@MASTERSTHESIS{ 2012:467107554, title = {Hist?ria natural, com ?nfase na biologia reprodutiva, de uma popula??o migrat?ria de Sporophila aff. plumbea (AVES, EMBERIZIDAE) do sul do Brasil}, year = {2012}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/235", abstract = "A patativa-de-bico-amarelo (Sporophila aff. plumbea), ? um raro papa-capim que se reproduz nos campos de altitude da regi?o sul do Brasil. Nenhum aspecto de sua hist?ria natural foi estudado em detalhes. Historicamente vem sendo tratado como sin?nimo de Sporophila plumbea plumbea (Wied 1930). Esta ?ltima tem suas ?reas de reprodu??o associada ao bioma Cerrado, possui porte mais delgado e bico preto nos machos adultos. Diferen?as significativas na morfologia, colora??o, segrega??o nas ?reas de reprodu??o e no uso do habitat permitem que tratemos S. aff. plumbea (nome provis?rio) como um t?xon a parte de S. p. plumbea (subesp?cie nominal). Encontramos S. aff. plumbea pela primeira vez em dezembro de 2005 e estudamos sua hist?ria natural nos campos do planalto das arauc?rias do Rio Grande do Sul (RS) e Santa Catarina (SC) de 2007-2008 at? 2010-2011. Focamos nosso estudo na biologia reprodutiva por meio do monitoramento de 133 ninhos e de 71 territ?rios reprodutivos pesquisando nas tr?s ?reas, de 650 ha e 200 ha (RS) e 1.000 ha (SC) onde a esp?cie era registrada. Adicionalmente, desde 2009 at? o presente investigamos suas ?reas de reprodu??o nos Campos Gerais do Paran?, e ?reas de invernagem no Brasil Central. Hoje sabemos que: (1) quanto ? sua biologia geral, Sporophila aff. plumbea que mede 12 cm e pesa 12 g, ? um migrante de longa dist?ncia com ?rea de reprodu??o documentada desde o norte do PR at? o canto nordeste do RS. Junto com caboclinhos e coleiras, ap?s a reprodu??o, emigra dos campos de altitude do sul do Brasil para o Cerrado do Brasil central. Apresenta grande poder de voo e tem um vasto repert?rio vocal com canto complexo. ? especialista de habitat, vivendo somente em campos densamente povoados com arbustos altos em regi?es de vales (700 a 900 m de altitude), no interior do planalto meridional brasileiro. Sua ?rea de reprodu??o estimada ? de 293.822 ha, sua densidade populacional ? de 0,015 casais reprodutivos por ha e sua popula??o reprodutivamente ativa ? de 4.407 casais. Trata-se de uma especialista em sementes de gram?neas com prefer?ncia por esp?cies com sementes relativamente grandes como Piptochaetium stipoides e Paspalum guenoarum. Responde de forma negativa a degrada??o de seu habitat, com fortes evid?ncias de decl?nio populacional e deve ser considerada uma esp?cie Criticamente Amea?ada de Extin??o no Brasil em virtude das m?ltiplas amea?as sobre as suas popula??es. (2) Quanto ? territorialidade e sistema de acasalamento, trata-se de uma esp?cie que chega para reproduzir no sul de sua distribui??o a partir de meados de outubro, desaparecendo por completo em mar?o. Os machos chegam uma semana antes das f?meas e disputam por territ?rios reprodutivos. Um m?s mais tarde chegam os machos mais jovens. A esp?cie ? monog?mica embora tenhamos registrado os primeiros casos de bigamia no g?nero. Os machos mais velhos defendem os territ?rios (m?dia 1,41 ha) mais est?veis e apresentam as maiores taxas de retorno (41%) aos mesmos territ?rios (filopatria), isto observado em tr?s sucessivas temporadas reprodutivas. F?meas e jovens tamb?m se mostram filop?tricos, mas em menor grau. Seus territ?rios n?o ocupam os campos de forma cont?nua e detectamos quantitativamente que a esp?cie seleciona locais espec?ficos para nidificar dentro da matriz campestre estudada. A din?mica da territorialidade na esp?cie foi diretamente afetada pelas perturba??es ao seu habitat e pela idade dos machos. (3) A reprodu??o de S. aff. plumbea dura 3,8 meses e tem correla??o com fotoper?odo e a fenologia das gram?neas. A nidifica??o ? sincr?nica com um pico nos meses de novembro e dezembro. O ninho ? uma ta?a aberta constru?do (em 5 dias apenas pela f?mea) basicamente com teias de aranha e infloresc?ncias de Eragrostis spp., a 70 cm do solo em m?dia e predominantemente em arbustos dos g?neros Eupatorium, Escallonia e Myrcia. O tamanho das posturas ? de dois ovos em m?dia com ninhadas de tr?s ovos restritas ao in?cio do per?odo reprodutivo. A postura ? realizada a intervalo m?dio de um dia e a incuba??o na maioria das vezes inicia com a postura do primeiro ovo. A incuba??o, tarefa exclusiva das f?meas dura 12 dias e a eclos?o dos filhotes ? sincr?nica. O per?odo de ninhegos dura 10 dias e a tarefa de cuidado da prole ? biparental. Ap?s os filhotes deixarem os ninhos machos se encarregaram de cuidar de forma exclusiva seus filhotes machos e as f?meas seus filhotes f?meas. A sobreviv?ncia di?ria dos ninhos estimada (90 ninhos monitorados de 2007-2010) pelas modelagens constru?das no programa MARK foi de 0,94 e variou temporalmente na esta??o de reprodu??o. O sucesso reprodutivo aparente ? de 36% e o sucesso reprodutivo estimado (MARK) ? de 20%. O modelo quadr?tico ? o que melhor explica as varia??es nas taxas de sobreviv?ncia de ninhos junto com as vari?veis de camuflagem e altura dos ninhos. Outras hip?teses testadas como varia??o interanual, idade dos ninhos e tipo de planta suporte n?o se mostraram determinantes na sobreviv?ncia dos ninhos. M?ltiplas tentativas de reprodu??o ocorrem na ordem de 1,75 (m?ximo tr?s) ninhos em m?dia por f?mea em cada esta??o de reprodu??o, mostrando-se uma importante estrat?gia para produ??o de descendentes bem sucedida. A preda??o foi a principal causa de perda de ninhadas (40,7%), seguida do abandono dos ninhos e o pisoteio pelo gado (37%). O parasitismo de ninhegos por Phylornis seguyi esteve correlacionado com os ninhos mais tardios na esta??o e com per?odos de maiores temperaturas e ocasiona baixa mortalidade de filhotes. Lagartos e cobras foram observados predando ninhos e fortes evid?ncias sugerem que aves e mam?feros tamb?m atuem como predadores de ninhos. Uma m?dia de 82,4% dos ovos eclodiu; a produ??o anual de filhotes foi de 0,57/ninho e apenas 1/3 dos ovos geraram filhotes que voaram (fledglings).", publisher = {Pontif?cia Universidade Cat?lica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de P?s-Gradua??o em Zoologia}, note = {Faculdade de Bioci?ncias} }