@MASTERSTHESIS{ 2023:40192360, title = {Grupos privados de mulheres na rede social facebook no contexto da pandemia da Covid ? 19 no Brasil : est?ticas da exist?ncia poss?veis em meio ? guerra}, year = {2023}, url = "https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/10994", abstract = "A pandemia da Covid ? 19 trouxe in?meros desafios aos governos e popula??es que foram afetados por ela. Notadamente, pa?ses em desenvolvimento ? como o Brasil, sofrem de forma mais intensa, por conta das desigualdades sociais que produzem desenfreadamente condi??es e subjetiva??es precarizadas, aliadas a medidas governamentais que n?o tomam como prioridade o bem estar social atrav?s de a??es em pol?ticas p?blicas e sociais ? fundamentais em situa??es de emerg?ncia global. As dificuldades cotidianas experienciadas por grupos sociais considerados historicamente mais vulner?veis, como mulheres, LGBTQIA+, negros, perif?ricos, desabrigados - entre outros, coexistem anterior ao in?cio da pandemia, mas s?o potencializadas em situa??es de crise, gerando inevitavelmente instabilidade em todos os setores de vida. Neste trabalho, as condi??es subalternas vivenciadas por mulheres brasileiras no percurso da pandemia s?o tomadas como fio condutor deste estudo. Na internet, a movimenta??o de grupos em redes sociais promovidos e postos em pr?tica por mulheres ? um fen?meno social desde o ano de 2010 no Brasil; quando na tentativa de denunciar situa??es de abuso e viol?ncia, foram constru?dos f?runs online e outras iniciativas dentro e fora da internet, expandindo as discuss?es sobre situa??es vivenciadas por mulheres gerando pontos de tens?o entre esfera p?blica e privada. Grupos privados de mulheres na rede social Facebook constituem o universo desta pesquisa, onde mulheres que fazem parte dos 3 grupos elegidos para este trabalho (Boleto +1, Depr? Club e Rede de Apoio ?s Mulheres), foram convidadas a participar de entrevistas semidirigidas. As entrevistas tiveram como guia quest?es relacionadas as trajet?rias vivenciadas ao longo da pandemia ? contemplando diferentes interseccionalidades de mulheres de 4 partes do Brasil, levando em considera??o 4 dom?nios de poder ? estrutural, cultural, disciplinar e interpessoal; envolvendo a compreens?o de como se d? a dinamicidade dos grupos ? entrada e perman?ncia nestes; a sistematiza??o dos impactos destes grupos online na vida de mulheres brasileiras no contexto da pandemia da Covid ? 19 no pa?s. A an?lise das entrevistas foi realizada a partir de operadores te?ricos vinculados a 2 fontes de pensamento: interseccionalidade e autoras que dialogam com o feminismo interseccional e an?lise do discurso baseada na arquegenealogia foucaultiana. O feminismo interseccional compreende a integra??o em sua multiplicidade, de mulheres com suas diferen?as, particularidades e especificidades na produ??o de movimentos pelos direitos, pela liberdade em suas complexas nuances e maior emancipa??o das mulheres na possibilidade real de um mundo mais equ?nime e (trans) formador. Os atravessamentos e interpela??es constitu?dos a partir da leitura social do g?nero ? enquanto categoria de an?lise e de divis?o social, tamb?m s?o fundamentais para a constru??o de um olhar cr?tico sobre o tema desta pesquisa, uma vez que, a partir da nomea??o social do g?nero s?o implicadas uma s?rie de normatiza??es e lugares a serem ocupados e desocupados atrav?s de movimentos de resist?ncia individuais e coletivos. A an?lise de discurso baseada em pressupostos te?ricos de Michel Foucault complementa minuciosamente o percurso deste trabalho, pela proposta de desnaturaliza??o de discursos hegem?nicos associados a popula??es e categorias mais vulner?veis ? como ?s mulheres, a partir da an?lise das complexas rela??es de poder institu?das em sociedade. Quanto aos resultados, s?o apresentados dois eixos de an?lise e discuss?o, estabelecendo uma interlocu??o entre eles no que tange as realidades das mulheres entrevistadas, temas e viv?ncias que foram narrados e contados nas entrevistas. O primeiro eixo ?: 1) Governo Bolsonaro e autoritarismo no Brasil: pandemia e o governo da classe dominante. Esse cap?tulo ? dividido em duas partes, sendo elas: a) a ascens?o das direitas no Brasil em interface com conjunturas pol?ticas e socias na elei??o de Jair Bolsonaro ? Presid?ncia da Rep?blica; e b) a nega??o da pandemia e a precariza??o da popula??o. Tal eixo aborda condutas adotadas pelo governo federal para o manejo dos impactos da pandemia na popula??o, com destaque para a o estado de precariza??o de recursos para subsist?ncia aliadas ao desmonte de pol?ticas p?blicas e sociais. J? o segundo eixo ?: 2) Grupos de mulheres online, cap?tulo apresentado em duas partes, sendo estas: a) sofrimento ?tico pol?tico, pol?ticas da amizade e o cuidado de si; e b) a solid?o das mulheres: abandono do Estado e a completa responsabiliza??o de si. Nele problematiza-se o funcionamento dos grupos selecionados a partir do di?logo entre sofrimento ?tico-pol?tico, pol?ticas da amizade e o cuidado de si e jornadas desamparadas de mulheres, diante do modelo de organiza??o social pautado no sistema patriarcal que radicaliza mulheres a ocuparem lugares sociais inferiorizados, a partir de rela??es de poder comedidas pelo assujeitamento. Considera-se a import?ncia da amplia??o das discuss?es em diferentes espa?os sobre as possibilidades de circula??o das narrativas de mulheres de todo o pa?s, integrando diferentes interseccionalidades para a melhor fundamenta??o de pol?ticas que se atentam para suas reais necessidades e realidades biopsicossociais, em interface com o campo pol?tico no Brasil contempor?neo.", publisher = {Pontif?cia Universidade Cat?lica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de P?s-Gradua??o em Ci?ncias Sociais}, note = {Escola de Humanidades} }