@PHDTHESIS{ 2015:815073306, title = {Mídia, ciência e produção de subjetividade : uma análise dos sentidos de saúde no cenário de publicação das leis nº 8.080/90 e nº 8.142/90}, year = {2015}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/6257", abstract = "Nesta tese, objetivamos compreender os sentidos produzidos sobre saúde na mídia impressa e em periódicos científicos, no cenário de publicação das Leis Orgânicas da Saúde, na ideia de articular contextos linguísticos e histórico-políticos e evidenciar condições que possibilitaram a constituição de verdades e práticas naquele momento. Tal cenário era marcado por peculiaridades contraditórias, em que uma política neoliberal era mote de efetivação de uma nova Constituição, pautada pela participação. Garimpar sentidos no campo da saúde nesse momento da história brasileira implica compreender os modos de articulação da existência nos cenários sociopolíticos daquele momento. Para responder aos objetivos da pesquisa, constituímos a mesma em três etapas, o que gerou a formulação de três artigos. Ressaltamos que as bases teóricas utilizadas neste estudo foram aquelas inspiradas nas perspectivas adotadas pelo Construcionismo Social. No primeiro estudo, intitulado Construcionismo Social na Atenção Básica: Uma Revisão Integrativa propomos a análise de artigos científicos, com fins de investigar como autores/as que se apoiam no Construcionismo Social definem saúde na Atenção Básica. Esse processo de estudo evidenciou a relevância da noção de responsabilidade compartilhada nos sentidos de saúde produzidos nos textos analisados. Os/as autores/as destes materiais afirmam que é possível ampliar as práticas em saúde para uma ação coletiva que possibilite o contínuo diálogo entre usuários/as e trabalhadores/as da saúde. Destacamos ainda, no estudo, a crítica à predominância do discurso biomédico, promotor de práticas coladas a lógicas de atenção centralizadas na doença. No segundo estudo, intitulado Conceitos de Saúde e Cuidado na Mídia Impressa Brasileira: Uma Análise do Ano de 1990 sob a Perspectiva do Jornal Zero Hora problematizamos sentidos de saúde e cuidado produzidos na mídia impressa, por intermédio do estudo das práticas discursivas. O corpus da pesquisa constituiu-se na análise dos jornais Zero Hora de publicação diária, veiculados ao longo do ano de 1990. Ao todo, foram analisados 365 jornais. Com este estudo, foi possível evidenciar que estavam postas, nos jornais, lógicas de um período da história nacional fortemente marcado por conceitos de saúde ligados à ausência de doença, e a práticas de cuidado atreladas a medidas de controle populacional. Percebemos que o/a cidadão/a brasileiro/a já cultuava, no ano de 1990, uma perspectiva de cunho preventivista e práticas de cuidado muito mais preocupadas com os interesses da classe dominante do que com a saúde da população como um todo, com ideais atentos a particularidades e contextos definidos pela lógica do mercado. O Jornal Zero Hora, em meio a esse cenário, assume o papel de (re)produtor de um modelo de cidadão/a atrelado/a ao neoliberalismo, dando ênfase à primazia dos serviços privados em saúde sobre os públicos e ao modelo hospitalocêntrico de atenção. No terceiro estudo, intitulado Ciência e Produção de Sentidos: Uma Análise de Pesquisas Acadêmicas Brasileiras no Contexto de Publicação das Leis Orgânicas da Saúde colocamos em análise sentidos sobre saúde compartilhados em produções científicas, publicadas no ano de 1990, no Brasil. Foram recuperados da Biblioteca Virtual em Saúde Brasil 34 artigos, submetidos à Análise de Discurso. A partir da constituição da análise, percebemos que os discursos produzidos nos estudos carregavam a lógica de que o conhecimento importado, provindo dos chamados países industrializados, deveria ser a regra a ser seguida no Brasil e que a realidade impressa nestes cenários serviria como modelo de inspiração para o mesmo. Evidenciou-se ainda a ênfase em pesquisas que salientavam a preocupação com a saúde física e com estudos experimentais, em contraponto com outros que problematizam conceitos e o modo como as práticas em saúde estavam sendo vivenciadas. A figura do/a médico/a é destacada, denunciando a contradição entre a legislação brasileira e as práticas em saúde daquele cenário, que justifica exercícios com ênfase na cura e no monopólio do saber. Ao relacionarmos os dados coletados nesta pesquisa, em geral, evidenciamos noções de saúde atreladas à ausência de doença, ao culto à saúde física em detrimento da noção de integralidade, ao saber médico, à criação de categorias ligadas a um padrão de normalidade, à importação do conhecimento e à privatização da atenção. A insistência em trazermos tais questões à tona, é porque acreditamos que é na micropolítica que podemos exercitar as revoluções diárias, com fins de almejar relações mais equitativas e comprometidas com a denúncia da estagnação.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Psicologia}, note = {Faculdade de Psicologia} }