentar importante na dieta da espécie. A razão sexual dos adultos e 1,5:1 e pode chegar a idade de pelo menos 8 anos. Os casais são socialmente monogâmicos e territoriais, com tendência para filopatria dos machos e dispersão das femeas. O tamanho médio dos territórios reprodutivos e 18 ha e da área de vida e 27,7 ha. Alguns casais e ninhos (23%) são atendidos por um ou dois indivíduos adicionais (ajudantes de ninho), que contribuem na defesa do ninho e território, e na alimentação dos ninhegos e filhotes apos saírem do ninho. A reprodução inicia na primeira semana de outubro, com pico de ninhos ativos na segunda quinzena de novembro e perdura ate meados de fevereiro. Os ninhos em forma de taça são construídos em 6 dias pela fêmea, quase todos em Prosopis affinis, a altura media de 2,4 m. Três ovos e o tamanho de ninhada, os quais a fêmea incuba por 12,9 dias. A taxa de eclosão e de 76% e os ninhegos saem do ninho apos 16 dias. O cuidado e biparental ou cooperativo, e o casal tem maior frequência de visitas ao ninho do que os ajudantes. A taxa de sobrevivência de ninhegos foi 67% com produtividade media de 1,6 filhote por ninho com sucesso, e foi maior nos ninhos atendidos por ajudantes. Registramos segunda postura apos um sucesso, onde ajudantes estavam presentes. O intervalo médio entre tentativas foi 15,6 dias e a distancia media 220,7 m. O vira-bosta, Molothrus bonariensis, parasita os ninhos de cardeal-amarelo, com frequência de 67% e intensidade de 1,9 ovo por ninho parasitado. Ovos furados por femeas de vira-bosta levaram ao abandono de 15% dos ninhos parasitados. De seis ninhos onde filhotes de vira-bosta eclodiram, em dois (33%) o cardeal-amarelo teve sucesso. Os ninhegos podem ser parasitados por larvas de mosca (Philornis sp.), e ocorreu em 33% dos ninhos onde os ninhegos eclodiram. Predação foi a principal causa de perda de ninhos (73%) e registramos um Leopardus geoffroyi predando um ninho com ovos. O sucesso aparente dos ninhos foi 27% e o sucesso de Mayfield foi 18%. A taxa de sobrevivência dos filhotes no primeiro mês fora do ninho foi 62%. Registramos um caso de endogamia, entre pai e filha. Necessidade de grandes áreas de vida e fatores que podem afetar negativamente o sucesso reprodutivo (e.g. endogamia, predação, parasitismo), podem agravar a estado de conservação da população brasileira e da espécie, reforçando a importância dos estudos de autoecologia e sua contribuição para os planos de conservação.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Zoologia}, note = {Faculdade de Biociências} }