@PHDTHESIS{ 2023:392946497, title = {Kierkegaard e a reabilita??o do eu : um di?logo com o homem contempor?neo, sua natureza e cultura}, year = {2023}, url = "https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/11019", abstract = "De modo geral, a presente tese pretende ser um di?logo entre a filosofia existencial e o homem contempor?neo, dotado de uma natureza religiosa que vem sendo rejeitada pela cultura que o envolve. H?, atualmente, uma demanda contempor?nea pela reabilita??o do si mesmo, perdido e enredado por for?as sociais imanentistas que negam, de modo contundente ou sutil, suas possibilidades espirituais. Diante desse contexto desfavor?vel, a filosofia de Kierkegaard ? capaz de oferecer um sentido de reabilita??o desse eu fragmentado mediante indica??o de um aproveitamento adequado da exist?ncia. A tese, sendo um di?logo entre a demanda cultural e a pretendida resposta filos?fica, est? dividida em duas partes principais. Na primeira parte, buscamos cumprir dois objetivos prec?puos: no cap?tulo 1, a partir da an?lise do fen?meno religioso, bem como do entendimento da insufici?ncia de sua abordagem pelo m?todo sociol?gico, que o compreende de modo superficial, amparados pela ideia da complexidade adentramos em terreno psicol?gico, com o prop?sito de conhecer o fen?meno em profundidade, a partir da interioridade humana. Conclu?mos que o homem ? dotado de uma natureza religiosa inconsciente. No cap?tulo 2, buscamos analisar de que modo esse homem religioso relaciona-se com sua cultura. Compreendemos que o sentido maior da exist?ncia ou suprassentido, nas considera??es de Viktor Frankl, vem sendo rejeitado de dois modos principais. No primeiro, t?m-se uma rejei??o contundente ? ideia de Deus e das religi?es em geral, materializada em uma cr?tica forte. J? no segundo, percebemos uma sutileza bastante sofisticada e singular, pois n?o h? uma cr?tica contundente ? ideia de Deus, mas um convite difuso por toda cultura a um modo de vida imanente, hedonista, presentista e sem referentes transcendentes. Esse esp?rito cultural vem tornando o homem distante de si mesmo, incompleto do ponto de vista espiritual, inaut?ntico. Diante dessa realidade descrita na primeira parte do trabalho, estabelecemos um di?logo com Kierkegaard, pois em sua filosofia encontramos elementos capazes de responder a essa demanda contempor?nea pela subjetividade. A resposta est? em seu processo existencial de reabilita??o do eu, ancorado em tr?s condi??es b?sicas. A primeira condi??o ? trabalhada no cap?tulo 3 e baseia-se no aproveitamento do desespero, presente no homem atual, como forma de dar a ele a consci?ncia de que ? possuidor de uma parte eterna e subaproveitada do si mesmo, e que, em fun??o disso, n?o pode viver de modo aut?ntico sua exist?ncia. O desespero pode assim ser entendido como um meio para que o indiv?duo se conscientize de que ? beneficiado por potencialidades subaproveitadas, em uma esp?cie de autoconhecimento. H? ainda uma segunda condi??o nesse caminho existencial de reabilita??o, trabalhada no cap?tulo 4, que se refere ao aproveitamento da ang?stia existencial como forma de tornar o indiv?duo consciente de sua pr?pria liberdade. Ademais, a ang?stia, na medida em que o impele a transitar pelos caminhos da exist?ncia, torna-o capaz de ultrapassar e mesmo transgredir o contexto cultural que o envolve, sobretudo quando lhe ? desfavor?vel em termos de espiritualidade, como ? o caso do cen?rio contempor?neo. Por fim, descrevemos a terceira e ?ltima condi??o para que o eu se torne realizado e ela tem como base os conceitos de instante e f?. O indiv?duo deve abdicar dos momentos fugidios da vida, prescindindo, inclusive, da ocasi?o socr?tica, quando o mestre era capaz de partejar os conhecimentos ?nsitos ? subjetividade, para entregar-se ao instante preenchido pela eternidade. Nesse momento, h? um encontro com os prop?sitos divinos antes ocultos, um contato com o absoluto, e isso enseja uma transforma??o radical do si mesmo. Tanto o cavaleiro da f? quanto o disc?pulo contempor?neo s?o as figuras que melhor representam o termo desse processo de reabilita??o, seu ponto de chegada. Esses personagens s?o, portanto, exemplos de integridade e autenticidade do eu, e nos falam, em tom sereno e grave, sobre essa abertura espiritual t?o necess?ria ao homem atual.", publisher = {Pontif?cia Universidade Cat?lica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de P?s-Gradua??o em Filosofia}, note = {Escola de Humanidades} }