@MASTERSTHESIS{ 2015:744587012, title = {Estudo das habilidades de enfrentamento e da autoeficácia para a abstinência em dependentes de crack}, year = {2015}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/6340", abstract = "O advento do crack tornou-se preocupante aos olhos da sociedade e da saúde pública. A ciência tem se interessado no estudo do fenômeno e também no desenvolvimento de abordagens de tratamento. Nesse sentido, torna-se relevante identificar e antecipar o que seriam possíveis situações de risco e o quão confiantes sentem-se os usuários para seguir e evitar a recaída. Esta dissertação objetiva estudar as habilidades de enfrentamento e a autoeficácia para a abstinência em usuários de crack através de quatro estudos. O primeiro tem o título de “Habilidades de Enfrentamento e Autoeficácia na Abstinência do Crack: uma Revisão Bibliográfica”. Neste estudo foram revisadas as publicações científicas dos últimos cinco anos (2010-2014), indexados nas bases de dados PubMed, PsycInfo, Lilacs, Proquest e Web of Science. Os descritores foram habilidades de enfrentamento, autoeficácia, abstinência, prevenção à recaída, abuso de drogas e crack. Foram pesquisados os descritores em língua inglesa coping skills, self-efficacy, abstinence, relapse prevention, drug abuse and crack cocaine. Foram encontrados poucos artigos específicos ao crack: estilos parentais e a influência nas habilidades de enfrentamento, craving e crack e recursos de enfrentamento em mulheres. Concluiu-se que o tempo de abstinência, associado com abordagens adequadas e a autoeficácia podem ajudar no desfecho do tratamento. O crack, com suas características próprias, causa diversos prejuízos, porém a melhora cognitiva é possível levando-se em conta o tempo de abstinência. Estudos sobre habilidades de enfrentamento e autoeficácia são relevantes no contexto da abstinência do crack, porém ainda incipientes. O segundo estudo, “Habilidades de Enfrentamento e Autoeficácia para a Abstinência em Dependentes de Crack”, avaliou as habilidades de enfrentamento e a autoeficácia no contexto da abstinência do crack em 189 sujeitos. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e correlacional com delineamento transversal. A amostra é constituída de mulheres: 44,4% (n=84) e homens: 55,6% (n=105), com idades entre 19 e 59 anos e com até 5 anos de escolaridade formal. Foram utilizados os testes Qui-Quadrado de Pearson e Exato de Fisher, o t-Student e de Mann Whitney para as variáveis com distribuição assimétricas e a análise de variância (Two way) – Pos Hoc Sheffe. O nível de significância é de 5%. A média de idade é 31,7 anos, 58,3% (n=109) tem ensino fundamental e a classificação econômica pelo Critério Brasil demonstrada é a classe “C” (49,02%). A média resultante do Mini Exame do Estado Mental (MEEM) é mais elevada no sexo masculino (26,8±2,6). No Fator 6 (Fuga e Esquiva) do Inventário de Estratégias de Coping ocorreu, no sexo feminino, correlação significativa com o Fator 2 (Expressão de Sentimento) do Inventário de Enfrentamento Antecipatório para a Abstinência (IDHEAA) (r=-0,250; p=0,022). Há correlações significativas e positivas, principalmente entre os Fatores 1 e 2 do IDHEAA (Assertividade e Expressão de Sentimento) com todos os fatores da Escala de Autoeficácia para a Abstinência (EAAD) incluindo seu escore total. Entre as estratégias de Coping e a autoeficácia para a abstinência (EAAD), no sexo feminino, não há correlações significativas, sendo que nos homens há correlação positiva entre os fatores da autoeficácia para a abstinência (EAAD) e os fatores das estratégias de Coping (Autocontrole e Resolução de Problemas). Conclui-se que as mulheres são mais vulneráveis ao uso de crack e usam mais as estratégias de Coping. Homens mais confiantes são mais autocontrolados e tem maior disponibilidade de resolver problemas. Faltam estudos que correlacionem os construtos apresentados neste estudo. O terceiro estudo, intitulado como “Relação entre Coping e o Tempo de Abstinência em Dependentes de Crack”, correlacionou as estratégias de Coping e o tempo de abstinência em homens e mulheres com transtorno grave pelo uso de crack, em tratamento. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e correlacional, com delineamento transversal e a amostra foi composta por 189 sujeitos: 84 mulheres (44,4%) e 105 homens (55,6%). Os participantes com idades entre 19 a 59 anos apresentam, no mínimo, 5 anos de estudo formal. A idade média de idade é de 31,7 (±8,8) anos, apresentam nível escolar baixo e renda familiar entre 1 e 2 salários mínimos (68,8%). A comparação entre variáveis categóricas nos dois grupos ocorreu pelos testes Qui-quadrado de Pearson e Exato de Fisher. Adotou-se o nível de significância de 5%. O tempo de abstinência de até 60 dias foi observado em 64,0% (n=121). Na avaliação das estratégias de Coping as médias mais elevadas, no sexo feminino, foram Fator 1 (Confronto) (Masculino: 1,4±0,6 vs. Feminino: 1,6±0,6; p=0,05); Fator 4 (Suporte Social) (Masculino: 1,6±0,7 vs. Feminino: 2,0±0,7; p=0,001); Fator 6 (Fuga e Esquiva) (Masculino: 1,5±0,7 vs. Feminino: 1,8±0,7; p=0,014); Fator 5 (Aceitação de Responsabilidade) (Masculino: 1,9±0,7 vs. Feminino: 2,1±0,6; p=0,011); e Fator 8 (Reavaliação Positiva) (Masculino: 1,6±0,6 vs. Feminino: 2,0±0,7; p<0,001). As estratégias de Coping, correlacionadas ao tempo de abstinência e ao sexo, teve um único efeito significativo no Fator 5 (Aceitação de Responsabilidade) para a interação entre sexo e tempo de abstinência (F1, 189 = 5,318; p=0,022; poder=0,631). Houve significância limítrofe nos Fatores 3 (Autocontrole) (F1, 189 = 4,064; p=0,072; poder=0,631) e 4 (Suporte Social) (F1, 189 = 4,031; p=0,072; poder=0,615). Houve efeito para o fator sexo evidenciado para os Fatores 1 (Confronto) (F1, 184 =8,357; p=0,004; poder=0,820); 3 (Autocontrole) (F1, 184 =4,450; p=0,036; poder=0,555); 4 Suporte Social (F1, 189 =5,574; p=0,001; poder=0,931); 6 (Fuga e Esquiva) (F1, 184 =; p=0,011; poder=0,724); e 8 (Reavaliação Positiva) (F1, 184 =5,611; p<0,001; poder=0,953). Mulheres têm escores mais elevados no Coping, independente do tempo de abstinência. Mulheres com até 60 dias de abstinência apresentam maior Aceitação de Responsabilidade (Fator 5/Coping) e, com mais de 60 dias, diminuíram o Autocontrole (Fator 3/Coping). Homens com mais de 60 dias de abstinência aumentaram o Suporte Social (Fator 4/Coping) em relação ao grupo com menos de 60 dias. Diferenças nas estratégias de Coping detectadas entre homens e mulheres em cada faixa de tempo de abstinência não se mostraram representativas neste estudo. O quarto e último estudo, “Habilidades de Enfrentamento, Autoeficácia e Tempo de Abstinência do Crack em Mulheres”, objetivou traçar um perfil de mulheres dependentes de crack internadas em Comunidades Terapêuticas, sendo correlacionados variáveis como Enfrentamento Antecipatório, Autoeficácia, Estratégias de Coping e o tempo de abstinência. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e correlacional, com delineamento transversal. A amostra está constituída de 84 mulheres. A distribuição de normalidade foi verificada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov com correção de Lillifors, a relação de linearidade entre os instrumentos foi estimada através do coeficiente de correlação de Pearson e a análise comparativa pelo teste t-Student. Para critérios de decisão estatística adotou-se o nível de significância de 5%. Os resultados encontrados foram 31,6 (±9,1) anos como a média de idade e escolaridade baixa em 57,1% (n=48). Até internarem, 40,5% (n=34) das participantes trabalhavam e 48,9% (n=41) foram classificadas como classe “C” pelo Critério Brasil. O tempo de abstinência de até 60 dias ocorreu em 62,9% (n=66) e a média de dias sem o uso de drogas é de 181,6 (±294,7) dias. Quanto ao uso de outras substâncias, observou-se a associação do crack a outras drogas (álcool 23,8%; maconha 17,9%; cocaína 44,0%. Os resultados ponderados das médias encontradas no screening cognitivo através da Escala de Inteligência Wechsler para Adultos (WAIS) foram: Cubos 11,4 (±3,0); Códigos 9,1 (±2,4) e Dígitos 11,4 (±3,3). O escore médio apresentado no Mini Exame do Estado Mental (MEEM) é de 25,8. Na avaliação da autoeficácia (EAAD), a pontuação média mais elevada ocorreu no Fator 3 (Confiança em não usar crack frente a preocupações: 3,6±1,1) e a menor no Fator 2 (Confiança em não usar crack ao ver outras pessoas usando: 3,2±1,3). Na avaliação das estratégias de enfrentamento antecipatórias para a abstinência do crack (IDHEAA), as pontuações mais elevadas estão nos Fatores 1 (Assertividade e planejamento para situações de alto risco: 2,3±0,8) e 2 (Expressão de sentimento positivo para manutenção da abstinência: 2,3±0,6), sendo que o menor escore médio foi no fator 3 (Autocontrole emocional em situações adversas: 2,0±0,8). As pontuações médias nas estratégias de Coping oscilaram entre 1,6 e 2,1 pontos, sendo que a pontuação máxima estabelecida é de 3 pontos. As máximas ocorrem na Aceitação de Responsabilidade (Fator 5/Coping) (2,1±0,6), no Suporte Social (Fator 4/Coping) (2,0±0,7) e na Reavaliação Positiva (Fator 8/Coping) (2,0±0,7). As mínimas pontuações ocorrem no Confronto (Fator 1/Coping) (1,6±0,6) e no Autocontrole (Fator 3/Coping) (1,6±0,6). Em relação à correlação dos instrumentos estratégias de Coping e enfrentamento antecipatório (IDHEAA), verificou-se que o Fator 1 do IDHEAA (Assertividade e planejamento para situações de alto risco) estimou correlações significativas, positivas de grau fraco com as estratégias de Coping Suporte Social (Fator 4/Coping) (r=0,221; p=0,043), Aceitação de Responsabilidade (Fator 5/Coping) (r=0,258; p=0,018), Resolução Problemas (Fator 7/Coping) (r=0,269; p=0,013) e Reavaliação Positiva (Fator 8/Coping) (r=0,291; p=0,007); apontando que pontuações elevadas no Fator 1 IDHEAA (Assertividade e planejamento para situações de alto risco) mostram-se correlacionadas a pontuações também elevadas nos fatores das estratégias de Coping. As correlações mais expressivas entre estratégias de Coping e enfrentamento antecipatório estão no autocontrole emocional em situações adversas (Fator 3/IDHEAA) e no Suporte Social (Fator 4/Coping) (r=-0,294; p=0,007), Aceitação de Responsabilidade (Fator 5/Coping) (r=-0,232; p=0,034), Resolução Problemas (Fator 7/Coping) (r=-0,311; p=0,004), e Reavaliação Positiva (Fator 8/Coping) (r=-0,375; p<0,001). As estratégias de Coping e a autoeficácia para a abstinência variam de forma independente no sexo feminino. A média no Fator 2 do Coping (Afastamento) (1,6±0,6) dos participantes com até 60 dias de abstinência foi mais alta (p=0,026). Houve significância limítrofe (0,05